Turismo: outra goleada sofrida.
O “Jornal da Cultura”,
edição da última terça feira, noticiou que, segundo dados de entidade
internacional, dentre os 25 países economicamente mais desenvolvidos, o Brasil
ocupa o 24º lugar, em turismo, atrás, por exemplo, do Irã e da Argentina. Por
que mais essa goleada? Afinal, temos um dos mais belos e extensos litorais do
mundo; a Amazônia e o Pantanal Matogrossense constituem riquezas e belezas aos
amantes da natureza selvagem; o Rio de Janeiro continua lindo, como lindas são
outras cidades de nosso rincão. Somado a tudo isso, desconhecemos grandes
cataclismas, como vulcões, terremotos, furacões, etc. Argumentam alguns que a
causa determinante desse absenteísmo turístico é a insegurança pública. Não
creio, pois no México há tanta violência quanto no Brasil e aquele País está
bem mais bem colocado. E quanto ao Irã, no olho do furacão do Oriente Médio,
sem comentários. Não sou especialista no assunto, apenas viajante contumaz,
mais “estático”, ultimamente, porque
a grana anda curta. Todavia, identifico duas causas determinantes, colocadas,
não necessariamente em ordem de importância: a falta de infra estrutura e o
excessivo preço de hospedagem e alimentação, em nossos principais pontos
turísticos. Não podemos perder de vista que a grande massa de viajantes
pertencem à classe média e que programam, financeiramente, suas viagens. Quanto
à falta de infra estrutura, basta lembrar que, em trens luxuosos, cruza-se a
Europa. No Brasil, o turista que, em estando em São Paulo quiser conhecer
Fortaleza, somente poderá fazê-lo de avião, cujo preço da passagem supera a do
trecho Rio – Buenos Aires ou São Paulo – Miami. De automóvel, a viagem torna-se
inviável, não só pela distancia, mas também porque nossas estradas, fora do
Estado de São Paulo, estão em estado deplorável e os hotéis, ao longo delas,
são verdadeiras pocilgas. Quem já viajou pelo interior dos Estados Unidos, por
certo, conheceu os motéis (que lá tem conotação diferente daqui), espalhados ao
longo das rodovias, a oferecerem total conforto e segurança aos hospedes. Outro
ponto negativo é o elevado preço de passagens, hotéis e restaurantes, que
afugenta o turista. Apenas por curiosidade, passei ontem, por uma agencia da
CVC, ao lado de meu escritório e constatei que fica mais barato ir a qualquer
outro País da America do Sul, ao Caribe e mesmo a Miami ou Nova York do que ir
a Manaus. Por 100 dólares (mais ou menos 220 reais) duas pessoas comem na
melhor churrascaria de Buenos Aires, enquanto, em São Paulo, gastarão, no
mínimo, o dobro. Por 200 euros (cerca de 500 reais) pode-se hospedar, com todo
conforto, em um hotel muito bom, próximo ao Arco do Triunfo ou ao lado do
Jardim de Luxemburgo e da Sorbonne, em Paris. Pelo mesmo preço, no Rio de
Janeiro, o máximo que se consegue é um hotel “meia boca”, no fundo de Copacabana, encostado à favela do “Pavãozinho”. Por essa razão, no último
ano, o brasileiro gastou quase 02 bilhões de dólares, em suas andanças pelo
exterior, enquanto, no Brasil a conta turismo não alcançou a metade daquele
valor. Fica a pergunta: para que servem o Ministério do Turismo e a Embratur?
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