quarta-feira, 2 de dezembro de 2015

O bom retorno ao passado

Sabe aquela historia que há males que vêm para bem? Pois o Executivo cortou cerca de 800 milhões, no orçamento do Tribunal Superior Eleitoral e esse, alegando falta de verba, informa que, nas eleições municipais do próximo ano, o voto será ‘’no papel’’. A informação cheira a uma pequena chantagem, vez que as urnas eletrônicas foram utilizadas nas eleições do ano passado e devem estar em bom estado. Por outro lado, quanto se vai gastar com impressão de cédulas eleitorais e compra de urnas de lona? De qualquer maneira, se a anunciada substituição se efetivar, fico aliviado. Sempre tive o pé atrás com o voto eletrônico. Fico a me perguntar: se países desenvolvidos, possuindo alta tecnologia, como Estados Unidos, Alemanha, Inglaterra, ainda se utilizam do voto no papel, não seria porque o voto eletrônico não merece confiabilidade? Com muita freqüência, recebemos noticia de ‘’hackers’’ invadindo o sistema bancário e até o da Casa Branca. Se assim o é, não poderiam esse piratas eletrônicos invadirem nosso sistema de votação, alterando o resultado das eleições? Tudo bem, que o retorno ao voto no papel pode retardar a proclamação do resultado, o que, na verdade, trará mais emoção, com o sobe e desce dos candidatos. E a mim, analfabeto nestas coisas de informática, onde navego de jangada, parece-me mais segura a fiscalização da votação e possível a recontagem, em caso de dúvida. O Presidente do TSE, Dias Toffoli (aquele que, mesmo reprovado em concurso de Juiz, virou Ministro do Supremo) considerou um retrocesso o retorno ao voto impresso. Pode até ser, mas o importante é que o direito ao voto possa ser exercido de forma a legitimar os candidatos eleitos. E há outra coisa, a merecer especial atenção: o TSE anunciou que se iniciou licitação para compra de 100 mil novas urnas eletrônicas. Assustado, o cachorro, que ouviu a noticia a meu lado, perguntou-me: - ‘’será que, em menos de um ano foram criados mais 100 mil municípios?’’ E, para concluir, se o Congresso aprovou novo sistema de votação, pelo qual o eleitor, ao votar, sairá com o respectivo comprovante (como acontece quando se usa o cartão de débito ou crédito), por que comprar mais urnas eletrônicas que, em dois anos, serão desativadas? Antes que eu concordasse com o corte, promovido por Dª Dilma, meu cachorro arrastou-me para longe da televisão.

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