quarta-feira, 22 de março de 2017

A carne louca da Polícia Federal



Esta história da “carne fraca”, ainda vai render muito “pano para manga”. Ao que parece, a Polícia Federal, revestida, desde a primeira fase da “lava jato”, de guardiã da moralidade pública e investida de poderes imperiais, agiu de forma açodada, sem se valer do apoio de técnicos especializados. O resultado está aí: um dos mais importantes segmentos de nosso mercado internacional impedido de exportar seu produto. Estive, ontem, com importante economista, consultor da FIESP, que me disse estar sendo o prejuízo contado em bilhões de dólares, que o setor não recupera o mercado internacional em menos de 02 anos e que, em decorrência, advirão desemprego e queda de arrecadação. A reportagem, divulgada pelo “Fantástico” do último domingo, trouxe depoimentos de médicos e peritos, afirmando que os produtos químicos, adicionados à carne e identificados na “operação”, o vem sendo, há décadas, sem existência de qualquer indicador científico de que sejam prejudiciais à saúde. É claro que, aqui e ali, pode ter havido irregularidades pontuais, camufladas com o auxílio de fiscais corruptos, todos a merecerem severas reprimendas, principalmente por estar em jogo a saúde pública. Todavia, agora, com os fatos esclarecidos, tais irregularidades não justificavam a mega operação policial que envolveu  os maiores frigoríficos do País – alguns com meio século de atuação – e que, pelo menos por enquanto, fechou as portas do mercado internacionais para essas empresas, com os prejuízos colaterais – queda de arrecadação e desemprego – aqui já apontados. E o mais absurdo é que esta desastrada operação iniciou-se com denúncia de um funcionário do Ministério da Agricultura, sem se apurar a consistência de tal denúncia  e a motivação de quem a fez. E mais absurdo ainda que nem o Presidente da República, nem o Ministério da Justiça – a quem a Polícia Federal está subordinada -, nem o Ministério da Agricultura,  a quem aquele setor produtivo está ligado, foram consultados antes que a “operação” fosse deflagrada, o que reflete a tibieza e a desmoralização do Poder Executivo. O certo é que a “lava jato” inaugurou um poder paralelo,  que se superpõe aos Poderes, constitucionalmente constituídos. A história, que teima em nos dar lições, quase nunca aprendidas, revela que esta exdrúxula  instituição já existiu, no passado e se chamava Gestapo. Só que ela era, acima de todos, comandada por tresloucado líder. Aqui, ela corre solta, lidera a si própria e até goza da simpatia de boa parte da população e da mídia. Aquele líder alemão também desfrutava de expressivo apoio popular e se chamava Adolf Hitler.

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