quarta-feira, 26 de novembro de 2014

A Espera de um Milagre
Como vimos, durante o embate eleitoral, gastou-se tempo e volumosa soma de recursos – alguns de origem espúria – sem que os candidatos apresentassem um programa de governo consistente ou, pelo menos, debatessem propostas, que tirassem o Brasil do limbo internacional. Confesso que, mergulhado em minha santa ignorância, não consigo entender esta lógica que nos insere no “G-20”, apesar de nosso PIB 0, de termos a maior taxa de juros da terra, de sermos os últimos em educação e saúde públicas, de termos 20% da população, vivendo abaixo da linha da misérias, além dessa mentira deslavada de se considerar “classe média” quem tem renda superior a 03 salários mínimos. Qualquer dia em que o meu caríssimo Ministro Delfim Netto tiver tempo e paciência, vou pedir-lhe que me explique esta lógica.

Eleita, ou melhor, reeleita, esperava-se que a Presidente apresentasse à população seu plano de governo. Enredada no escândalo Petrobrás, limita-se a Presidente a barganhar com o Congresso o projeto que adapta a regra da fixação do superávit primário à incompetência de sua administração de seguir o estabelecido por lei. Ontem, na “Globo News”, importante jornalista deu significativo exemplo da absurda proposta do governo. Dizia ela: imaginemos que um estabelecimento de ensino, seguindo a lei, fixe em 05 a nota mínima para aprovação e que o filho do dono tenha obtido nota 03. Aí, o dono resolve que, a partir de então, a nota mínima de aprovação, passará a ser 03. O exemplo é bastante simples, mas demonstra o grau de irresponsabilidade a que chegou o governo. E não há o que se duvidar da aprovação da proposta, já que a Presidente e seus asseclas deixaram claro que a divisão do “butim”, (isto é, cargos e Ministérios) com a famigerada base aliada, só será feita, após a aprovação da “nova regra” do superávit primário. O governo joga com o tempo – o recesso do Congresso e as festividades de final de ano – para desviar a atenção do povo e da própria Imprensa para o escândalo Petrobrás, que já se ramifica para outros Órgãos do Governo Federal. Enquanto isso, o País esta paralisado, em total insegurança jurídica e econômica, a aguardar, como sonho de uma noite de natal, as reformas política, tributária, fiscal, trabalhista e administrativa, sem as quais só nos resta esperar, rezando muito, por um feliz 2016. 

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