quinta-feira, 12 de março de 2015

A pizza do Petrolão

       Como sabemos, dá-se o nome de ‘’pizzaiolo’’ àquele profissional que confecciona a pizza. Uso o verbo ‘’confeccionar’’, porque a ação, para ser bem sucedida, requer engenho e arte: preparar a massa, cobri-la com ingredientes selecionados, levá-la ao forno e retirá-la, no ponto de cozimento exato. É tarefa de especialista. Pois foi esse especialista que o Planalto escolheu para, no Supremo Tribunal Federal, confeccionar a pizza do petrolão. A estratégia foi simples: em nossa Corte Maior quem julgará, em única ou última instancia, será a 2ª Turma daquele Colegiado, para onde deveria ir, já lá vão 09 meses, o novo Ministro, que cobrirá a lacuna deixada com a precoce aposentadoria de Joaquim Barbosa. A escolha é ato privativo da Presidente da República, mas que está obrigada a submeter o nome do escolhido ao Senado da República. A Presidente, que vive dias de tormenta com o Poder Legislativo, sabe que o nome, a ser indicado, deverá estar acima de qualquer suspeita, ou seja, ter, realmente, ‘’notório saber jurídico e ilibada reputação’’, como determina nossa Constituição. Deles os há, em avalanche, por aí. Eu seria capaz de, no mesmo fôlego, citar, pelo menos, 10 Desembargadores do Tribunal de Justiça de São Paulo, já que levo minha vida por aqui. A dificuldade da Presidente é, além, de escolher um nome que, digamos, seja conveniente aos interesses do Planalto, seja, também, palatável a um Senado, em pé de guerra com a Presidência. Então, como resolver o impasse? O Ministro Gilmar Mendes elaborou a fórmula: convidar um Ministro da 1ªTurma para se transferir para a 2ª. Tão logo emitiu o convite, quem, de pronto, levantou o dedo, gritando ‘’eu, eu, eu?’’. Exatamente o Ministro Toffoli, aquele que foi reprovado no concurso para ingresso na magistratura paulista; aquele que foi advogado do PT; aquele que foi assessor de José Dirceu; aquele que, no julgamento do ‘’mensalão’’, votou, entendendo que os ‘’mensaleiros’’ não formaram quadrilha ou bando, o que beneficiou seu ex-chefe que, menos de um ano da condenação, já estava ‘’livre, leve e solto.’’ Consumada a escolha, o Ministro Toffoli, (que será o relator do ‘’petrolão’’) o novo pizzaiolo do Supremo, foi recebido pela mais exigente cliente da pizzaria, a Presidente da República. Por certo, foi saber dela como queria a pizza, massa grossa ou massa fina, aliche ou calabresa, essas coisas de especialista.

O historiador, Professor Marco Antonio Villa, às segundas feiras, no ‘’Jornal da Cultura’’ tem repetido que o Supremo vai se tornando um ‘’puxadinho’’ do Palácio do Planalto. Se eu também acho isto? Eu não acho nada, até porque não sou apreciador de pizza. Prefiro picanha fatiada, ao ponto, com bastante cebola.

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