segunda-feira, 1 de fevereiro de 2016

Cumprimentos e lembranças



Vou a uma Delegacia Especializada tratar de assunto do meu interesse. O Delegado Titular, que ocupou o cargo por vários anos, foi promovido graças a sua capacidade e honradez, acima de qualquer suspeita. Dignifica a Polícia Paulista e, dentre tantas operações realizadas, sem alarde e sem holofotes, desbaratou a máfia dos fiscais da Prefeitura e do ICMS. Guardem este nome: Luiz Storn. Tem tudo para ser Secretário de Segurança, se buscarem um homem probo e competente. Mas, chego na Delegacia e encontro outro Delegado sentado na cadeira, que se levanta, com um sorriso largo, quando entro na sala: é meu conhecido, de larga data. Jovem, dinâmico e competente... e santista roxo. Lembrei-me de que, em seu gabinete anterior, guardava um ‘’mini-museu’’ do Santos. Indaguei onde estava e ele me levou até a estante, onde, dentre várias peças preciosas, há um pequeno quadro daquele majestoso Santos, dos anos 60 que além de Gilmar, no gol e Zito, no meio-campo, tinha aquele ataque com Dorval, Mengalvio, Coutinho, Pelé e Pepe. O quadro contém o autógrafo de todos os jogadores e, ao que parece, foi herança do pai. Naquele momento, o Inquérito perdeu a importância e eu fiquei a contar ao Dr. Luiz Carlos (é o nome do Delegado) alguns fatos, envolvendo o Santos de seu coração, que eu presenciei, das arquibancadas do Maracanã ou do Pacaembu. Sou Botafogo fanático e também coleciono meus ‘’troféus’’, como a camisa do Jairzinho, ganha do próprio, em 1970 e que arderá comigo. Viajo ao Maracanã e me lembro – suprema humilhação – do ‘’chapéu’’ que Pelé deu em Manga, para, depois, marcar mais um gol, em uma partida que termináramos o primeiro tempo, ganhando de 2x0 que se encerrou 4x2 para o Santos. Dessas viradas fatídicas, recordei-lhe um Corinthians e Santos, no Pacaembu, onde fui, levado pelo saudoso Nelson, que nos deixou, no ano passado. Já fazia uma década que o Corinthians não vencia o Santos e meu amigo ‘’sentia’’ que aquele seria o domingo da virada. E parece que seria mesmo, porque o primeiro tempo terminara 3x0 para o Corinthians. A massa torcedora queria, mais, exigia goleada acachapante, que redimisse os 10 anos de humilhação. Acho que os gritos da torcida corintiana irritaram Pelé e companhia e, no segundo tempo, Heitor (acho que era este o nome do goleiro do time do ‘’Parque São Jorge’’) buscou a bola 8 vezes, no fundo das redes. O Dr. Luiz Carlos, nascido depois daquela época, fez um ar de tristeza por não ter visto aquele Santos e eu uma forte dor no peito, por me lembrar do Botafogo de então e este, de hoje.

Quanto ao Dr. Luiz Carlos, com o vigor de sua juventude, mas com experiência já acumulada, tenho convicção que executará  sólido trabalho, como novo titular da ‘’Delegacia de Lavagem de Dinheiro e Ocultação de Bens e Valores’’.

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