Hoje, 02 de fevereiro, dia em que se homenageia Iemanjá e
abre, oficialmente, o carnaval da Bahia (sim, porque o carnaval baiano, na
verdade, dura o ano inteiro), as instituições – o Supremo Tribunal Federal e o
Congresso Nacional- voltam a funcionar. Durante as férias de janeiro, o
Ministério da Saúde declarou-se derrotado pelo Zika Vírus, Lula enrolou-se,
ainda mais com seu triplex, no Guarujá e seu sítio, em Atibaia, novas contas de
Eduardo Cunha, no exterior, foram descobertas e Dilma e seus asseclas articularam
para boicotar o impeachment. Quem pode fugir para as praias ou esquiar no
Colorado ou na Suíça, afastou-se deste mau cheiro que continuou exalando de
Brasília. Quem – como este que vos fala – precisou continuar matando um leão
por dia, obrigou-se a respirar este ar nauseabundo de um País que teima em
regredir em tudo, menos em corrupção, onde avançamos 05 casas. Pessoalmente,
acho que o impeachment ‘’gorou’’, primeiro, porque foi
capitaneado pelas imundas mãos do Presidente da Câmara; segundo, porque temos
uma oposição pífia, sem um líder de expressão nacional; terceiro, porque o
Planalto, hábil na arte de corromper, abriu a ‘’burra’, distribuindo cargos e vantagens aos adversários que não
perderam tempo e mudaram de barco. Não duvido que todas as mediadas impopulares
– como a ressurreição da CPMF – sejam aprovadas. Este Congresso é o mais
corrupto de nossa história e, a esta altura, seu abjeto Presidente, Renan
Calheiros, já deve ter negociado sua exclusão da ‘’lava jato’’, em troca de apoio incondicional ao Planalto. É a
velha e conhecida política do ‘’é dando
que se recebe’’, que gerou e continuará gerando tantos malefícios ao
Brasil. E a crise econômica, a inflação e o desemprego crescentes, como ficam?
Ficam do jeito que está, com tendência a piorar, já que o cenário internacional
também não nos ajuda. Brasília está distante do Brasil e a rela extensão de
nossos problemas chega lá distorcida, ao sabor dos interesses do Governo.
Brasília, digo e repito, não tem povo, ou, se tem, este não conta, pois quem
conta são os que estão no poder ou gravitam entorno dele. Quem conta, quem
decide, habita o ‘’Plano Piloto’’,
com suas mansões, à beira do ‘’Paranoá’’,
ou seus apartamentos de luxo. A plebe ignara foi escorraçada para as
cidades-satélites, versão um pouco melhorada das favelas cariocas e paulistas e
distantes, hora ou mais, do centro das decisões. A própria operação ‘’lava jato’’ vai perdendo força e, sem
esforço, prevejo que se transformará em pálido esguicho, quando chegar nas
Tribunais Superiores. Aposto um doce que não terão coragem de colocar a mão em
Lula e não me surpreenderei se ele ainda sair dessa como herói, em condições de
disputar e ganhar as eleições presidenciais de 2018. Afinal, quem nasce para
Venezuela jamais será uma Alemanha. De minha parte, chego ao final da estrada,
sem nutrir qualquer expectativa de ver o Brasil sair deste medíocre terceiromundismo,
lamentando pelos filhos e netos que aqui continuarão vivendo tendo que,
cumprindo a maldição bíblica, ganhar o pão com o suor do próprio rosto. Mas,
logo mais, é carnaval, tempo de vivermos a efêmera mentira da felicidade.
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