quarta-feira, 5 de agosto de 2015

Bancos, oásis de prosperidade, a meio à recessão

Alguma coisa deve estar errada, neste planejamento de recuperação econômica do País, que eu, ignorante em quase tudo e, muito mais em economia, não consigo entender. Como logo mais estarei com meu estimadíssimo Ministro Delfim Netto, vou beber na fonte do saber dele. Por que estou a dizer isto? Leio que o banco Itaú, que já obtivera, no primeiro trimestre, um lucro liquido de 06 bilhões, no segundo semestre repetiu o resultado. Leio, também, que o Bradesco pagou mais de 05 bilhões de dólares pelo HSBC, apenas em sua parte brasileira. A mim, ignorante, causa-me espanto que, com o País mergulhado na maior recessão de sua historia, os bancos possam obter lucros tão extraordinários. De onde vem essa enxurrada de lucros? A explicação não é muito complicada: segundo relatório do próprio Itaú, seu saldo na carteira de crédito (o que ele pode emprestar) é alguma coisa entorno de 225 bilhões. Em desconto de duplicata, os juros cobrados são da ordem de 1.5% ao mês, para clientes especiais (‘’personalité’’) e, para empréstimo pessoal, 2% ao mês, para clientes idem. Já no cheque especial os juros chegam a 200% ao ano. Por outro lado, a caderneta de poupança rende, para o poupador, não mais que 0.5% ao mês e o melhor investimento de longo prazo, não supera a 12% ao ano. Segundo a mesma fonte de informação, o índice de inadimplência, no semestre, não alcançou a 3% daquele lucro liquido e se estima que, pelo menos 50% dessa inadimplência seja recuperada, quer através de repactuações, quer através de cobrança judicial. Parece-me lógico, por ser justo e legal, que a carga tributaria incida sobre quem aufere maiores lucros. Seguindo tal lógica, cabe perguntar: por que o ajuste fiscal recaiu sobre o trabalhador, o aposentado, a industria e o comercio? Por que não se aumentar, de modo significativo, pelo menos enquanto perdurar a crise, a ‘’Contribuição sobre o Lucro Líquido’’ dos bancos e das instituições financeiras, em geral? A resposta se me afigura obvia: porque o ajuste fiscal está sob o comando de Joaquim Levy, preposto dos banqueiros, ele que é um deles. Vale dizer, repetindo o velho adágio, colocou-se a raposa para tomar conta do galinheiro. Este governo, que não é sério, nem competente, poderia ter constituído uma comissão – não mais que 05 membros -, representantes  dos principais segmentos, inclusive dos trabalhadores, que apresentaria um ‘’plano’’, este sim, que atendesse aos interesses de todos.

Esta é a marca registrada deste famigerado governo: privilegiar o interesse de poucos, em detrimento ao interesse de muitos. 

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