quinta-feira, 30 de outubro de 2014

São Judas e a Megera

Tenho hábito dominical de ir até o Santuário de São Judas Tadeu, de quem sou devoto, agradecer a proteção e continuar pedindo, como convém a quem sabe que, sozinho, é difícil tocar o barco. Certa vez, lá encontrei um amigo. Sua esposa o trocara por outro e ele fora pedir ao Santo que ela fosse infeliz. Pensei em dizer-lhe que o Santo era do bem, não atuava para prejudicar. Melhor procurar a umbanda, que tem “Exu”, missionário do mal. Preferi calar-me, não dar conselhos negativos e entender o ódio do amigo, que passaria com o tempo, como, ao que tudo indica, passou. Anteontem, 28, foi dia de homenagear São Judas, considerado o Santo das causas impossíveis. Pois não é que me peguei pedindo o mal da megera, que se elegera? O certo é que, desde domingo, às 09 da noite, não vejo, não escuto, nem leio noticiário. Proclamado o resultado (que, tenho certeza, foi fraudado), mudei de canal para um, onde estava passando “Tropa de Elite”. Imaginei o Capitão Nascimento invadindo o Planalto e “comendo” a megera e seus asseclas na bala. Puro devaneio! Precisei tomar um “lexotan” para dormir e, mesmo assim, dormi mal, acordei com o dia nascendo, ainda inconformado, não sei quando e se vai passar. Perder no nordeste era esperado, pelas esmolas públicas lá distribuídas. Compra disfarçada de votos. Perder no Rio, tudo bem. O Rio é como mulher bonita e desejável. É para ver e usufruir, jamais tentar entender. Lá ganhou um tal “Pezão”, que foi vice no Sérgio Cabral, execrado por cariocas e fluminenses. Não disse? é mulher bonita e desejável, impossível levar a serio. Mas doeu Minas Gerais, a minha terra. É certo que de lá sai no começo dos anos 60 e, depois de 1971, quando faleceu meu cunhado, nunca mais voltei. Mas minha cidade tinha uma história de liberdade. Fora fundada por Teófilo Benedito Otoni, precursor da República, que lá se refugiou perseguido por Duque de Caxias, a mando do Imperador D. Pedro II. Minha região era a base eleitoral de Tristão da Cunha, avô paterno de Aécio, como, também o foi de seu pai. Pois um consagrado jornalista paulistano, amigo queridíssimo de meio século, informa-me que Aécio perdeu em minha região. Pode? Tomei algumas medidas para me apascentar: segunda feira “assassinei” a megera. Ontem, “matei-a” de infarto. É a força do pensamento negativo. Vai ver pega e eu vou para a Avenida Paulista comemorar. Pensei em romper com meu irmão petista. No período infanto juvenil, sem motivos, ficamos bom período sem nos falar. Agora, teria excelente motivo. Mas vou me vingar de forma mais violenta: no próximo mês, publico meu terceiro livro, dedicado a ele, até porque me inspirei em parte da vida dele, para desenvolver o tema. Quem o ler e não gostar, deverá colocar a culpa nele. Estarei vingado. A vitória da megera trouxe uma única conseqüência positiva: descobri defeito em amigo, que imaginava sem defeito. Trata-se do advogado Braz Martins que, além de competentíssimo, é o mais ético dos profissionais, em uma profissão, onde a ética não é o forte. Pois Braz é nosso Catão e, no fundo, todos queríamos ser como ele. Pois não é que descubro, por e-mails dele recebidos, que Braz é simpatizante da megera? Mesmo assim, continuarei seu amigo, porque é título de que não se pode abdicar. Quanto à megera, olho para a imagem de São Judas Tadeu, na mesinha ao lado. Ele sabe o que desejo a ela.

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