quinta-feira, 13 de agosto de 2015

A demissão do governo Dilma

A FIESP e a FIRJAN, as duas maiores entidades empresariais do País, fizeram publicar, nos jornais e revistas do último fim-de-semana, matéria, em que manifestam seu apoio à proposta, formulada pelo Vice-Presidente da República, Michel Temer, de se promover uma união nacional, envolvendo empresários, trabalhadores e partidos políticos, com o objetivo de evitar o caos econômico e preservar a estabilidade institucional do Brasil. Por outro lado, o noticiário, também do último fim-de-semana, dá-nos conta de jantar, realizado na residência do senador Tasso Jereissati, com a presença de vários lideres políticos, inclusive do Presidente do Senado, Renan Calheiros e onde se debateu o meio, a ser adotado, para a retirada de Dilma da Presidência. Juntemos os dois fatos – a manifestação das Federações e o jantar – e chegaremos à conclusão óbvia: a vacância da Presidência da República está em final de gestação. Para os que passaram dos 60, a comparação é inevitável: qual a diferença entre o clima de hoje e o ‘’pré’’ 1964? Esse último, contou com a decisiva participação das Forças Armadas que, hoje, pelo menos por enquanto, resta silente. Jango, ao contrário de Dilma, contava com forte apoio político: o PTB de Brizola e parte do PSD de Abelardo Jurema. Em 1964, ao contrario dos dias atuais, a ‘’estabilidade institucional’’ não era prioridade, bastava, afastado o Presidente, dar ao novo governo algum contorno de legalidade e, para isso, bons juristas ofereceram seus serviços. E, estabelecidas as diferenças, o que torna os dois momentos históricos, irmãos siameses? É que, em ambos, a crise econômica jogava e joga a população contra o governo. Em 1964, uma oposição aguerrida, competente soube galvanizar a opinião pública que exigiu a deposição de Jango. Quem duvidar, que consulte os jornais da época. Hoje, ao contrario, a opinião pública, asfixiada por uma economia em frangalhos e por crise moral, sem precedentes, impulsiona uma oposição vacilante a buscar uma solução ‘’institucional’’, já que os tempos modernos não mais admitem ‘’golpe de estado.’’ As revistas e os jornais, de hoje, repetem as manchetes, de ontem, o que faz, a nós, encanecidos, viajar no tempo. São tempos diferentes, mas são tempos semelhantes. É a historia, que teima em se repetir, quando suas lições não são aprendidas.

A menos que, para desgraça geral, aconteça o que preconizei no meu escrito de ontem. 

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