Pessoa querida que, agora, entrou em minha família,
irradiando alegria, presenteou-me com opúsculo denominado “Felicidade foi-se embora?” (Editora Vozes, 2016), onde Frei Betto,
Leonardo Boff e Mario Sergio Cortella
discorrem sobre o sentido da “felicidade”.
Frei Betto (de quem, sou admirador, apesar de seu “cristianismo socialista”)
enfoca o tema, sob a ótica social e política; Boff, emérito Professor de Filosofia e que
introduziu, no Brasil, a ”teologia da
libertação”, estabelece co-relação entre felicidade e preservação do
meio-ambiente. “Felicidade:- diz Boff –
não é correr atrás das borboletas, mas cuidar do jardim para atraí-las”:
Cortella, de sólida cultura, habitual frequentador marcante da mídia,
estabelece a dicotomia “felicidade, uma
presença eventual, um desejo permanente.” O pequeno livro (130 páginas) é
manancial de ensinamento, escrito em linguagem simples. Remédio seguro para
quem padece de conflitos existenciais. E quem não os tem, ou teve em qualquer
fase da vida? Ao terminar a leitura, indaguei a mim mesmo: “minha felicidade foi-se embora?” Antes
de encontrar a resposta, tive que me perguntar se a felicidade era bem permanente
ou transitório. E claro que ninguém é permanentemente, feliz ou infeliz. Sempre
relacionei felicidade com paz interior, em se estar em harmonia consigo mesmo,
apesar de todos os azares, que nos cercam: a ingratidão, o desprezo para com os
hipossuficientes, esta coisa incompreensível, chamada “guerra”, onde se legitimiza o direito de matar. Desliguei o abajur
e, imerso no silêncio e na escuridão, fiz a “média” dos momentos felizes vividos, comparando-a com “média” dos momentos infelizes. Os
momentos felizes ganharam de 7x1. Como mensuro o grau de felicidade ou
infelicidade? Reúno seus componentes: alegrias, tristezas, amarguras,
decepções, recompensas etc., etc. e faço a avaliação. Ao final, voltei a me
perguntar “felicidade foi-se embora?”
“Claro que não! O simples fato de ainda
estar por aqui, razoavelmente sadio, trabalhando, abraçando esposa, filhos,
netos, amigos e, é claro, meus cachorros, já é suficiente para responder: “a
felicidade está a meu lado e dentro de mim”.
Fica a “dica” do
livro e da reflexão.
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