Talvez por falta de assunto para completar a edição, a ‘’Veja’’ do ultimo fim-de-semana, traz
pretensiosa e quase hilariante matéria, sob o titulo ‘’Qual é a origem da fé’’.
Conclusões, despidas de qualquer substancia, como afirmar que ‘’novos estudos de psicologia desvendam os
mecanismos que levam algumas pessoas a crer mais que outras. Os intuitivos
costumam ser mais religiosos que os reflexivos’’. E, para distinguir os
primeiros dos segundos, propõe-se um teste, absolutamente ridículo que qualquer
imbecil, com um mínimo de capacidade de raciocínio, resolve em poucos segundos.
Quem acerta é reflexivo e pouco dado à credulidade. Quem erra é intuitivo e,
via de conseqüência, propenso a crer. Demorei menos de um minuto para, sem
fazer qualquer conta, ‘’matar’’ as
questões propostas e olha que sempre péssimo aluno de matemática e ciências
afins. No entanto, considero-me xiitamente crédulo. Vejo a presença de Deus em
todas as coisas, oro, ao sair de casa, no trajeto para o escritório, quando
chego e saio dele e antes de dormir. Até que me provem o contrário, Deus fez o
céu e a terra e fez gerar Adão e Eva, dotando-os de livre arbítrio e foi aí que
a coisa desandou. É claro que questiono minha fé e, sempre que o faço, ela se
solidifica. Por que creio? Melhor, por que se crê? Porque temos o conhecimento
– intuitivo ou reflexivo – de nossa ‘’miserável
condição humana’’, repleta de ‘’pecados’’ materiais, tangíveis, como o
egoísmo, que impede de se estender a mão ao necessitado; como a inveja pelo que
não nos esforçamos para conquistar e outros conquistaram; como a soberba,
rainha-mãe de todos os preconceitos. Sabemos onde está o mal, mas, por
interesses escusos, não o evitamos e, quando somos punidos por nossa própria
culpa, precisamos pedir socorro a alguém, muito superior, para mim, Deus, Jesus
Cristo e os Santos que elegi como meus protetores. Cremos porque somos fracos e
essa fraqueza, a qualquer momento de nossa vida, vai aflorar e nós vamos buscar
apoio em um cajado invisível e, ao que nos conduz a ele, dá-se o nome de fé. Já
disse alguém que o dom da fé não passa pelo dom da razão. Não pode haver – e
não há – antagonismo entre a religião e a ciência, exatamente porque não há
antagonismo entre a fé e a razão. Os médicos são quase unânimes em afirmar que
os pacientes crédulos recuperam-se melhor do que os incrédulos. Por que assim o
é? Porque os primeiros possuem, dentro de si, a fé, aquele cajado que apóia,
que ajuda a sobrepor os obstáculos. Particularmente, como crédulo xiita, tenho
pena da ignorância dos incrédulos, pela incapacidade de enxergaram a obviedade
da presença de Deus. Tenho pena delas, porque, na hora da queda – que sempre
vem – falta-lhes o apoio do ‘’cajado’’.
Fala-se no ‘’big bang’’, como a
origem do mundo. A ciência desenvolve milhares de teses, escrevem-se milhares
de livros, mas a verdade, simples, transparente, está debaixo de nosso nariz: o
‘’Big Bang’’ é Deus.
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