quarta-feira, 27 de setembro de 2017

Ação, sem energia, é inação



Posso dar minha opinião, porque ocupei, por 03 anos, a cadeira de Diretor da Secretaria de Segurança Pública do Rio de Janeiro, sob o comando do General Edmundo Murgel. É claro que os tempos eram outros, o tráfico ainda não tinha se constituído na perigosa organização criminosa que se alastrou pelo País, constituindo verdadeiro governo paralelo. O certo é que, na época, dispúnhamos de informações, quanto à localização e movimentação dos chefes de quadrilhas, os quais eram encurralados e, como reagiam, eram “enviados ao arquivo”. Em nossa administração, o índice de criminalidade, no Rio de Janeiro, era um dos mais baixos do País. A partir do Governo Brizola que, para se eleger, fez pacto de convivência pacífica com os líderes das favelas, o tráfico de entorpecente e as milícias passaram a reinar. As favelas concentram cerca de 1/3 dos eleitores e, o que não nos interessava, passou a interessar. O filme “Tropa de Elite” retratou tal fato, com absoluta fidelidade: foram os interesses políticos que destruíram a segurança, no Rio. Fico estupefato que, após vários dias de ocupação das favelas cariocas, principalmente a “Rocinha”, haja poucos e inexpressivos marginais presos... e vivos. É inimaginável que o Exército, a Policia Militar e a Civil, dispondo de modernos sistemas de informação (que, nem de longe, dispúnhamos, à época), não sejam capazes de “higienizar” as favelas cariocas. Talvez fosse o caso de convocar, também, a Polícia Federal, cuja incontestável competência, vem sendo demonstrada na “operação lava-jato”, localizando contas secretas e interceptando mensagens telefônicas e eletrônicas. O Rio vive verdadeiro “estado de guerra”, onde não se deve ficar obstado em agir, por pruridos legais, como mandados de prisão e outras firulas que, se são necessárias para o cidadão comum, são irrelevantes para marginais, que não pensaram duas vezes, para executarem mais de 100 policiais. É inimaginável que o traficante “Nem”, preso, em presídio de segurança máxima, em Roraima, tenha comandado a guerra entre facções criminosas. Como e a quem deu ordem, são perguntas que já deviam estar esclarecidas. A violência, não só na “Rocinha”, mas também, nas demais favelas, coloca em risco a vida, principalmente, de seus moradores. Passou a hora de contemporizar. Talvez a melhor estratégia policial seja, determinar aos moradores da “Rocinha” que deixem suas casas por 72 horas – poderão ser abrigados, no Maracanã – e, na sequência, a Polícia e o Exército invadirem a favela, fazendo minudente pente-fino, nas moradias e nas matas, inclusive, respondendo fogo com fogo. Ação firme, na Rocinha, servirá de exemplo, para os marginais, ocupantes das demais favelas. Convém lembrar que, quando o furacão Irma estava por atingir a Flórida, o Governador daquele Estado determinou aos moradores das regiões de risco, que de lá se retirassem, sob pena de não lhes ser fornecido qualquer socorro, caso permanecessem. Parece-me que a situação da Rocinha é muito mais grave do que a passagem de um furacão.
Sem isto, quando o Exército retornar à base, a violência voltará, talvez, até, com mais intensidade.

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