quinta-feira, 4 de fevereiro de 2016

Diálogos pra lá de prováveis

Cena 01 (28.01.2016)
Dilma: ‘’Lula, meu querido, estou sem rumo. Logo, logo o Congresso volta, vai ser chumbo pra todo lado e, sem o ajuste fiscal acabo sendo despejada.”’
Lula: ‘’calma, minha flor, o problema é que você é muito turrona, não ouve ninguém, quer resolver tudo sozinha, acha que sabe tudo. Por que você não se aconselha com o Delfim, que sabe tudo de economia, tem a confiança do empresariado e, apesar do peso, tem tremendo jogo de cintura?’’
Dilma: ‘’mas será que ele me atende, ele, que trabalhou nos governos militares e eu, do outro lado, lutando para derrubá-los?’’
Lula:’é claro que ele atende, não está preso ao passado. Até me disse, uma vez que era socialista Fabiano. Não sei bem quem é esse tal de Fabiano, pelo jeito deve ter sido professor do homem e meio chegado a comunista. O Delfim é gente boa e muito me orientou, quando assumi o governo. Ele me ensinou, por exemplo, que comercio exterior não é a venda dos produtos por ambulantes, fora das lojas, como eu pensava. O pessoal ia lá no meu gabinete e falava em ‘commodities’’ e ‘’produtos primários’’ e eu achava que estavam falando de pessoas acomodadas que só fizeram o curso primário. Eu até ficava meio na bronca, eu que mal completei o curso primário, mas nunca fui acomodado. Aí, o Delfim me explicou e, na época, eu entendi, mas já me esqueci, só sei que tem a ver com negociação de produtos agropecuários, minérios e outras coisas. Outra vez, vieram me falar que os juros dependiam de uma reunião do Copom. Fiquei apavorado, achando que tinha a ver com o DOPS. Liguei pro Tuma, que ainda tava vivo e, como não o encontrei, liguei pro Delfim. Dei um suspiro de alivio, quando ele me explicou que é um órgão do Banco Central que define a política da taxa de juros. Gente fina o Delfim. Se hoje posso cobrar 200 mil dólares por palestra, devo muito a ele. Querida, liga, pode usar meu nome, que ele vai ajudar você a sair dessa roubada.’’
Cena 02 (29.01.2016)

Dilma:’Gostaria de falar com o Ministro Delfim Netto?’’
Secretária do Delfim (com voz de ‘’poucos amigos’’): ‘’quem quer falar com ele? Ele está ocupado, não sei se vai poder atender!’’
Dilma: ‘’Diga que é a Dilma!’’
Secretária (já perdendo a pouca paciência): ‘’Dilma de onde, minha senhora? Você é jornalista, vendedora?’’
Dilma:’Eu sou a Dilma, presidente da República.’’
Secretária: ‘’Ah bem, mas a senhora liga daqui a meia hora, porque, agora, ele está falando com o José Paulo, da rádio Bandeirantes e, quando fala com esse jornalista, não atende nem o Papa’’.
Dilma (meia hora depois):’Será que agora dá pra falar com o Ministro?’’
Secretária: ‘’Vou passar a ligação, mas vê se não demora, porque ele vai provar ternos e o alfaiate já está esperando.’’
Dilma: ‘’Ministro, obrigada por me atender, mas estou confusa, o Nelson é fraquinho e o Lula sugeriu que eu consultasse o senhor’’.
Delfim: ‘’Estou às ordens, presidente. Pra começar, a senhora deve comparecer à sessão do Congresso, fazer as reverencias de praxe e, com humildade, conclamar deputados e senadores a fazerem parceria com o governo, para superar a crise. Sobre as questões pontuais, quando a senhora vier a São Paulo, passe aqui, no Pacaembu (não, não é no estádio, é no meu escritório), que eu lhe dou o caminho das pedras.’’
Dilma: ‘’Obrigada, Ministro e desculpe pelo passado.’’
Delfim: ‘’Não tem de que, presidente, afinal, à época a senhora era muito jovem e jovem é inconseqüente mesmo.’’

Pano Rápido: Dilma, na sessão solene do Congresso Nacional: ‘’Senhores e Senhoras Senadores e Deputados: Conclamo V Excias. a formarem parceria com o governo, objetivando superarmos a crise econômica que nos assola.’’ 

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