terça-feira, 31 de março de 2015

Porque hoje é 31 de março
De muitos anos, cultivo o hábito de invocar esta data, a relembrar um dos maiores acontecimentos, que modificaram a fisionomia econômica e social do País. Todavia, este ano, limitar-me-ei a retransmitir mensagem, recebida de um querido amigo e que, inclusive, já esteve “do lado de lá”, mas que, premido pela realidade objetiva, com toda a isenção, reconheceu os méritos daquele movimento cívico-militar. Àqueles que, de má fé, queiram falar dos mortos e torturados, apenas lembro que deles os houve em ambos os lados, até porque vivíamos um momento de guerra, da qual não se pode escapar sem sacrifícios humanos. Mas fica o saldo de um trabalho realizado, de onde não se tem qualquer noticia de vilipendio ao patrimônio público. Relembro, apenas para deixar consignado, que Castelo Branco morreu pobre, em um acidente de avião; que Médici deixou, como única herança, um modesto apartamento, na divisa de Copacabana com Ipanema; que Geisel, após deixar a Presidência da Republica, retornou ao trabalho e que a família do Presidente Figueiredo, após sua morte, teve que vender o sitio que o mesmo possuía na serra de Petrópolis. Era uma época em que a dignidade não era uma virtude, mas obrigação, a ser seguida. Bons tempos! Saudosos tempos!


VEJA O QUE OS MILITARES FIZERAM PELO BRASIL EM SEU GOVERNO DE 1964 A 1981:

- Restabelecimento da autoridade;

- Criação de 13 milhões de empregos;


- A Petrobrás aumentou a produção de 75 mil para 750 mil barris/dia de petróleo;

- Estruturação das grandes construtoras nacionais;

- Crescimento do PIB de 14%;

- Construção de 4 portos e recuperação de outros 20;

- Criação da Eletrobrás;

- Implantação do Programa Nuclear;

- Criação da NUCLEBRÁS e subsidiárias;

- Criação da EMBRATEL e TELEBRÁS (antes, não havia "orelhões" nas ruas nem se falava por telefone entre os Estados);

- Construção das Usinas ANGRA I e ANGRA II;

- Desenvolvimento das INDÚSTRIAS AERONÁUTICA e NAVAL (em 1971 o Brasil foi o 2º maior construtor de navios do mundo);

- Implantação do PRÓ-ÁLCOOL em 1976 (em 1982, 95% dos carros no país rodavam a álcool);

- Construção das maiores hidrelétricas do mundo: TUCURUÍ, ILHA SOLTEIRA, JUPIÁ e ITAIPÚ;

- Brutal incremento das exportações, que cresceram de 1,5 bilhões de dólares para 37 bilhões; o país ficou menos dependente do café, cujo valor das exportações passou de mais de 60% para menos de 20% do total;

- Rede de rodovias asfaltadas, passou de 3 mil para 45 mil km;

- Redução da inflação galopante com a criação da Correção Monetária, sem controle de preços e sem massacre do funcionalismo público;

- Fomento e financiamentohttp://cdncache-a.akamaihd.net/items/it/img/arrow-10x10.png de pesquisa: CNPq, FINEP e CAPES;

- Aumento dos cursos de MESTRADO e DOUTORADO;

- INPS, IAPAS, DATAPREV, LBA, FUNABEM;

- Criação do FUNRURAL, a previdência para os cidadãos do campo;

- Programa de merenda escolar e alimentação do trabalhador;

- Criação do FGTS, PIS, PASEP; (**)

- Criação da EMBRAPA (70 milhões de toneladas de grãos); (**)

- Duplicação da rodovia RIO-JUIZ DE FORA e da VIA DUTRA;

- Criação da EBTU;

- Implementação do Metrô em SÃO PAULO, RIO DE JANEIRO, BELO HORIZONTE, RECIFE e FORTALEZA;

- Criação da INFRAERO, proporcionando a criação e modernização dos aeroportos brasileiros (GALEÃO, GUARULHOS, BRASÍLIA, CONFINS, CAMPINAS - VIRACOPOS, SALVADOR, MANAUS);

- Implementação dos PÓLOS PETROQUÍMICOS em São Paulo (Cubatão) e na Bahia (Camaçari);

- Investimentoshttp://cdncache-a.akamaihd.net/items/it/img/arrow-10x10.png na prospecção de petróleo no fundo do mar que resultaram na descoberta da bacia de Campos em 1976;

- Construção do PORTO DE ITAQUÍ e do terminal de minério da Ponta da Madeira, na Ilha de São Luís no Maranhão;

- Construção dos maiores Estádios, ginásios, conjuntos aquáticos e complexos desportivos em diversas cidades e universidades do país;

- Promulgação do 'Estatuto da Terra', com o início da Reforma Agrária pacífica;

- Polícia Federal;


- Código Tributário Nacional;

- Código de Mineração;

- Implantação e desenvolvimento da Zona Franca de Manaus;

- IBDF - Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal;
- Conselho Nacional de Poluição Ambiental;

- Reforma do TCU;

- Estatuto do Magistério Superior;

- INDA - Instituto de Desenvolvimento Agrário;

- Criação do Banco Central (DEZ/64);

- SFH - Sistema Financeiro de Habitação;

- BNH - Banco Nacional de Habitação; (***).

- Construção de 4 milhões de moradias;

- Regulamentação do 13º. Salário;

- Banco da Amazônia;

- SUDAM;

- Reforma Administrativa, Agrária, Bancária, Eleitoral, Habitacional, Política e Universitária;

- Ferrovia da soja;

- Rede Ferroviária ampliada de 3 mil e remodelada para 11 mil Km;

- Frota mercante de 1 para 4 milhões de TDW;

- Corredores de exportações de Vitória, Santos, Paranaguá e Rio Grande;

- Matrículas do ensino superior de 100 mil em 1964 para 1,3 milhões em 1981;

- Mais de 10 milhões de estudantes nas escolas (que eram realmente escolas);

- Estabelecimentos de assistência médico sanitária de 6 para 28 mil;

- Crédito Educativo;

- Projeto RONDON;

- MOBRAL;

- Abertura da Transamazônica com instalação de agrovilas;

- Asfaltamento da rodovia Belém-Brasília;

- Construção da usina hidrelétrica de Boa Esperança, no Rio Parnaíba;

- Construção da Ferrovia do Aço (de Belo Horizonte a Volta Redonda);

- Construção da PONTE RIO-NITERÓI;

- Construção da rodovia RIO-SANTOS (BR 101); e

- E o mais importante, impediram a implantação de uma 'FARC' no Brasil'.

- E impediram a implantação também destas siglas: CV,TC,ADA,PCC E MILICIANOS.

E NOS ÚLTIMOS 30 ANOS OS POLÍTICOS CIVIS FIZERAM O QUE MESMO?


segunda-feira, 30 de março de 2015

Semana sem Dilma
Apesar do ‘’Financial Times’’, em sua edição do ultimo dia 25, ter elencado ‘’10 motivos pelo quais Dilma pode sofrer um impeachment’’, o que, por certo, trará repercussões danosas ao Brasil, em todo o mundo, nesta semana, deixarei a infeliz Presidente de lado.

Inaugura-se a mais importante semana da cristandade. Após semear a paz, levando, com palavras e obras, a mensagem do Pai, Cristo chega a Jerusalém, com honras e glórias, mas sabedor de que ali, sob martírio e morte, completará sua missão salvática, na terra. Toda a vida de Jesus é de obediência ao Pai: levar a mensagem salvadora a todos, judeus e não judeus; realizar ‘’milagres’’, sempre inovando os poderes do Pai, para afirmar que sem Ele e a não ser através Dele, não chegaremos a lugar algum. Passados mais de dois mil anos, mesmo os mais incrédulos não podem negar a força daquele homem, jovem ainda, sem exercito, sem poder terrestre, habitante de humilde vila de operário, que dormia, onde se lhe davam abrigo, que comia, onde se lhe davam de comer, que fez ostensiva opção pelos pobres, mas que cravou, de forma indelével, a fé, a esperança e a caridade, indistintamente, no coração de todos os homens. Certa feita, alguém, jocosamente, perguntou: ‘’mas, afinal, de que Jesus nos salvou?’’ Mais do que de um perigo imediato, ele nos mostrou o caminho para a salvação, que passa pelo respeito ao próximo, independentemente da sua condição sócio - econômica; que passa pela necessidade de olharmos e estendermos as mãos aos menos afortunados; que passa pela capacidade de carregarmos nossa cruz, sem lamentações; que passa pela consciência de nossa transitoriedade e que o poder, a gloria e a fortuna, porventura acumulados, ficarão enterrados ou queimados conosco, de nós restando, apenas, lembranças das ações praticadas e que irão se esmaecendo com o tempo. Cristo, enfim, impregnou em nós a certeza de que ‘’viemos para servir’’ e só a consciência desta obrigação/dever nos pode salvar, do pior julgamento, que é o que, solitariamente, fazemos de nós mesmos. Para nós, católicos, a semana santa nos impõe esta reflexão, para chegarmos ao domingo da Ressurreição menos impregnados do egoísmo, mais confiantes que nossa cruz não é tão pesada assim e que Cristo que, por nós, carregou a sua, sempre estará a nosso lado, mostrando-nos o caminho. Apenas precisamos abrir os olhos e o coração para vê-lo.

sexta-feira, 27 de março de 2015

A crise Econômica e seus Efeitos.
Fato bastante sintomático da insegurança econômica do País, ocorreu, ontem, em meu escritório: fui procurado por empresário, proprietário de mais de 20 estabelecimentos comerciais, do mesmo ramo, espalhados por diversas Capitais do País, com faturamento anual da ordem de 100 milhões e patrimônio pessoal da ordem de 40 milhões. Seu conglomerado empresarial, que atua no atacado e no varejo, não possui passivo tributário e as dívidas existentes – notadamente trabalhistas – são inexpressivas, diante do faturamento. Pois esse empresário, com quase 50 anos de mercado, propõe-se a vender seu conjunto de lojas. Por qual motivo, estaria ele interessado em vender, no prazo o mais exíguo possível, negocio tão sólido? Indagado, respondeu-me que, desde janeiro, vem observando lenta, mas progressiva retração no faturamento e teme que, pela conjuntura econômica adversa, seu negocio, de uma vida inteira, se inviabilize, a curto prazo.
Por outro lado, tenho, em minha relação de clientes, empresa, que atua no segmento de prestação de serviços a Órgãos Públicos, que também busca compradores, quer em razão dos constantes atrasos no pagamento dos relevantes serviços prestados, na área de saúde, quer em razão de cortes nos respectivos orçamentos, em que pese o aumento da demanda.

Estes pequenos exemplos demonstram que se instalou, no País, forte cenário de instabilidade, decorrente da falta de confiança no Governo Federal. Não é por outra razão que, segundo noticiário de hoje, 27, o índice de desemprego chegou a seu maior nível – 6% - desde junho de 2013; a inflação, consoantes dados oficiais que, já por serem oficiais são pouco confiáveis, ultrapassou a 8% e o próprio Banco Central prevê uma redução do PIB, em 0.5%. Só resta perguntar: reduzir para onde, se, hoje, é ele de 0%? A verdade – e digo isso com confessada tristeza – é que a administração Dilma lançou o Brasil em um buraco, que se aprofunda a cada dia. Para o advogado, o cliente que vende ou transfere seu negócio, será um cliente a menos, restando, pois, concluir que a crise econômica gera infindável efeito cascata, atingindo a todos que teimamos em, cumprindo a maldição bíblica, ganhar o pão com o suor do próprio rosto.   

quinta-feira, 26 de março de 2015

O Poder Executivo Engessado
Quando foi editada a Constituição de 1988, foi ela cognominada ’Constituição Cidadã’’, primeiro, por ter vindo à luz, após o regime militar; segundo, porque restaurava e solidificava princípios de liberdade, individuais e coletivos, vilipendiados pelos diversos atos institucionais, que vigoraram durante aquele regime de exceção. Passada a euforia, os brados grandiloquentes de liberdade e ufanismo, os defeitos na nova Constituição começaram a aflorar. Evidenciava-se, por exemplo, que a estrutura da Constituição estava voltada para o parlamentarismo, apesar de o regime vigente ser presidencialismo. Em outras palavras, se o Poder Executivo não tiver base sólida no Legislativo, gera-se a chamada ingovernabilidade, com reais prejuízos para o País. É exatamente o que acontece hoje: A Presidente encontra-se refém do Congresso, já que os respectivos Presidentes, ambos citados na operação ‘’lava-jato’’, constituem verdadeiros oposicionistas. A ‘’base aliada’’ esfacelou-se e se instituiu o que a mídia vem denominando ‘’parlamentarismo branco’’. O Executivo prioriza a reforma fiscal e o Legislativo a obstacula, como o fez, agora, a Câmara, ao aprovar projeto que obriga o governo federal a rever o indexador da dívida dos Estados e Municípios. O Presidente do Senado, adotando postura de ‘’Primeiro Ministro’’, declarou que, se a Presidente Dilma vetar o projeto, o senado derrubará o veto. Puro jogo de ‘’vamos ver quem manda mais’’, sem se avaliar os superiores interesses nacionais. Nunca, na historia politica do Brasil, um Presidente, passado o exíguo lapso de tempo de 90 dias da posse, mostrou-se tão desgastado quanto a Presidente Dilma, submissa ao personalismo do Presidente da Câmara e do Presidente do Senado.
À primeira vista, tal submissão poderia pressupor um equilíbrio de forças entre esses dois poderes. Todavia, o antagonismo, que se formou, decorre de razões pessoais, de menor grandeza e que desserve ao País, mergulhado em crescente crise econômico-social. Para resolver tal impasse, a Presidente tem apenas duas alternativas: ou recompõe sua base parlamentar, para gerar governabilidade ou, como diria o Capitão Nascimento: ‘’pede pra sair’’. O que País não suporta, é o adiamento da solução, com a inflação ascendendo, o desemprego ascendendo e a insegurança levando o povo às ruas. Não adianta os porta-vozes oficiais ladrarem que os manifestantes são, com predominância, egressos da classe média. Também acho, só que, no Brasil, as grandes transformações tiveram, como protagonista, a classe media, que proclamou a República, que depôs Vargas, que gerou 1964, que pariu as ‘’Diretas já’’, que apeou Collor da Presidência da República.

Tolos os que não aprendem com as lições da historia.  

quarta-feira, 25 de março de 2015

A nova ‘’Corrida do Ouro’’
O século 20 já foi pródigo em descobertas e inventos, que mudaram a face da humanidade, introduzindo conforto à vida cotidiana. Quem, como eu, começou a vida profissional à época em que o Cavalo de Tróia era despretensioso potro, que batucava nas ancestrais máquinas de escrever, pode avaliar a importância do computador, com seus incontáveis recursos. E quanto ao celular, que permite agilizar, de qualquer lugar, a solução de questões urgentes? É claro que ambos têm efeitos colaterais negativos, até porque não existe bônus sem ônus, mas aqueles são, incomensuravelmente, maiores que esses. Mas o século 21, chamado o ‘’século do futuro imediato’’, com mais celeridade, vem aperfeiçoando descobertas pretéritas e fazendo emergir novas. Veja o exemplo da ‘’aids’’, que deixou de ser ‘’a crônica de morte anunciada’’. Hoje, qualquer pessoa infectada pode levar vida normal, desde que se submeta o tratamento sistemático, através da ingestão de medicamentos, a mesma conduta, por exemplo, do diabético e do hipertenso. Veja o caso do ebola. Até o ano passado, a Guiné vivia estado de calamidade pública e o vírus fazia vítimas na Europa e até nos Estados Unidos. Passado tão exíguo lapso de tempo, se o ebola ainda não está erradicado, pesquisas científicas já permitem seu controle e o índice de mortalidade vem caindo, de forma acentuada, mesmo na Guiné e em Serra Leoa, onde o ebola surgiu.
Notícias recentes (Google notícias 24/3) dão conta que ‘’pesquisadores americanos estão investigando formas de extrair ouro e metais preciosos de esgoto doméstico.’’ A matéria jornalística não entra em maiores detalhes, não informando, por exemplo, qual a tecnologia empregada, na extração de tais riquezas e que tipo de alimentação é a mais indicada para gera-las. De qualquer maneira, a noticia é auspiciosa, porque abre  perspectiva, absolutamente democrática, de geração e distribuição de riqueza. Teremos nova ‘’corrida do ouro’’, mesmo que seja em local menos nobre.

Em tempo: urgente, urgente! Sequestrado o avião que saiu de Brasília em direção a São Paulo, levando a Presidente Dilma e comitiva. A tripulação e demais passageiros já foram libertados, mas a Presidente continua em mãos dos sequestradores que exigem 20 mil reais para liberá-la, ameaçando queimá-la viva, caso o resgate não seja pago em 48 horas. Notícias recentíssimas dão conta que, há menos de 15 minutos atrás, os sequestradores receberam 200 litros de gasolina, 100 de querosene, 500 caixas de fósforo e 200 isqueiros. 

terça-feira, 24 de março de 2015

As Instituições em Risco

O ex Ministro do Supremo Tribunal Federal, Ayres Brito, quase como mote, segue afirmando que, em qualquer hipótese, há que se preservar as instituições. Esta observação torna-se relevante quando se anuncia que, no bojo da operação lava-jato, o Ministério Público Federal identificou provas eloqüentes de que os partidos políticos, envolvidos no ‘’petrolão’’, foram utilizados para ‘’lavar dinheiro’’ e, a partir da descoberta de tais provas, vai apresentar denúncia contra aquelas agremiações políticas. Recebida tal denuncia pelo Poder Judiciário, a consequência seria uma condenação pecuniária, de elevado valor, ou, até mesmo o cancelamento do Registro dos partidos políticos envolvidos. No que concerne à condenação pecuniária, trata-se, sem dúvida, de medida profilática, com total amparo jurídico. Se determinados partidos políticos – como, ao que parece, já está provado – receberam recursos, cuja origem é o ‘’petropropina’’, devem eles ser compelidos a devolverem tais recursos aos cofres públicos. Por outro lado, promover a extinção de tais partidos, cancelando-se-lhes os respectivos registros, aí seria agredir a instituição democrática. Os partidários da tese do cancelamento do registro sustentam possuir ela fundamento legal, qual seja a ‘’fraude na prestação de contas à Justiça Eleitoral.’’ Como sabemos, o rigorismo na aplicação da lei pode gerar injustiça irreparável. Os 03 partidos envolvidos no esquema do ‘’petrolão’’ – PT, PMDB E PP – têm uma longa historia de serviços prestados à democracia. Juntos, representam mais da metade do Congresso Nacional, via de consequência, mais da metade do eleitorado brasileiro, o que, por si só, os legitima. A simples proposta do cancelamento de seus registros provocaria tumulto na politica nacional de tal ordem que, sem dúvida, a própria investigação, que tão bem vem sendo conduzida, poderia ficar comprometida. Nem os mais ingênuos acreditam que, pelo atual sistema de financiamento de campanha, todos os partidos políticos, sem exceção, não pratiquem o chamado ‘’caixa dois’’, do qual decorre a prestação fraudada de contas à justiça Eleitoral. Então, a solução seria cancelar o Registro de todos os partidos? Isto equivaleria a ‘’tirar o sofá da sala.’’ A solução seria mudar o sistema de financiamento. Pessoalmente, acho que a esmagadora maioria da população brasileira é contra o financiamento público de campanha. Não faz sentido desviar recursos, já tão exíguos, da saúde, educação, infra- estrutura, para custear campanhas políticas que, de modo mais adequado, devem ser suportadas pelo ‘’fundo partidário’’ e por contribuição dos associados aos partidos ou mesmo por simpatizantes, desde que, excluídas as pessoas jurídicas, perfeitamente identificados e quantificados os valores doados.

De qualquer maneira, o tema ‘’financiamento de campanha’’ deve ser debatido em campo próprio, no caso o Congresso Nacional, ouvida a sociedade. O que importa, voltando à questão originária, é que não se cogite, em nome de princípios extremos de legalidade, de se cancelar o registro de partidos políticos, porque alguns de seus membros se locupletaram às custas da Petrobrás e de outras entidades publicas, porque isto seria colocar em risco a instituição democrática. Que os culpados sejam punidos e os partidos, beneficiados com a falcatrua, sejam instados a devolverem os recursos, indevidamente captados. A punição acaba aí e ir além é querer provocar uma crise institucional, em momento em que a economia, combalida, não necessita de novos ingredientes para agravá-la. 

segunda-feira, 23 de março de 2015

Elogios à Presidente
Liga-me dileto amigo, afirmando que eu devo ter recôndita fixação pela Presidente Dilma, tal a habitualidade com que falo mal dela. Poderia responder-lhe, dizendo que ela é quem não me deixa em paz, todo dia nos noticiários, falseando a verdade, que a crise econômica, além de mínima, está sob controle; que a Petrobrás está linda e maravilhosa; que o PIB vai bombar até o fim do ano etc, etc. Todavia, hoje, vou sair em defesa dela. É que o nosso saudoso e erudito FHC não gostou de a Presidente ter dito que a corrupção na Petrobrás é ‘’uma senhora bastante idosa’’. FHC rebateu afirmando que, ao contrário, ‘’a corrupção é uma moça novinha de muito poucos anos, um bebê, quase’’. Nosso Presidente sociólogo não entendeu a metáfora de nossa Presidente guerrilheira. Nos últimos dias, ela, com desusada insistência, vem falando em ‘’humildade’’. O que quer isto dizer? Por óbvio, ao usar a expressão ‘’senhora bastante idosa’’, a Presidente, fazendo ‘’mea culpa’’, referia-se a si mesma. Gesto de humildade, que FHC, com sua pose de lorde inglês, não entendeu. Merece aplausos e reparos a atitude da Presidente. Aplausos pela ‘’humildade’’ em reconhecer que seu grupo é formado por larápios, de todo gênero. Reparos porque a Presidente, apesar de senhora idosa, é injusta ao inserir na expressão o adverbio ‘’bastante’’. E digo mais, com todo o respeito que me merece Sua Excelência. Está ela muito bem para quem caminha para os 70. E digo mais ainda: mexendo, aqui e ali, tirando uns quilinhos, acertando o vestuário e modernizando o penteado... sei não! Importante, também, desfazer o ar carrancudo e abrir um sorriso, como se as coisas, realmente, estivessem indo bem.

Viu, caro amigo, como não sou radical e, até por visgo profissional, procuro ser justo? 

sexta-feira, 20 de março de 2015

Terça-feira me lembrou Elis e algumas andanças
Terça-feira última, se viva fosse, Elis Regina estaria fazendo 70 anos. Conhecia-a (eu a ela e não ela a mim), ao raiar dos anos 60, em casa noturna, (se minha memória não me falha), chamada ‘’Au Bon Gourmet’’, situada no Rio, ali pelas imediações da Prado Junior. Cantava, como pano de fundo para conversas. Era o que se chamava ‘’crooner’’. Depois, virou ícone de toda uma geração. E como Pelé, quem não a viu cantar, e agora, apenas, escuta gravações, tem, apenas, vaga idéia de sua magnitude. Aliás, uma das coisas que apascenta a amargura da velhice, é constatar que pertenci a uma geração privilegiada, em todos os sentidos. Vi Garrincha, Pelé, Jairzinho e Zico, e tantos outros, de igual cepa, que me perderia em enumerá-los. Balé fantástico, a encantar o Maracanã e o Brasil, de todas as torcidas. Na música, assisti ao nascimento e gloria da própria Elis, além de Gal, Caetano, Chico, para falar apenas de alguns de meus favoritos. Tom e Vinicius já eram gigantes, apenas não tinham seu ‘’gigantismo’’ reconhecido e proclamado. A ‘’bossa nova’’ explodia, principalmente no eixo Rio – São Paulo e, por aqui, seus ‘’templos’’ eram o ‘’Estão Voltando as Flores’’, do Capinam, que ficava ali na Avanhadava, o ‘’Ela, Cravo e Canela’’ e o ‘’João Sebastião Bar’’, na Major Sertório. No teatro, pelo ‘’TBC’’ e pelo ‘’Maria Della Costa’’, vi passarem a própria, Cacilda Becker, Fernanda Montenegro, Maria Fernanda (sublime, em ‘’Um Bonde Chamado Desejo’’), Juca de Oliveira (magnífico, em ‘’A Cozinha’’) e outras ‘’feras’’ de igual expressão. Surpreendo-me que, ainda na faculdade, com o habitual magérrimo salário de Professor, pudesse percorrer as duas Capitais intelectuais – boemias do País. E, para completar, vivi os agitados dias pré e pós 64, na militância estudantil, do ‘’lado direito’’ do rio, o que não me impedia de ter diletos amigos ‘’do outro lado’’ como o falecido Ministro Paulo Renato, apenas para citar um dos mais ilustres. Era época de divergências fraternas, onde os grandes debates ideológicos eram travados entre uma cerveja e outra. Depois de 68, todos já formados, a prudência recomendava a ‘’encolha’’, vez que qualquer lado do rio estava sujeito a alagamentos. Mas termino por onde comecei, por Elis Regina, voz e interpretação inigualáveis, levada cedo pela incapacidade de dourar seus próprios monstros. Como diria o poeta: ‘’meninos, eu vi’’.

P.S.: hoje, sexta-feira, dia de pura melancolia. O verão fecha suas portas, guardando atrás de si, o suor, que purifica o corpo e, é claro, o magnífico espetáculo das coxas torneadas. Delas haverá, por óbvio, mas escondidas sob calças e saias compridas, o que será como se não existissem. O outono é como a ausência de temperatura, de que nos fala a Bíblia: ‘’porque és morto, eu te vomitarei de minha boca’’. Nem a exuberância do verão, nem o encolhimento do inverno. Mas, outro verão virá (virá?) e eu, seu amigo fraterno, estarei (estarei?) aqui para recebe-lo: ‘’entra, verão, a casa é sempre e sempre será sua, ainda que eu não mais more nela’’.

quinta-feira, 19 de março de 2015

O dia de São José

Hoje, 19, é dia de reverenciar São José, esposo de Maria e pai adotivo de Jesus. Os evangelhos dedicam poucas linhas a ele. Enquanto a Maria – com toda razão – são rendidas homenagens e reverencias, José passa quase desapercebido pela vida do Messias. Todavia, a menor reflexão sobre sua conduta, seu comportamento, permite-nos retratá-lo como ‘’herói’’ da compreensão. Quando lhe foi comunicada a gravidez de Maria, pelos costumes da época, ele deveria entrega-la, o que a sujeitaria ao escárnio público, senão à própria morte. Mas o amor por Maria sufocou a decepção e mágoa do primeiro momento. Depois, sabedor da sublime missão da amada, amou-a mais ainda, foi seu companheiro inseparável, deixando-se guiar pelos desígnios de Deus. Aliás, não foi por outra razão que foi escolhido para ser o ‘’pai adotivo’’ de Jesus. São José é o exemplo maior da compreensão e do amor, sobre todas as coisas, sob cujos pés nas ajoelhamos, especialmente no dia de hoje.
O trágico caminho das esquerdas


Que me perdoem meus amigos da esquerda (principalmente meu irmão, que está em ‘’retiro espiritual’’ desde que os últimos esguichos da ‘’lava-jato’’, espurcaram seu ideário petista), mas a maré mundial anda ‘’virada’’ para seus seguidores. Na Argentina, de Dª. Cristina, falta até absorvente e já não se batem panelas, por falta das ditas cujas. Na Venezuela, falta papel higiênico, o que tem provocado o aumento na venda de jornais. Maduro quer porque quer que os Estados Unidos declarem guerra à Venezuela, mas o chefe do Estado maior americano já afirmou: ‘’nem de longe colocaremos as mãos naquela bagunça’’. Em Israel, a esquerda foi pisoteada pela direita do Primeiro Ministro Netanyahu. Na Grécia, onde a extrema esquerda venceu com anacrônico discurso nacionalista, as negociações, para tirá-la do buraco, continuam empacadas e o FMI a declarou ‘’o pior cliente que já tiveram em 70 anos de sua história.’’ Por aqui, o índice de aprovação do governo Dilma é da ordem de 13%, o que significa que metade de seus próprios eleitores querem vê-la pelas costas. Para se ter uma idéia do baixo nível de ‘’volume morto’’ deste desastrado governo, Collor, no auge do processo de impeachment, mantinha um índice de aprovação de 20%. E a Presidente afirmou que ‘’o pacote anticorrupção, enviado ao Congresso é resposta do governo a manifestações’’. Ledo engano, Presidente. A pergunta, que as ruas fizeram, foi ‘’por que a senhora não pega sua bolsa e vai embora, levando consigo toda sua ‘’entourage” de larápios?’’ A verdade, histórica verdade, é que, pelo menos desde 1989, com a queda do ‘’muro de Berlim’’, a esquerda, que sempre manteve um discurso falacioso, perdeu até esse discurso e vive a soluçar, acendendo vela pelo famigerado ‘’Che’’ e pelo morto-vivo Fidel, a cantar ‘’quantalameira’’. Só que a lama foram eles que trouxeram.   

quarta-feira, 18 de março de 2015

O transplante da moda

Vários assuntos, nacionais e internacionais, desafiam a pena deste modesto escriba: os novos denunciados da operação “lava jato”; a “expulsão” da Petrobrás do índice da bolsa de Nova York; as execuções no Paquistão; a eleição em Israel, com a surpreendente vitória do Primeiro Ministro Netanyahu e seus reflexos nos eternos conflitos do Oriente Médio. Uma rápida visão no noticiário permite-nos concluir que o mundo detesta a paz, por isso me foco na noticia mais auspiciosa dos últimos tempos: realizado, com sucesso, o primeiro transplante de pênis do mundo. E complementa a noticia: “o transplantado, um jovem de 21 anos, manteve relações com sua namorada, obtendo satisfatória ereção.” (Google noticias, 17/3). Tudo bem que o conceito de “satisfatório” deixa o tema meio vago: “satisfatório para mais ou para menos?”. Para quem já passou dos 60 a ambivalência do termo perde a relevância, porque o simples “satisfatório”, já está para lá de excelente, principalmente porque a noticia nos dá conta que o objeto transplantado não tem prazo de validade definido. Resolve-se o problema dos Viagras da vida, repletos de contra indicações, principalmente para quem tem problemas cardiovasculares, comuns nos da “pior idade”. Um médico, amigo e cliente, que encheu os bolsos, descobrindo o filão da cirurgia bariátrica, liga-me, avisando que está de malas prontas: vai aprender a realizar o tal transplante. Divulgou a noticia e já tem mais de mil na fila. Consulta-me para saber se existe um meio jurídico de compelir os planos de saúde a bancarem tal cirurgia. Respondo que carece estudar o assunto, mas vejo, com otimismo, as possibilidades jurídicas de sucesso, se mais não fosse, porque juízes e juízas, principalmente dos Tribunais Superiores, têm real interesse no feito. 

terça-feira, 17 de março de 2015

O caminho das ruas

Passados o impacto e a emoção das manifestações de domingo, podemos tirar algumas conclusões do grande evento. A primeira, mais óbvia, é que o projeto de poder, construído pelo PT, desmoronou. A imagem da corrupção colou-se ao partido de tal modo que, dificilmente dele se desgrudará e irá desgastá-lo, ainda mais, porque as investigações do ‘’petrolão’’, necessariamente, chegarão no líder maior do partido. Como diz o juiz Serio Moro, ‘’é só seguir o dinheiro’’. Não digo que o PT vai acabar, mas não tenho dúvidas que vai encolher, até porque já perdeu figuras representativas, como Marina, Erundina e, agora, Marta Suplicy, que saiu atirando. Já vimos este filme com o PP e o PFL, travestido em DEM. A segunda conseqüência do ‘’grito das ruas’’ é o fim ou, pelo menos, o aviltamento das espúrias barganhas entre Executivo e Legislativo. A tendência é que relevantes cargos públicos - Ministros e Diretores de Estatais – sejam ocupados por quem seja de área e tenha impecável folha corrida. E a terceira conseqüência será a mudança de comportamento da própria Presidente, que terá de abdicar de seu viés autoritário e ouvir e entender os reclamos dos órgãos representativos da sociedade. Ela sabe que seus aliados – gordas ratazanas paridas na satisfação de seus interesses pessoais – à primeira ventania, pularão do barco. Seu mandato está por um fio, a depender dos desdobramentos da operação lava-jato. Apesar de Eduardo Cunha afirmar que não acolherá pedido de impeachment, por não identificar a presença dos pressupostos legais estabelecidos pela lei 1.079/1950, sabemos que o Presidente da Câmara não pode ser considerado confiável pelo Planalto. Além disso, constitucionalistas de renome consagram a tese que a mencionada lei 1.079/1950, editada quando vigia a Constituição de 1946, não foi recepcionada pela Carta Magna de 1988. Se restar confirmado que a Presidente se elegeu graças a recursos desviados do ‘’petrolão’’, será muito difícil sustentá-la no cargo. Nem um deputado ou senador arriscará sua cabeça, para defender a Presidente, principalmente em se considerando que, no próximo ano, teremos eleições municipais, onde se localizam todas as ‘’bases’’ dos congressistas. A verdade é que o povo descobriu o caminho das ruas e, por esse, o governo, pelo menos por enquanto, não passa. 

segunda-feira, 16 de março de 2015

Algumas observações sobre a manifestação de domingo
(vista de São Paulo)
1.      A Avenida Paulista estava totalmente tomada de pessoas, entre às 11 horas e às 19 horas. Eu e minha esposa demoramos – porque éramos obrigados a caminhar a passos curtos – 02 horas, para percorrermos dois quilômetros da avenida, sem presenciar um único incidente. O sentimento uníssono era de repúdio ao Governo Dilma e ao PT, pelo atoleiro moral e administrativo, em que mergulharam o País;
2.      A informação do “Datafolha”, segundo a qual havia “cerca de 200 mil pessoas” na manifestação demonstra que, ou aquele Instituto não sabe fazer cálculo, ou aquele Jornal tem “rabo preso” com o Governo Federal;
3.      A “pressa” da “GNT” colher a opinião de dois ex Ministros do Supremo, de que não há embasamento legal para o pedido de impeachment, apenas revela que a “Globo”  continua onde sempre esteve, ou seja, ao lado do Governo, qualquer Governo. Qualquer estudante de Direito é capaz de interpretar o artigo 85 da Constituição Federal, que elenca os diversos atos do Presidente da República, que caracterizam crimes de responsabilidade e que constituem justa causa para o pedido do impeachment e a Presidente Dilma, eleita duas vezes, graças às propinas recebidas do “petroroubo”, enquadra-se, pelo menos, em 03 hipóteses: “em ato contra a probidade administrativa”; em ato contra “a segurança interna do País”; em ato contra “a lei orçamentária”.
Obs.: apesar do “datafolha”, quando apus minha assinatura, mais de 500 mil pessoas já tinham subscrito o requerimento de impeachment da Presidente.
4.      Melancólica, inoportuna e desastrosa a fala dos Ministros do Governo, após as manifestações. José Eduardo propõe nova lei anti corrupção. Literalmente, a raposa pretendendo tomar conta do galinheiro. Quanto ao Ministro Rosseti, é ele, para dizer pouco, pândego: primeiro, chamou a todos nós de fascistas. Nem Mussolini, em seus melhores dias, conseguiu reunir tantos adeptos. Depois afirmou “que só os adversários do Governo foram às ruas”. Como o ululante Ministro conseguiu chegar a tão intrincada conclusão? Aliás, os “a favor do Governo”, em número de 500, passaram, desapercebidamente, pela “Paulista”, na 6ª feira, 13, levados de ônibus e ao custo de 35 reais, por cabeça, além de um sanduiche de mortadela. Dentre eles, vários haitianos, famintos e desempregados, que vagueiam pelas ruas do Brasil.
Desculpa, Dª Dilma, mas sua casa caiu.


sexta-feira, 13 de março de 2015

Porque hoje é sexta feira da Quaresma

O Evangelho de hoje, 13, fala do amor a Deus e do amor ao próximo: “ama e a esperança se converterá em alegria.” O amor a Deus fica na dependência da credulidade de cada um. Quanto ao amor ao próximo é tema, a merecer especial reflexão. Vivemos, no plano geral, época do egoísmo. Voltados para nossos próprios umbigos, insuflados pelo consumir e acumular, o conceito de próximo se estreitou e o “próximo distante”, afastado de nossa afetividade, é mera paisagem. Vamos às lágrimas com o sofrimento do jovem casal de “A culpa é das Estrelas”, mas passamos indiferentes, à frente da mulher que nos estende as mãos, com uma criança no colo. Por que agimos assim? Porque essa coisa etérea, chamada amor, foi perdendo conteúdo e vários de seus componentes, como “respeito”, “caridade”, já se evaporaram. A regra dominante, o lema de ser seguido, é “vencer ou vencer” e os meios utilizados passaram a ser irrelevantes. Hitler, a pretexto de recuperar a combalida economia alemã, primeiro, expropriou os bens dos judeus, depois os segregou e, finalmente, matou milhões deles. Será que, realmente, os fins justificam os meios utilizados para alcançá-los?  Vivemos, no Brasil, momentos de perplexidade. Como entender tanto desvio de dinheiro público, tanta incúria administrativa, em um País que, malgrado ser considerado a nona economia do mundo, coloca-se nos últimos lugares em saúde e educação públicas? Esses jovens, quase meninos, que se drogam e assaltam pelas ruas, não seriam fruto de nosso desamor pelo próximo? Neste fim de semana iremos às ruas, provavelmente haverá confrontos físicos. Mas, fica a pergunta: o que nos motiva? Por certo não é o amor à pátria, mas, muito mais, o ressentimento, irmão siamês do ódio. O amor se transformou nesta coisa imediata, menor, que é a união física de corpos. O que nos diferencia – para pior – dos animais é que esses apenas matam para sobreviver, enquanto nós matamos para subjugar, daí nossa mediocridade. A lição de amor do Cristo crucificado perdeu-se em nossa memória e essa perda vai se tornando irrecuperável e o homem continua sendo, cada vez mais, o lobo do próprio homem. 

quinta-feira, 12 de março de 2015

A pizza do Petrolão

       Como sabemos, dá-se o nome de ‘’pizzaiolo’’ àquele profissional que confecciona a pizza. Uso o verbo ‘’confeccionar’’, porque a ação, para ser bem sucedida, requer engenho e arte: preparar a massa, cobri-la com ingredientes selecionados, levá-la ao forno e retirá-la, no ponto de cozimento exato. É tarefa de especialista. Pois foi esse especialista que o Planalto escolheu para, no Supremo Tribunal Federal, confeccionar a pizza do petrolão. A estratégia foi simples: em nossa Corte Maior quem julgará, em única ou última instancia, será a 2ª Turma daquele Colegiado, para onde deveria ir, já lá vão 09 meses, o novo Ministro, que cobrirá a lacuna deixada com a precoce aposentadoria de Joaquim Barbosa. A escolha é ato privativo da Presidente da República, mas que está obrigada a submeter o nome do escolhido ao Senado da República. A Presidente, que vive dias de tormenta com o Poder Legislativo, sabe que o nome, a ser indicado, deverá estar acima de qualquer suspeita, ou seja, ter, realmente, ‘’notório saber jurídico e ilibada reputação’’, como determina nossa Constituição. Deles os há, em avalanche, por aí. Eu seria capaz de, no mesmo fôlego, citar, pelo menos, 10 Desembargadores do Tribunal de Justiça de São Paulo, já que levo minha vida por aqui. A dificuldade da Presidente é, além, de escolher um nome que, digamos, seja conveniente aos interesses do Planalto, seja, também, palatável a um Senado, em pé de guerra com a Presidência. Então, como resolver o impasse? O Ministro Gilmar Mendes elaborou a fórmula: convidar um Ministro da 1ªTurma para se transferir para a 2ª. Tão logo emitiu o convite, quem, de pronto, levantou o dedo, gritando ‘’eu, eu, eu?’’. Exatamente o Ministro Toffoli, aquele que foi reprovado no concurso para ingresso na magistratura paulista; aquele que foi advogado do PT; aquele que foi assessor de José Dirceu; aquele que, no julgamento do ‘’mensalão’’, votou, entendendo que os ‘’mensaleiros’’ não formaram quadrilha ou bando, o que beneficiou seu ex-chefe que, menos de um ano da condenação, já estava ‘’livre, leve e solto.’’ Consumada a escolha, o Ministro Toffoli, (que será o relator do ‘’petrolão’’) o novo pizzaiolo do Supremo, foi recebido pela mais exigente cliente da pizzaria, a Presidente da República. Por certo, foi saber dela como queria a pizza, massa grossa ou massa fina, aliche ou calabresa, essas coisas de especialista.

O historiador, Professor Marco Antonio Villa, às segundas feiras, no ‘’Jornal da Cultura’’ tem repetido que o Supremo vai se tornando um ‘’puxadinho’’ do Palácio do Planalto. Se eu também acho isto? Eu não acho nada, até porque não sou apreciador de pizza. Prefiro picanha fatiada, ao ponto, com bastante cebola.

quarta-feira, 11 de março de 2015

O ocaso da Presidente

Ontem, 3ª feira, visitando os estandes do ‘’Salão Internacional da Construção’’, em São Paulo, a Presidente Dilma passou pelo constrangimento de ser vaiada, por ininterruptos 05 minutos. E releva observar que a ‘’feira’’, ainda não estava aberta ao público, o que nos permite concluir que os apupos provieram dos funcionários das empresas expositoras e dos operários que davam os últimos arremates nos estandes. Fico a me perguntar qual a motivação de a Presidente insistir em conduzir um barco, que segue à deriva, colocando em risco a vida dos passageiros, no caso, nós, os brasileiros. Vaidade? Orgulho? O Senador Aloisio Nunes afirmou ser contra o impeachment da Presidente, preferindo ‘’vê-la sangrar por 04 anos’’. Declaração infeliz e mesquinha, Senador. Infeliz, porque o sangue, que se esvairá, é o nosso, de todas as camadas sociais, vilipendiadas, em seus rendimentos, por uma inflação ascendente. E mesquinha, porque V.Sa. está privilegiando interesses eleitoreiros, em detrimento dos superiores interesses do Brasil que segue, cada dia mais desacreditado, interna e externamente. Quantas vezes mais, em quantos outros lugares a Presidente precisará ser vaiada, até que entenda ela que atingiu total ingovernabilidade e, se tem um mínimo de respeito por sua história (que eu, pessoalmente, abomino) e consideração pelo País, deveria renunciar? O processo de impeachment, pela conjunção dos fatores econômicos e políticos, inexoravelmente virá e seus efeitos serão desgastantes para o Brasil. A Presidente terá que decidir ou abandonar o barco, de espontânea vontade ou dele ser retirada. A primeira hipótese, até poderá ser entendida como gesto de grandeza. A segunda caberá à história dar-lhe real significado, que, com certeza, não lhe será benéfico. O noticiário nos dá conta que a Presidente foi se aconselhar com Lula. Fê-lo na hora errada, com a pessoa errada. Melhora fôra ouvir a voz das ruas que se expressa, neste momento, através de apupos e panelaços. Domingo, 15, transformaremos o lazer em fazer. Fazer por nós, pelos nossos filhos e por todos que acreditam que o Brasil ainda é um País possível. Impeachment já.

terça-feira, 10 de março de 2015

A Inglória fala da Presidente

Brocardo, que remonta ao Império Romano, já recomendava que ‘’melhor calar do que falar mal’’ (melior tacere quod mala verba loqui’’). Desconhecendo tal brocardo, o Presidente veio à televisão, disse o óbvio, mas seguiu mentindo para justificar o injustificável. Que o ajuste fiscal é inevitável, até o cachorro, que cochila a meu lado, sabe. O rombo aberto, em nossa economia, por tantos anos de irresponsabilidade, incompetência e gatunagem – marcas profundas deixadas pelo petismo – precisa ser recomposto. Todavia, constitui grosseira falácia da Presidente afirmar que ‘’nem de longe o Brasil está vivendo a crise nas dimensões que dizem alguns.’’ Esses ‘’alguns’’, a que a senhora se refere, Presidente, à exceção de seus apaniguados, são todos os brasileiros que suportam a maior carga tributaria do planeta, que viram sua conta de luz dobrar de valor, que vão ao supermercado e constatam que os preços de produtos essenciais subiram muito além dessa manipulada inflação de 7%, anunciada pelo seu desastrado (des)governo. Era esperado que a senhora colocasse a culpa ‘’no noticiário que confunde mais do que esclarece. ’' A senhora, por obvio, desejaria que ‘’o noticiário’’ estivesse manipulado e oprimido, como na Argentina e na Venezuela. Todavia, apesar das ameaças de seu criador, Lula, em ‘’botar o exército do Stédile na rua’’, em nosso País a Imprensa permanece livre e altiva e não é por outra razão que toda ela condena a administração petista e o esquema de corrupção, que a sustenta.  Afirmar, como o fez a Presidente, que tomou uma ‘’decisão corajosa de promover o ajuste fiscal’’ e que ‘’esta situação é passageira’’, é pretender que o Brasil dê a ela carta branca, até que o ‘’tsuname’’ passe e, isto, é inviável.  O certo é que o ‘’panelaço’’ de domingo e a manifestação do próximo dia 15 estão a demonstrar que a Presidente, malgrado sua verborragia, não mais detém nem mesmo o apoio da minoria, que a elegeu. Qualquer reforma, profunda e séria, só se viabilizará com outro Presidente. Negar a possibilidade do impeachment, é sofisma jurídico, que o ilustre jurista, Yves Gandra Martins, já espancou. A Presidente foi eleita – e isto já está exaustivamente provado – com recursos, ilicitamente desviados do ‘’petrolão’’ e apenas isto constitui embasamento legal para se promover seu afastamento do cargo. Ou se faz isto, ou corremos o risco concreto de nos transformar numa Venezuela. Por isso: impeachment já.
Observações Históricas:
1-    Julio Cesar, mesmo advertido para não o fazer, compareceu ao Senado Romano, nos ‘’idos de março’’ e lá foi assassinado numa insurreição, comandada por Brutus, seu filho adotivo;
2-    João Goulart, mesmo advertido para não o fazer, compareceu, em 13 de março de 1964, ao ‘’Comício da Central’’. Foi o tiro de partida para o movimento militar, que eclodiria a 31 do mesmo mês.
3-    Lula, mesmo advertido para não o fazer, convoca o ‘’exercito do MST’’ para, no próximo dia 13, sair às ruas, em apoio ao governo Dilma.

Tolos, os que não aprendem as lições da Historia.


segunda-feira, 9 de março de 2015

Sagrado Retorno.

Volto ao Rio, após 03 longos anos de ausência. Ainda no avião, ao sobrevoar a Restinga da Marambaia, lembrei Tom: ‘’minha alma canta, vejo o Rio de Janeiro...’’ e olha que eu nem o via, ainda, mas era o encontro marcado com um grande amor, que se afastara por conta dessa coisa insensível chamada destino. Mas o céu azul, mostrando o Pão de Açúcar na cabeceira da pista, dizia que eu era bem vindo. E nem poderia ser diferente, porque era o reencontro de uma avassaladora paixão. Quantas vezes pousei neste aeroporto? Centenas, mas sempre com o mesmo deslumbramento, coração aceso, batendo acelerado no peito. Afinal, aqui deixei os melhores anos de minha vida, desde quando, caipira amedrontado, 50 anos atrás, cheguei ao apartamento de minha irmã, ali na Rua Paissandu, onde as palmeiras imperiais se beijam à primeira ventania e de onde sairia, anos depois, na pretensão de defender meu ídolo político, Carlos Lacerda. Na saída do aeroporto, olho para frente, procurando o Relógio da ‘’Mesbla’’. Ele (e ela) não existem mais, mas eu o vejo, enorme, dominando a paisagem, porque o ver maior – já ensinava Santo Tomás de Aquino – não é o que se vê com os olhos, mas o que se contempla com o coração. O taxi desliza pelo ‘’Aterro do Flamengo’’, até me deixar no caminho de minha sobrinha que, apesar de idas e vindas, amamo-nos desde ela criança, lá na mesma Paissandu. Bato pernas soltas, presente e passado, pelo meu querido Leme, onde me imortalizarei, deixando minhas cinzas. Paradoxalmente, chego ao apagar do verão, em que dele fui feito, ali, naquele curto espaço de praia, entre a pedra e a Princesa Isabel. Não vou atrás de memórias ou recordações. Os fatos estão presentes, basta buscá-los: o correr no calçadão; o mergulhar nas ondas; o jiboiar na areia, a tentativa inglória de ler o jornal que o vento confundia as páginas e o chopp no ‘‘Sereia’’, que ninguém é de ferro. Enganam-se os que afirmam que as coisas e os lugares já não são os mesmos, pois lá está a ‘’Sorrento’’, a ‘’Fiorentina’’, o ‘’Bar Shirley’’, a padaria da esquina da ‘’Anchieta’’, o ‘’Pub’’ da Antonio Vieira, por onde eu e Renata começávamos nossas noites. Pois enxergo tudo, nos mínimos detalhes, coração e mente com o frescor de sempre. Sigo até a Praça do Lido, com suas barracas de ‘’souvenirs’’ e o frango assado com polenta, comido no balcão. À noite, na ‘’Fossa’’ ouço e danço sob a voz de ‘’Marisa gata mansa’’ e Silvio César, Ribamar ao piano. Estico até a Lagoa e no ‘’Chico’s bar’’ extasio-me com o piano de Luizinho Eça e a voz rouca de Leni Andrade. Depois, é só atravessar a porta de vidro e jantar no ‘’Castelo da Lagoa’’. Se a madrugada não teimar em ir embora, passar no ‘’706’’ da Ataulfo de Paiva, para, mãos dadas e rosto colado, ouvir Emílio Santiago. Como o dia insiste em amanhecer, terminemos com um pão torrado na chapa e café com leite, naquela padaria – a primeira a se oferecer ao publico -, na ‘’Viveiros de Castro’’. Tudo real, presente, como sonho que não se interrompe, porque a tempo, mesmo carrasco sem piedade, não consegue apagar a beleza e o sentido da vida que os sonhos reais possuem. Até logo, despeço-me, como sempre, com os olhos lacrimejantes. O avião decola, fazendo uma curva, à direita, dando-me tempo de contemplar uma nesga de ‘’minha praia’’. E claro que volto, qualquer dia, eu mesmo, inteiro, como agora, ou sob forma de cinzas, mas, com certeza, voltarei.


quarta-feira, 4 de março de 2015

Diálogo (mais ou menos) possível
Personagens: Ministro da Justiça e Procurador Geral da República

1-Ministro: ‘’Bom dia, Rodrigo, tudo bem? Precisamos conversar. A Chefa tá p. da vida, comigo e com você.’’
2-Procurador: ‘’Comigo? Logo eu que já armei para deixá-la fora da confusão?’’
1-Ministro: ‘’melhor conversarmos pessoalmente. Vou mandar um carro descaracterizado buscar você e almoçamos juntos na minha casa. Que tal às 12 horas?’’
2-Procurador: ‘’tudo bem, só que às 2 tenho sessão do Supremo.’’
1-Ministro: ‘’dá tempo! Tenho uns ponteiros para acertar com você e não pode passar de hoje. Você já preparou o relatório?’’
2-Procurador: ‘’acabou de sair do forno.’’
1-Ministro: ‘’então leve uma cópia para mim.’’

Reunião na casa do Ministro, presentes o próprio e o Procurador.

1-Ministro: ‘’Rodrigo, este relatório não tá bom pra nós. Você precisa dar uma mexida, tirar estes nomes que eu marquei com um ‘’x’’ e puxar o processo todo para o Supremo, tirando das mãos daquele f.d.p. do Moro.’’
2-Procurador: ‘’mas Zé, você sabe que, tecnicamente, é tremenda forçada de barra. Tem o Ministro-Relator, sem falar da imprensa, que vai cair de pau em cima de mim.’’
1-Ministro: ‘’não se preocupe com o Relator, ele é problema meu, eu converso com ele. Quanto à imprensa, já tá falando da gente mesmo! Além do mais, quem se interessa pelo assunto é só a direita raivosa, meia dúzia de gato-pingado. O povão tem outras preocupações e acha que Petrobrás é o nome do posto de gasolina da esquina. Trazemos o processo para o Supremo, libertamos os empreiteiros e arrastamos o caso, até cair no esquecimento.’’
2-Procurador: ‘’Zé, isto vai dar m... Tirar o Lula do esquema já foi uma tremenda forçada de barra, agora tirar o processo do Sergio Moro e trazer para o Supremo, aí já é até ousadia, pode complicar todo mundo.’’
1-Ministro: ‘’Rodrigo, o plano é simples e bem fundamentado: enquadra-se todo mundo no art.90 da lei das licitações, cuja pena é de detenção, que, obrigatoriamente, tem que ser convertida em prestação de serviços à comunidade, aplica-se uma multa, que dinheiro para eles não é problema e se encerra a questão.’’
2-Procurador: ‘’mas e o Sergio Moro, não vai botar a boca no mundo, dizer que tudo acabou em pizza etc?’’
1-Ministro: ‘’o Sergio é legalista, além do mais, arranjamos uma promoção para desembargador pra provar que não somos vingativos. Agora, você vai ter que enfiar o Eduardo Cunha e o Renan Calheiros em sua lista, pra eles virem pedir penico e deixarem de bancar os valentões. Será que não dá para enfiar o Aecio, também?’’
2-Procurador: ‘’tá louco, Zé? Não tem uma única linha, envolvendo o homem. Assim você desmoraliza a lista.’’
1-Ministro: ‘’tá bom, mas o Eduardo e o Renan a Chefa faz questão. Tá pê da vida com os dois e quer ver sangue.’’
2-Procurador: ‘’Tudo bem, Zé, vou fazer o que você está pedindo, mas sei que vou levar pedrada.’’
1-Ministro: ‘’tira umas férias, vai pra Paris, Londres, mas some de Brasília por uns tempos. Deixa que eu seguro a bronca.’’
2-Procurador: ‘’só mais uma coisa: já passou da hora da Presidente escolher o novo Ministro do Supremo. Ela já tem algum nome?’’
1-Ministro: ‘’parece que sim! Tem um advogado do Maranhão que é filho de um sobrinho do Sarney que vai acalmar o PMDB.’’
2-Procurador: ‘’mas ele tem qualificação para ser Ministro do Supremo?’’
1-Ministro: ‘’porra, Rodrigo e desde quando isto é requisito? Tem é que ser dos nossos. Esse negócio de ‘’notório saber jurídico’’, tá lá na Constituição, mas pra nós não significa nada.’’
2-Procurador (cabisbaixo): ‘’Zé, tenho a impressão que estou enterrando minha carreira, mas tenho outra alternativa?’’

1-Ministro (constrangido): ‘’é a vida, amigo! Infelizmente aceitamos nossos cargos e temos que pagar o preço. A outra salvação seria renunciar, o que é muito pior. Segura essa bucha e boa sorte!’’

segunda-feira, 2 de março de 2015

O grito de liberdade

        Está programada, para o próximo dia 15, manifestação, na Avenida Paulista. Não basta reclamar e torcer o nariz contra os desmandos das administrações Lula e Dilma. Como largamente noticiado, o governo, através do Ministro da Justiça e do Procurador Geral da República, está montando estratégia jurídica para isentar Dilma e Lula de responsabilidade pelo ‘’petrolão’’ e libertar os empreiteiros presos. A manifestação não tem conotação política. É ela forma legítima de a população paulistana expressar sua indignação contra uma administração incompetente e corrupta. O impeachment da Presidente é necessidade, que se impõe, para restaurar a moralidade administrativa, obstar o caos econômico, que bate a nossas portas e impedir que o Brasil se transforme em uma Argentina ou Venezuela, cujos presidentes, além de cercearem a liberdade de imprensa, prendem e matam seus opositores.

       15 de março: dia marcado para o grito de liberdade: impeachment já.