Esta história da “carne
fraca”, ainda vai render muito “pano
para manga”. Ao que parece, a Polícia Federal, revestida, desde a primeira
fase da “lava jato”, de guardiã da
moralidade pública e investida de poderes imperiais, agiu de forma açodada, sem
se valer do apoio de técnicos especializados. O resultado está aí: um dos mais
importantes segmentos de nosso mercado internacional impedido de exportar seu
produto. Estive, ontem, com importante economista, consultor da FIESP, que me
disse estar sendo o prejuízo contado em bilhões de dólares, que o setor não
recupera o mercado internacional em menos de 02 anos e que, em decorrência,
advirão desemprego e queda de arrecadação. A reportagem, divulgada pelo “Fantástico” do último domingo, trouxe
depoimentos de médicos e peritos, afirmando que os produtos químicos,
adicionados à carne e identificados na “operação”,
o vem sendo, há décadas, sem existência de qualquer indicador científico de que
sejam prejudiciais à saúde. É claro que, aqui e ali, pode ter havido
irregularidades pontuais, camufladas com o auxílio de fiscais corruptos, todos
a merecerem severas reprimendas, principalmente por estar em jogo a saúde
pública. Todavia, agora, com os fatos esclarecidos, tais irregularidades não
justificavam a mega operação policial que envolveu os maiores frigoríficos do País – alguns com
meio século de atuação – e que, pelo menos por enquanto, fechou as portas do
mercado internacionais para essas empresas, com os prejuízos colaterais – queda
de arrecadação e desemprego – aqui já apontados. E o mais absurdo é que esta
desastrada operação iniciou-se com denúncia de um funcionário do Ministério da
Agricultura, sem se apurar a consistência de tal denúncia e a motivação de quem a fez. E mais absurdo
ainda que nem o Presidente da República, nem o Ministério da Justiça – a quem a
Polícia Federal está subordinada -, nem o Ministério da Agricultura, a quem aquele setor produtivo está ligado,
foram consultados antes que a “operação”
fosse deflagrada, o que reflete a tibieza e a desmoralização do Poder
Executivo. O certo é que a “lava jato”
inaugurou um poder paralelo, que se
superpõe aos Poderes, constitucionalmente constituídos. A história, que teima
em nos dar lições, quase nunca aprendidas, revela que esta exdrúxula instituição já existiu, no passado e se
chamava Gestapo. Só que ela era, acima de todos, comandada por tresloucado
líder. Aqui, ela corre solta, lidera a si própria e até goza da simpatia de boa
parte da população e da mídia. Aquele líder alemão também desfrutava de
expressivo apoio popular e se chamava Adolf Hitler.
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