terça-feira, 8 de dezembro de 2015

Para uma estrela anjo

Fez, ontem, 05 anos que você nos deixou, com a lembrança de seu sorriso de menina. Vejo-a, todos os dias, nas fotografias do quadro ao lado. Foi a maneira de tê-la, quase fisicamente presente, eu que a trago em meu coração. Oro por você, nas missas dominicais, mesmo sabendo que você, por ter sido um anjo, não precisa de orações. Sei que você vive entre os demais anjos, brinca com eles de esconde-esconde, por entre as nuvens e, à noite, cansada, repousa a cabeça no colo da Virgem Maria. Não estarei a recordar seu sofrimento, que você sofreu resignada, porque sabia que era apenas uma ponte, ligando a terra ao céu, onde seus amigos anjos a esperavam ansiosos para receber o seu sorriso largo – e brincar aquelas brincadeiras amalucadas, como aquele dia em que você, ainda engatinhando, subiu no forro de sua casa e, depois, vários degraus íngremes, que levavam ao topo do apartamento da praia. Desde o primeiro dia de sua chegada e até o dia de sua partida, você viveu conosco e sempre a amamos muito, como neta, filha e irmã e continuaremos a amá-la, como sei que você sempre nos amou, porque este tipo de amor, que não exige nada, que não permuta, esse amor, não só não se esgota, como se renova, constantemente. Lembro-me de que você demorou a falar, mas, quando começou, não parava mais e ainda posso escutar sua voz, canção angelical, aos meus ouvidos. Quando você se foi, eu disse que você virara uma estrela e, em meus momentos de tristeza, como quem busca um refrigério, eu procurava você no céu, para que o brilho, que vinha de você – estrela, me devolvesse o sentido da vida. Agora, você é um anjo, alegre, a mesma voz rouca, a mesma inquietude, mas, sei, que está a meu lado, que sorri para mim, como se me dissesse, “vai em frente, não desanime, qualquer coisa, fale comigo.” E quantas vezes eu falo, busco, no seu olhar alegre, forças para seguir em frente. Acho que, quando eu me for, não me encontrarei com você, porque você vai estar muito acima de mim, nos braços da Virgem Maria ou ouvindo as histórias, contadas por Jesus, que se fará, outra vez, menino, apenas para brincar com você. Nesse dia, esteja eu onde estiver, pagando meus pecados, você, que não os teve, tenho certeza, virá até mim para me dar alento.

Até outro dia, Giulia e me desculpe por você me ver chorar.

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