terça-feira, 12 de agosto de 2014

A campanha real e a ideal

A campanha eleitoral chegou às ruas, através de cartazes espalhados nos canteiros e às casas, através da televisão. Tornou-se, digamos, mais higiênica, sem muros pichados e sem papeis de candidatos sugando as vias publicas. Ainda se ouvem carros de som, em decibéis acima do permitido por lei, a gritarem loas a esse ou aquele candidato. Todavia, por outro lado, a campanha vai sinalizando para duas melancólicas direções: os cargos legislativos não despertam qualquer interesse dos eleitores, apesar de sua relevância. Afinal, é de lá que saem as leis, que vão reger nosso cotidiano. A verdade é que a leniência e a corrupção do Poder Legislativo geraram o descrédito e desse decorreu o desinteresse. A conclusão óbvia é que, como sempre, serão eleitos os candidatos proprietários de “currais” eleitorais, chamados, eufemisticamente de “bases eleitorais”. Esses eleitores, com larga antecedência, são agraciados com mimos, como churrascos regados a cerveja e, assim, vão estabelecendo vinculo “filosófico” com o candidato, daí, quando chega o dia da eleição, é voto certo. Não vou invocar os grandes lideres políticos do passado, os que não cambiavam seus ideais e princípios por cargos e negociatas. Sem saudosismo, apenas constato que a representação política mudou... para pior, daí o desinteresse popular. Quanto à eleição majoritária, Presidente e Governador, prenuncia-se o emprego de moderníssimos métodos, não para exibir a plataforma de governo, mas para vilipendiar o adversário. Forma-se verdadeiro exercito de internautas, encarregado de deturpar opinião de jornalistas e do adversário. Recentemente, veiculação análoga saiu dos computadores do Palácio do Planalto e a Presidente Dilma, seguindo exemplo de seu antecessor, afirma que nada sabia e vai promover “rigorosa investigação”. (?) Adversários do Governador Alckmin, seguindo velho principio de que “quanto pior, melhor”, torcem para que a seca se prolongue, obrigando a um racionamento generalizado, o que – esperam – desgaste a candidatura do mesmo. Não mais o embate de idéias, mas a “casca de banana”, colocada, subrepticiamente, à frente. Como ainda temos 2 meses de campanha pela frente, fica a esperança de que os candidatos ouçam menos seus marqueteiros e se voltem para os reais anseios da população.

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