terça-feira, 2 de fevereiro de 2016

‘’Começar de novo’’



Hoje, 02 de fevereiro, dia em que se homenageia Iemanjá e abre, oficialmente, o carnaval da Bahia (sim, porque o carnaval baiano, na verdade, dura o ano inteiro), as instituições – o Supremo Tribunal Federal e o Congresso Nacional- voltam a funcionar. Durante as férias de janeiro, o Ministério da Saúde declarou-se derrotado pelo Zika Vírus, Lula enrolou-se, ainda mais com seu triplex, no Guarujá e seu sítio, em Atibaia, novas contas de Eduardo Cunha, no exterior, foram descobertas e Dilma e seus asseclas articularam para boicotar o impeachment. Quem pode fugir para as praias ou esquiar no Colorado ou na Suíça, afastou-se deste mau cheiro que continuou exalando de Brasília. Quem – como este que vos fala – precisou continuar matando um leão por dia, obrigou-se a respirar este ar nauseabundo de um País que teima em regredir em tudo, menos em corrupção, onde avançamos 05 casas. Pessoalmente, acho que o impeachment  ‘’gorou’’, primeiro, porque foi capitaneado pelas imundas mãos do Presidente da Câmara; segundo, porque temos uma oposição pífia, sem um líder de expressão nacional; terceiro, porque o Planalto, hábil na arte de corromper, abriu a ‘’burra’, distribuindo cargos e vantagens aos adversários que não perderam tempo e mudaram de barco. Não duvido que todas as mediadas impopulares – como a ressurreição da CPMF – sejam aprovadas. Este Congresso é o mais corrupto de nossa história e, a esta altura, seu abjeto Presidente, Renan Calheiros, já deve ter negociado sua exclusão da ‘’lava jato’’, em troca de apoio incondicional ao Planalto. É a velha e conhecida política do ‘’é dando que se recebe’’, que gerou e continuará gerando tantos malefícios ao Brasil. E a crise econômica, a inflação e o desemprego crescentes, como ficam? Ficam do jeito que está, com tendência a piorar, já que o cenário internacional também não nos ajuda. Brasília está distante do Brasil e a rela extensão de nossos problemas chega lá distorcida, ao sabor dos interesses do Governo. Brasília, digo e repito, não tem povo, ou, se tem, este não conta, pois quem conta são os que estão no poder ou gravitam entorno dele. Quem conta, quem decide, habita o ‘’Plano Piloto’’, com suas mansões, à beira do ‘’Paranoá’’, ou seus apartamentos de luxo. A plebe ignara foi escorraçada para as cidades-satélites, versão um pouco melhorada das favelas cariocas e paulistas e distantes, hora ou mais, do centro das decisões. A própria operação ‘’lava jato’’ vai perdendo força e, sem esforço, prevejo que se transformará em pálido esguicho, quando chegar nas Tribunais Superiores. Aposto um doce que não terão coragem de colocar a mão em Lula e não me surpreenderei se ele ainda sair dessa como herói, em condições de disputar e ganhar as eleições presidenciais de 2018. Afinal, quem nasce para Venezuela jamais será uma Alemanha. De minha parte, chego ao final da estrada, sem nutrir qualquer expectativa de ver o Brasil sair deste medíocre terceiromundismo, lamentando pelos filhos e netos que aqui continuarão vivendo tendo que, cumprindo a maldição bíblica, ganhar o pão com o suor do próprio rosto. Mas, logo mais, é carnaval, tempo de vivermos a efêmera mentira da felicidade. 

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