A menos que o imponderável me impeça, no dia 16 de agosto
próximo, lá estarei – como estive em março -, na Avenida Paulista, para a
grande manifestação cívica contra este governo, atolado na corrupção e na
incompetência administrativa. Nessa manifestação haverá de tudo, desde cantos
patrióticos, até pedidos de impeachment da Presidente, passando por
tresloucados, perdidos no tempo e no espaço, a pedirem o retorno dos militares
ao poder. Mas, como se tratará de festa cívica tudo será permitido – menos violência,
é claro – como o foi em março. Todavia, será uma festa e, como toda festa, tem
hora para terminar. E a mídia falará dos milhões – ou milhares – de pessoas,
que aqui e por todo o Brasil cantarão e gritarão palavras de ordem. E o que
resultará dessa festa? O governo, assustado, tomará algumas médicas inócuas; no
Congresso, parlamentares farão discursos inflamados. E daí? Passados alguns
dias, poucos dias, as vozes se calarão e tudo ficará como dantes. A grande
questão, que fica em aberto, é como se galvanizará a ‘’voz das ruas’’, seja para afastar a Presidente e sua ‘’entourage’’ de larápios, seja para
formar um grande arco de aliança, que nos tirará a todos desse buraco, que
parece não ter fim. Nós não somos a Grécia, não temos qualquer relevância geopolítica,
o que significa que, a não ser nós mesmos, ninguém se preocupa ou se interessa
por nós. Estamos cercados de desvalidos, países tão arruinados como nós. A ‘’voz das ruas’’, sem uma liderança que a
conduza a lugar seguro, que encaminhe soluções concretas, cairá no vazio, tal
qual aconteceu em março. É de se lamentar que, em hora tão crucial, tenhamos
uma oposição pífia, distante até mesmo de seus eleitores e que adote a equívoca
estratégia de ‘’fazer a Presidente
sangrar’’, como se o País pudesse esperar, por mais 03 anos, tal
derramamento de sangue. O dólar, impulsionado pelo fiasco do ajuste fiscal,
volta a subir; as companhias aéreas, seguindo o mesmo caminho da industria
automobilística, reduz vôos e demite funcionários; a dívida pública já encosta
em 03 trilhões de reais; o mercado projeta inflação de 9,5% (por enquanto); o
governo corta mais 10 bilhões no orçamento, mas promete liberar 02 bilhões em
emendas para garantir o apoio de deputados do ‘’baixo clero’’, além de liberar milhares de cargos para manter sua
frágil base aliada. Precisaremos de mais sangue derramado, para buscarmos
solução que nos permita ultrapassar tão inglório momento? Todavia, como ‘’a praça é do povo, como o céu é do condor
’’, como cantava o poeta, nela, em todas elas, estaremos, no próximo 16 de
agosto,para soltarmos nossa voz de indignação, pelo que esta escoria fez com o
Brasil.
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