quinta-feira, 21 de agosto de 2014

Turismo: outra goleada sofrida.

O “Jornal da Cultura”, edição da última terça feira, noticiou que, segundo dados de entidade internacional, dentre os 25 países economicamente mais desenvolvidos, o Brasil ocupa o 24º lugar, em turismo, atrás, por exemplo, do Irã e da Argentina. Por que mais essa goleada? Afinal, temos um dos mais belos e extensos litorais do mundo; a Amazônia e o Pantanal Matogrossense constituem riquezas e belezas aos amantes da natureza selvagem; o Rio de Janeiro continua lindo, como lindas são outras cidades de nosso rincão. Somado a tudo isso, desconhecemos grandes cataclismas, como vulcões, terremotos, furacões, etc. Argumentam alguns que a causa determinante desse absenteísmo turístico é a insegurança pública. Não creio, pois no México há tanta violência quanto no Brasil e aquele País está bem mais bem colocado. E quanto ao Irã, no olho do furacão do Oriente Médio, sem comentários. Não sou especialista no assunto, apenas viajante contumaz, mais “estático”, ultimamente, porque a grana anda curta. Todavia, identifico duas causas determinantes, colocadas, não necessariamente em ordem de importância: a falta de infra estrutura e o excessivo preço de hospedagem e alimentação, em nossos principais pontos turísticos. Não podemos perder de vista que a grande massa de viajantes pertencem à classe média e que programam, financeiramente, suas viagens. Quanto à falta de infra estrutura, basta lembrar que, em trens luxuosos, cruza-se a Europa. No Brasil, o turista que, em estando em São Paulo quiser conhecer Fortaleza, somente poderá fazê-lo de avião, cujo preço da passagem supera a do trecho Rio – Buenos Aires ou São Paulo – Miami. De automóvel, a viagem torna-se inviável, não só pela distancia, mas também porque nossas estradas, fora do Estado de São Paulo, estão em estado deplorável e os hotéis, ao longo delas, são verdadeiras pocilgas. Quem já viajou pelo interior dos Estados Unidos, por certo, conheceu os motéis (que lá tem conotação diferente daqui), espalhados ao longo das rodovias, a oferecerem total conforto e segurança aos hospedes. Outro ponto negativo é o elevado preço de passagens, hotéis e restaurantes, que afugenta o turista. Apenas por curiosidade, passei ontem, por uma agencia da CVC, ao lado de meu escritório e constatei que fica mais barato ir a qualquer outro País da America do Sul, ao Caribe e mesmo a Miami ou Nova York do que ir a Manaus. Por 100 dólares (mais ou menos 220 reais) duas pessoas comem na melhor churrascaria de Buenos Aires, enquanto, em São Paulo, gastarão, no mínimo, o dobro. Por 200 euros (cerca de 500 reais) pode-se hospedar, com todo conforto, em um hotel muito bom, próximo ao Arco do Triunfo ou ao lado do Jardim de Luxemburgo e da Sorbonne, em Paris. Pelo mesmo preço, no Rio de Janeiro, o máximo que se consegue é um hotel “meia boca”, no fundo de Copacabana, encostado à favela do “Pavãozinho”. Por essa razão, no último ano, o brasileiro gastou quase 02 bilhões de dólares, em suas andanças pelo exterior, enquanto, no Brasil a conta turismo não alcançou a metade daquele valor. Fica a pergunta: para que servem o Ministério do Turismo e a Embratur?

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