segunda-feira, 3 de agosto de 2015

Conselhos para os que chegam à velhice


Leio, na internet, que pesquisa realizada indica que 90% dos brasileiros têm medo do envelhecimento, por problemas de saúde, de memória, de solidão, de limitações físicas e de dificuldades financeiras. Eu, que já cheguei ‘’lá’’, posso dar algumas sugestões e passo a fazê-lo a essas 90% de pessoas:
1.     Não precisam ter medo, porque, a menos que morram antes – (o que, convenhamos, é muito pior), - vocês vão chegar à velhice e, como os fatos vão se sucedendo em velocidade, cada vez mais extraordinária, afirmo que a chamada ‘’terceira idade’’, começa, de fato, a partir dos 50. Querem alguns exemplos? Vamos lá: se, até os 50 vocês estão fora do mercado de trabalho, esqueçam, as portas estão definitivamente fechadas. Tratem de montar algum negócio, que tem tudo para dar errado. Se vocês estiverem solitários, com certeza assim permanecerão até o final dos tempos, ou, o que é pior, arranjarão um companheiro ou companheira, repleto(a) de frustrações e amarguras, tão intensas quanto as suas. E, se tiverem filhos de relações anteriores, esses ou os odiarão ou, na melhor das hipóteses, terão por vocês profundo desprezo.
2.     Quanto aos problemas de saúde, estes, com absoluta certeza, virão, com crescente intensidade. Por isso, previnam-se com um bom ‘’plano’’ que, de preferência, tenha como associado, hospital, próximo a sua residência, isto porque, certo males, como cálculo renal ou infarto, exigem pronto-atendimento. Imagine alguém, morando no Ipiranga e tendo, em seu plano de saúde, hospital situado em Santo Amaro. Tem tudo para não chegar vivo a este último local.
Quanto à inevitável perda de memória, sugiro alguns ‘’truques’’: se alguém olhar fixamente para você e você não tiver a menor lembrança de quem seja, sorria, angelicamente, para ela; se ela sorrir para você, apenas diga ‘’oi querido (ou querida) como vai?’’ E saia de perto o mais rapidamente possível, para não correr o risco de ela perguntar: ‘’você se lembra de mim?’’. E leve sempre consigo uma identificação (nome, endereço, telefone de parentes), para o caso de esquecer o caminho de volta para casa.
3.     Quanto à solidão, lembre-se de que ‘’antes só que mal acompanhado’’. E, conforme-se, assim como vocês fizeram com seus pais, seus filhos só virão visitá-lo,ocasionalmente, por breves minutos, ou se estiverem precisando de ajuda.
4.     Quanto às limitações físicas, que são inexoráveis, olhem para suas carteiras de identidade, antes de se aventurarem a uma ‘’pelada’’, de fim de semana, ou de ginástica ‘’puxada’’, na academia. Melhor as inúteis ‘’palavras cruzadas’’ ou um livro, que não exija reflexões ou esforço para entender a trama. Não se iludam: fisioterapia, inclusive acupuntura, não resolve, no máximo, ameniza essa dor muscular, que incomoda, até quando se se levanta do sofá. Operar o joelho ou a coluna, nem pensar! Qualquer ortopedista sério vai dizer que, nesta idade, a cirurgia não só não resolve, mas, até, agrava o problema. Melhor os relaxantes musculares que, pelo menos, ajudam a dormir. É claro que atacam o estômago, mas, que diabo, vocês não podem querer tudo!

5.     Quanto às dificuldades financeiras, como diriam nossos avós, ‘’é aí que a porca torce o rabo’’. Se vocês não conseguiram independência financeira, até os 50, esqueçam, a menos que acertem na ‘’mega cena’’, estão fadados às agruras de viver, ou melhor, sobreviver, com pífia aposentadoria. Abdiquem dos grandes prazeres, como beber um bom vinho, saborear um churrasco, em um restaurante de classe, que não seja esses nauseabundos rodízios, viagem para o exterior, etc, etc. Como não pagam transporte coletivo, passem pelas grandes avenidas, sentem nos bancos das praças, apreciando o pôr-do-sol, visitem monumentos históricos, enfim, desfrutem do lazer que nada custa. Agora, meu amigo, ou amiga, se você passou dos 50, sem emprego, sem dinheiro, sem aposentadoria, sem plano de saúde, com dores aqui e ali, aguardando um exame em hospital do SUS pra daqui a 06 meses, se não houver greve, se você for um solitário, sem família, aí só lhe resta uma alternativa: procure um edifício bem alto e salte. Todos os seus problemas estarão resolvidos, até porque... voar é com os pássaros. 

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