Posso dar minha opinião, porque ocupei, por 03 anos, a
cadeira de Diretor da Secretaria de Segurança Pública do Rio de Janeiro, sob o
comando do General Edmundo Murgel. É claro que os tempos eram outros, o tráfico
ainda não tinha se constituído na perigosa organização criminosa que se
alastrou pelo País, constituindo verdadeiro governo paralelo. O certo é que, na
época, dispúnhamos de informações, quanto à localização e movimentação dos
chefes de quadrilhas, os quais eram encurralados e, como reagiam, eram “enviados ao arquivo”. Em nossa
administração, o índice de criminalidade, no Rio de Janeiro, era um dos mais
baixos do País. A partir do Governo Brizola que, para se eleger, fez pacto de
convivência pacífica com os líderes das favelas, o tráfico de entorpecente e as
milícias passaram a reinar. As favelas concentram cerca de 1/3 dos eleitores e,
o que não nos interessava, passou a interessar. O filme “Tropa de Elite” retratou tal fato, com absoluta fidelidade: foram
os interesses políticos que destruíram a segurança, no Rio. Fico estupefato
que, após vários dias de ocupação das favelas cariocas, principalmente a “Rocinha”,
haja poucos e inexpressivos marginais presos... e vivos. É inimaginável que o
Exército, a Policia Militar e a Civil, dispondo de modernos sistemas de informação
(que, nem de longe, dispúnhamos, à época), não sejam capazes de “higienizar” as favelas cariocas. Talvez
fosse o caso de convocar, também, a Polícia Federal, cuja incontestável
competência, vem sendo demonstrada na “operação
lava-jato”, localizando contas secretas e interceptando mensagens
telefônicas e eletrônicas. O Rio vive verdadeiro “estado de guerra”, onde não se deve ficar obstado em agir, por
pruridos legais, como mandados de prisão e outras firulas que, se são
necessárias para o cidadão comum, são irrelevantes para marginais, que não
pensaram duas vezes, para executarem mais de 100 policiais. É inimaginável que
o traficante “Nem”, preso, em
presídio de segurança máxima, em Roraima, tenha comandado a guerra entre
facções criminosas. Como e a quem deu ordem, são perguntas que já deviam estar
esclarecidas. A violência, não só na “Rocinha”,
mas também, nas demais favelas, coloca em risco a vida, principalmente, de seus
moradores. Passou a hora de contemporizar. Talvez a melhor estratégia policial
seja, determinar aos moradores da “Rocinha”
que deixem suas casas por 72 horas – poderão ser abrigados, no Maracanã – e, na
sequência, a Polícia e o Exército invadirem a favela, fazendo minudente
pente-fino, nas moradias e nas matas, inclusive, respondendo fogo com fogo. Ação
firme, na Rocinha, servirá de exemplo, para os marginais, ocupantes das demais
favelas. Convém lembrar que, quando o furacão Irma estava por atingir a
Flórida, o Governador daquele Estado determinou aos moradores das regiões de
risco, que de lá se retirassem, sob pena de não lhes ser fornecido qualquer
socorro, caso permanecessem. Parece-me que a situação da Rocinha é muito mais
grave do que a passagem de um furacão.
Sem isto, quando o Exército retornar à base, a violência
voltará, talvez, até, com mais intensidade.
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