terça-feira, 15 de dezembro de 2015

Quarta feira: para rir ou para chorar

Amanhã, o Brasil estará com seus olhos voltados para o Supremo Tribunal Federal. O Ministro Edson Fachin, ainda refém de seu visgo petista, interferiu no Poder Legislativo e suspendeu o processo de impeachment da Presidente Dilma, quebrando o principio constitucional da soberania dos poderes. Cumpriu Fachin seu papel de serviçal do Planalto. Com o tempo, suportará ele, com desenvoltura, o peso da toga e constatará que a responsabilidade de integrar aquela Corte é maior do que quaisquer interesses, venha de onde vierem. A matéria, a ser apreciada nesta quarta-feira, não traz qualquer dificuldade, basta que se adote o mesmo procedimento, utilizado na cassação do Presidente Collor. Não há o que inovar, até porque, ao contrário do que pensa o Ministro Fachin, falece ao Supremo poderes para ‘’criar’’ normas, atribuição inerente ao Legislativo. Espera-se, todavia, que o servilismo do Ministro Fachin seja obstado pelo legalismo de seus pares, principalmente os de lastro jurídico mais sólido, como é o caso dos Ministros Marco Aurélio, Celso de Mello e Gilmar Mendes. O ideal mesmo é que um desses Ministros pedisse ‘’vista’’, o que jogaria a solução do impasse para fevereiro, permitindo que o recesso acalmasse os ânimos e o Brasil tivesse 40 dias para alcançar, com bom senso, a solução que melhor atenda a seus interesses. Urgente mesmo, é o afastamento de Eduardo Cunha da presidência da Câmara, vez não ter ele estofo moral para conduzir a primeira fase do processo de impeachment. Aliás, a nau dos desesperados do Planalto tem utilizado a decrepitude moral de Cunha, para blindar a Presidente. Ora, até o cachorro, que cochila a meu lado, sabe que o pedido de impeachment tem, como subscritor principal, o jurista Helio Bicudo, que tem, em seu currículo, o registro de ser fundador do PT. Aliás, Dilma envidou esforços para ‘’salvar’’ Cunha, até que os representantes do PT, na Comissão de Ética, obedecendo ao comando de Rui Falcão, resolveram jogar Cunha na fogueira e ele, como bom ‘’negocista’’, que retinha o pedido de impeachment, elaborado por Helio Bicudo, jogou-o às feras. A idéia de segurar o julgamento, no Supremo, até fevereiro, poderá trazer a Presidente Dilma à reflexão. Talvez a faça pensar, menos em si mesma e mais no número de desempregados, que cresce a cada dia, porque o País ‘’parou’’, porque nela ninguém mais confia. E essa reflexão poderá levar a Presidente, num gesto de grandeza, a renunciar. Não que Michel Temer seja o ideal para o Brasil, mas, como diria o filósofo Tiririca, ‘’pior que está, não fica’’. 

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