Dois acontecimentos, diametralmente opostos, mas de
significativa relevância, marcaram este ultimo final de semana. O primeiro
deles foi a vitória da oposição, na Venezuela. Em que pese todo o arbítrio de
Nicolas Maduro para que seu partido saísse vitorioso, o povo venezuelano
privado, não só da liberdade, mas sufocado pela mais asfixiante inflação de sua
história e vilipendiado por extraordinária corrupção, a envolver, inclusive,
trafico de entorpecente, praticado por membros do Governo, esse povo sofrido
exigiu, nas urnas, que se inaugurasse tempo de mudanças. A Venezuela, uma das
maiores produtoras de petróleo, do mundo, tem tudo para se recuperar deste
período nefasto de sua história, chamado ‘’chavismo’’. Mais do que vitoria da
centro direita, foi a vitoria contra a opressão e a incompetência. Não sejamos,
todavia, ingênuos. Morales e seus apaziguados não entregarão o poder, só porque
o povo assim o exige. Maduro, criatura nefasta gerada por Hugo Chaves, tudo
fará para limitar os poderes do Parlamento e possui a sua ‘’SS’’ para oprimir
seus adversários. Entretanto, o momento é de esperança, a mesma esperança que
se espargiu sobre a Argentina, com a vitória de Maurício Macri.
O segundo
acontecimento foi o lançamento, pelo fracassado político, Ciro Gomes, de uma
‘’frente da legalidade’’, para se opor ao impeachment da presidente Dilma. Quem
tem mais de 60 anos, lembra-se da ‘’Rede da legalidade’’, intentada por Leonel
Brizola para salvar o agonizante governo João Goulart, que pretendia
transformar o Brasil em uma república sindicalista. A diferença entre Ciro e
Brizola é gritante: Brizola sempre foi coerente, em sua linha ideológica,
enquanto Ciro Gomes é um oportunista: ‘’cria’’ de Tarso Jereissati, ingressou,
na política, pela Arena, partido de regime militar. Depois, percorreu todos os
partidos, aumentando derrotas, porque seu discurso político era vazio e
contraditório. Agora, sai do limbo, na esperança de liderar campanha contra o
impeachment. Brizola foi derrotado, porque sua missão era inglória, mas manteve
intocável sua historia, tanto assim é, tempos depois, retornando do exílio,
elegeu-se governador do Rio de Janeiro. A missão de Ciro é, duplamente
desastrosa: primeiro, porque não é ele líder de coisa nenhuma. Segundo, porque
o impeachment de Dilma corresponde ao anseio de 90% da população que a rejeita.
A Argentina acaba de enterrar o peronismo. A Venezuela começa a enterrar o
chavismo. Agora, é nossa vez de enterrar este câncer, chamado lulopetismo.
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