Pela Ressurreição da Petrobrás
O terremoto, que abala os alicerces da Petrobrás, remete-nos
a uma inexorável reflexão: o que fazer para recuperar a imagem e o prestigio da
Empresa que sempre figurou entre as maiores do mundo, em seu segmento? A
história das empresas públicas brasileiras pode ser dividida em dois momentos:
durante os governos militares, onde ou foram elas criadas ou consolidadas, tal
o nacionalismo exacerbado, que caracterizava os Generais Presidentes ou, em um
segundo momento, no governo FHC, quando se optou pela privatização dessas
empresas, vez que eram consideradas onerosas demais para o Estado. Os dois
momentos se completaram, vez que o sucesso das privatizações só foi alcançado
graças à consolidação operada nos governos militares. O que fazer com a
Petrobrás? Privatizá-la, como preconizava Roberto Campos, que a chamava de “petrossauro”? É questão delicada, a
exigir estudos e, talvez, em função de sua relevância para a economia
brasileira, a merecer consulta plebiscitária da população. Pelo menos por
enquanto, parece-nos que a melhor solução seria afastar a influencia política na
indicação dos cargos da Empresa. Lembro-me de que, no amanhecer dos anos 70,
tive o privilégio de trabalhar no Ministério da Fazenda, sob a batuta do Ministro
Delfim Netto. Estruturava-se a Secretaria da Receita Federal, estabelecendo-se
que todos os cargos de chefia, nos diferentes escalões, eram privativos dos
hoje denominados auditores fiscais. Essa estruturação aperfeiçoou-se com o
passar dos anos e os casos de corrupção, absolutamente ocasionais, são, com
rapidez, identificados e punidos. Nem o Ministro da Fazenda, nem mesmo o
Presidente da República tem espaço para impedir uma ação fiscalizadora. O caminho
para a recuperação da Petrobrás passa por uma reestruturação interna, de modo
que cargos relevantes sejam ocupados, levando-se em conta tão somente a
meritocracia, afastando-se qualquer influencia externa. Se esta reestruturação não
se viabilizar, a curto prazo, a privatização será o desaguadouro natural, como
sonhava Roberto Campos. O Estado, (principalmente, em sendo petista) cada vez
mais, prova ser péssimo gestor, capaz de quebrar até mesmo uma empresa com a história
da Petrobrás.
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