sexta-feira, 17 de outubro de 2014

Sobre o Vestibular
Concordo com o falecido Roberto Campos, quando ele afirma que a experiência se assemelha a uma “lanterna de popa”, a iluminar, inutilmente, para trás. Via de regra, quando alguém começa uma frase, dizendo “no meu tempo”, apenas atesta que seu prazo de validade venceu. Mas, hoje, sinto-me impelido a falar do passado, em razão da matéria, veiculada pela última edição da Revista “Veja”, versando sobre as dificuldades, a serem enfrentadas este ano, pelos vestibulandos. No meu tempo, o vestibular era dividido em 03 áreas distintas: humanas (para quem pretendesse ingressar em Faculdade de Direito, Ciências Sociais, Letras e carreiras afins); exatas (para quem pretendesse cursar Engenharia e carreiras afins); e biomédicas, (para quem se direcionasse para Medicina e assemelhadas). O nível de exigência, por matéria, ficava a depender da opção do candidato. Por exemplo: exigia-se muito mais conhecimento de Português de quem optara por “humanas”, do que de quem optara por “exatas”, inexistindo matemática, física, química e biologia, para quem fosse para a área de humanas. Essa sistemática – ainda utilizada nos Estados Unidos – permite que o candidato se aprofunde nas matérias, voltadas para seu interesse específico. Por que e para que advogado precisa saber sobre “equação, com números irracionais”? E para que o médico ou engenheiro precisa saber sobre as características do realismo português ou as 13 funções da palavra “que”? O vestibular de hoje é um acumular de conhecimento inútil e transitório, a merecer urgente reformulação ou, então, desaparecer de vez, utilizando-se outros critérios para aferir a capacitação necessária ao ingresso, em uma Faculdade. E assim deve ser porque quanto mais conhecimento especifico o estudante reunir, melhor será seu rendimento no curso superior e, via de conseqüência, maior sua habilitação para ingressar no mercado de trabalho. Conhecimento genérico, em tempos cibernéticos, basta acessar o “Google” para adquiri-los.

  

Nenhum comentário:

Postar um comentário