A Espera de um Milagre
Como vimos, durante o embate eleitoral, gastou-se tempo e
volumosa soma de recursos – alguns de origem espúria – sem que os candidatos
apresentassem um programa de governo consistente ou, pelo menos, debatessem
propostas, que tirassem o Brasil do limbo internacional. Confesso que,
mergulhado em minha santa ignorância, não consigo entender esta lógica que nos
insere no “G-20”, apesar de nosso PIB
0, de termos a maior taxa de juros da terra, de sermos os últimos em educação e
saúde públicas, de termos 20% da população, vivendo abaixo da linha da
misérias, além dessa mentira deslavada de se considerar “classe média” quem tem renda superior a 03 salários mínimos.
Qualquer dia em que o meu caríssimo Ministro Delfim Netto tiver tempo e
paciência, vou pedir-lhe que me explique esta lógica.
Eleita, ou melhor, reeleita, esperava-se que a Presidente
apresentasse à população seu plano de governo. Enredada no escândalo Petrobrás,
limita-se a Presidente a barganhar com o Congresso o projeto que adapta a regra
da fixação do superávit primário à incompetência de sua administração de seguir
o estabelecido por lei. Ontem, na “Globo
News”, importante jornalista deu significativo exemplo da absurda proposta
do governo. Dizia ela: imaginemos que um estabelecimento de ensino, seguindo a
lei, fixe em 05 a nota mínima para aprovação e que o filho do dono tenha obtido
nota 03. Aí, o dono resolve que, a partir de então, a nota mínima de aprovação,
passará a ser 03. O exemplo é bastante simples, mas demonstra o grau de
irresponsabilidade a que chegou o governo. E não há o que se duvidar da
aprovação da proposta, já que a Presidente e seus asseclas deixaram claro que a
divisão do “butim”, (isto é, cargos e
Ministérios) com a famigerada base aliada, só será feita, após a aprovação da “nova regra” do superávit primário. O
governo joga com o tempo – o recesso do Congresso e as festividades de final de
ano – para desviar a atenção do povo e da própria Imprensa para o escândalo
Petrobrás, que já se ramifica para outros Órgãos do Governo Federal. Enquanto
isso, o País esta paralisado, em total insegurança jurídica e econômica, a
aguardar, como sonho de uma noite de natal, as reformas política, tributária,
fiscal, trabalhista e administrativa, sem as quais só nos resta esperar,
rezando muito, por um feliz 2016.
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