A campanha real e a ideal
A campanha eleitoral chegou às ruas, através de cartazes
espalhados nos canteiros e às casas, através da televisão. Tornou-se, digamos,
mais higiênica, sem muros pichados e sem papeis de candidatos sugando as vias
publicas. Ainda se ouvem carros de som, em decibéis acima do permitido por lei,
a gritarem loas a esse ou aquele candidato. Todavia, por outro lado, a campanha
vai sinalizando para duas melancólicas direções: os cargos legislativos não
despertam qualquer interesse dos eleitores, apesar de sua relevância. Afinal, é
de lá que saem as leis, que vão reger nosso cotidiano. A verdade é que a
leniência e a corrupção do Poder Legislativo geraram o descrédito e desse
decorreu o desinteresse. A conclusão óbvia é que, como sempre, serão eleitos os
candidatos proprietários de “currais”
eleitorais, chamados, eufemisticamente de “bases
eleitorais”. Esses eleitores, com larga antecedência, são agraciados com
mimos, como churrascos regados a cerveja e, assim, vão estabelecendo vinculo “filosófico” com o candidato, daí, quando
chega o dia da eleição, é voto certo. Não vou invocar os grandes lideres
políticos do passado, os que não cambiavam seus ideais e princípios por cargos
e negociatas. Sem saudosismo, apenas constato que a representação política
mudou... para pior, daí o desinteresse popular. Quanto à eleição majoritária,
Presidente e Governador, prenuncia-se o emprego de moderníssimos métodos, não
para exibir a plataforma de governo, mas para vilipendiar o adversário.
Forma-se verdadeiro exercito de internautas, encarregado de deturpar opinião de
jornalistas e do adversário. Recentemente, veiculação análoga saiu dos
computadores do Palácio do Planalto e a Presidente Dilma, seguindo exemplo de
seu antecessor, afirma que nada sabia e vai promover “rigorosa investigação”. (?) Adversários do Governador Alckmin,
seguindo velho principio de que “quanto
pior, melhor”, torcem para que a seca se prolongue, obrigando a um
racionamento generalizado, o que – esperam – desgaste a candidatura do mesmo.
Não mais o embate de idéias, mas a “casca
de banana”, colocada, subrepticiamente, à frente. Como ainda temos 2 meses
de campanha pela frente, fica a esperança de que os candidatos ouçam menos seus
marqueteiros e se voltem para os reais anseios da população.
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