terça-feira, 25 de agosto de 2015

As correntes migratórias: qual a solução?

 A crise migratória deixou de ser problema europeu e passou a ter repercussão mundial. Sempre existiu essa tendência de povos pobres buscarem melhores condições de vida, em países desenvolvidos. Depois da primeira guerra mundial (1914-1918), os Estados Unidos eram o ‘’destino’’ dos que vinham tentar a sorte no ‘’novo mundo’’. Foi a época, principalmente, da imigração italiana. Depois, vieram os mexicanos, porto-riquenhos, orientais, sul americanos e, finalmente, cubanos, fugindo do terrorismo e do atraso da ilha de Fidel Castro. Estima-se, hoje, que cerca de 1/5 da população norte-americana é de estrangeiros, muitos vivendo na clandestinidade. À exceção dos italianos, que integram a cadeia produtiva, os demais povos ocupam sub empregos, desprezados, quer pelas condições de trabalho, quer pelos baixos salários, pelos cidadãos da terra, daí a inexistência de conflitos, no mercado de grandes oportunidades. Todavia, surgem graves problemas, no campo social, principalmente porque o Estado vê-se na contingência de fornecer saúde pública, cujo ‘’custo’’ recai sobre a população nativa. A Europa, em razão das constantes guerras no Oriente Médio e da progressiva miséria africana, vem sendo, literalmente, invadida por habitantes dessas regiões, gerando caos econômico e social. Só a Alemanha espera receber, neste ano, perto de 01 milhão pedidos de asilo. A Itália – vemos isto, todos os dias, pela TV – é, quase diariamente, tomada, pelo mar, por refugiados. A Chanceler alemã, Ângela Merkel propõe que a União Européia crie uma ‘’política de direito de asilo’’, que permita regularizar tão catastrófica situação. Por tal política, os refugiados seriam selecionados e os não aprovados seriam recambiados a seus países. Atualmente, Grécia e Itália recebem o maior número de refugiados – 150 mil, apenas nos últimos dois meses – mas existe a possibilidade, quase certeza, que tais correntes migratórias desloquem-se para outros países, trazendo imprevisíveis conseqüências sociais e econômicas. A experiência norte-americana, de criar barreiras à imigração, resultou inócua, porque forjada na base da repressão e é exatamente isto que a Chanceler alemã quer evitar. Afinal, a globalização, se veio para o bem, também veio para o mal. É grossa demagogia debater tal questão, limitando-a ao campo da ‘’fraternidade’’ e da ‘’comiseração’’. O problema é, essencialmente, econômico, porque, com os imigrantes, virão problemas sociais, para cuja solução o Estado tem que ‘’meter a mão do bolso’’, seja aumentando impostos, seja aviltando as políticas públicas, já existentes. A Alemanha – como sempre – sai na frente, com o racionalismo que a fez sobrepujar as intempéries de duas guerras.  

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