sexta-feira, 7 de agosto de 2015

Melhor viajar do que ficar


Abro o computador, para acessar o resumo das noticias do dia, aquelas chatices de sempre, Dilma X Eduardo Cunha; Polícia Federal X Lula; TCU X Dilma, Collor x Janot, até parece jogos da série ‘’C’’ deste medíocre campeonato brasileiro. Todavia, antes de perder o bom humor, lendo tantas mazelas, eis que a tela é invadida por publicidade, falando da maravilha que é viajar, e dando algumas sugestões. E eu, refém do trabalho cotidiano, roubo, gostosamente, algum tempo do meu pouco tempo, reclino na cadeira e viajo, através da gasta memória, por alguns lugares que deixaram marcas de inapagáveis satisfações. Aquela viagem, de carro, pela ‘’Rio – Santos’’, com demoradas paradas, em várias praias, até Búzios, nosso paradisíaco destino final. Arraial D’Ajuda e seu mar, protegido por falésias, onde, à noite, num espaço de menos de mil metros, pode-se ouvir, em bares colados uns aos outros, todos os tipos de música e comer as mais variadas comidas. Mais para cima, colado à Recife, chega-se a Porto de Galinhas, onde, em pleno julho, sol de 30 ou mais graus, percorre-se praias, onde coqueiros lambem a areia e se se delicia com ‘’peixe na telha’’. Anda-se um pouco mais e aí está João Pessoa, preciosa jóia do nordeste, com seu pôr-do-sol, sob o ‘’bolero de Ravel’’, tocado por magnífico piston, de dentro de tosco barco. E tem ‘’areia vermelha’’, banco de areia, formado a exíguos quilômetros (05, se tanto) da praia, para onde se deslocam barcos e comerciantes, para oferecerem cerveja gelada, bebida, literalmente, sentado dentro do mar. E quem não tomou um caldinho de caranguejo na barraca de ‘’Mão Branca’’, um ‘’negão’’ de 1,90m de doçura e paciência, na praia de ‘’Caboinha’’, desconhece a verdadeira porta do céu. E, sem menosprezo a outros lugares, chega-se a Fortaleza e as praias entorno, onde a ‘’do futuro’’ é a mais próxima, além de tantas outras, onde se pode ‘’navegar’’, em dunas, cujos condutores dos bugs oferecem passeio ‘’com emoção’’ ou ‘’sem emoção’’, diferença que só se descobre, quando o coração insiste em sair, pela boca. E o Rio será sempre lindo, ‘’do Leme ao Pontal’’, com obrigação de parar na ‘’Pedra de Guaratiba’’ e comer uma moqueca de camarão. Lá fora, Paris será ‘’toujours une fête’’, com suas avenidas arborizadas, os cafés, principalmente do ‘’quartier latin’’, cerveja gelada e cançonetas, a qualquer hora do dia ou da noite. Em Roma, o Vaticano mexe com seus valores espirituais, lembrando que, às quartas-feiras, o Papa celebra missa na Praça de São Pedro e, depois, percorre-a, cumprimentando os fieis e, em Nápoles, pega-se um barco e, se a maré deixar, uma canoa o levará até o interior da ‘’Gruta Azul’’ que, à época da Roma antiga, fora formidável piscina do Imperador Tibério. Indo à Espanha, não se pode deixar, de lado, Toledo, com sua catedral gótica e os artesãos do ouro. E, em Lisboa, melhor que o bacalhau à moda – que por cá os há melhor – ouvir fado, saboreando um rosbife ao molho de vinho, dentre tantos outros prazeres, é programa para se gravar na memória. Realmente, viajar é preciso, até para constatar a existência de ‘’outro mundo’’, sem governantes corruptos, onde se trata o povo com respeito, dando-lhe educação e saúde dignas e onde o turista pode bater pernas pelas ruas, sem sobressalto. Em setembro, se o dólar deixar, vou à Alemanha, colher material para meu novo livro. Promessa que fiz a mim mesmo e ameaça aos que me honram, consumindo-se com meus escritos.

Afinal, hoje é sexta-feira, terno e gravatas deixados no armário, e até me delicio com a ironia, nada sutil, do Presidente da Petrobrás, que se declara satisfeito com o balanço da empresa, apesar de se ter registrado uma redução de 90%, no lucro. Satisfação de hiena, é claro. 

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