quarta-feira, 21 de março de 2018

Para ler e refletir


Pessoa querida que, agora, entrou em minha família, irradiando alegria, presenteou-me com opúsculo denominado “Felicidade foi-se embora?” (Editora Vozes, 2016), onde Frei Betto, Leonardo  Boff e Mario Sergio Cortella discorrem sobre o sentido da “felicidade”. Frei Betto (de quem, sou admirador, apesar de seu “cristianismo socialista”) enfoca o tema, sob a ótica social e política;  Boff, emérito Professor de Filosofia e que introduziu, no Brasil, a ”teologia da libertação”, estabelece co-relação entre felicidade e preservação do meio-ambiente. “Felicidade:- diz Boff – não é correr atrás das borboletas, mas cuidar do jardim para atraí-las”: Cortella, de sólida cultura, habitual frequentador marcante da mídia, estabelece a dicotomia “felicidade, uma presença eventual, um desejo permanente.” O pequeno livro (130 páginas) é manancial de ensinamento, escrito em linguagem simples. Remédio seguro para quem padece de conflitos existenciais. E quem não os tem, ou teve em qualquer fase da vida? Ao terminar a leitura, indaguei a mim mesmo: “minha felicidade foi-se embora?” Antes de encontrar a resposta, tive que me perguntar se a felicidade era bem permanente ou transitório. E claro que ninguém é permanentemente, feliz ou infeliz. Sempre relacionei felicidade com paz interior, em se estar em harmonia consigo mesmo, apesar de todos os azares, que nos cercam: a ingratidão, o desprezo para com os hipossuficientes, esta coisa incompreensível, chamada “guerra”, onde se legitimiza o direito de matar. Desliguei o abajur e, imerso no silêncio e na escuridão, fiz a “média” dos momentos felizes vividos, comparando-a com “média” dos momentos infelizes. Os momentos felizes ganharam de 7x1. Como mensuro o grau de felicidade ou infelicidade? Reúno seus componentes: alegrias, tristezas, amarguras, decepções, recompensas etc., etc. e faço a avaliação. Ao final, voltei a me perguntar “felicidade foi-se embora?” “Claro que não! O simples fato de ainda estar por aqui, razoavelmente sadio, trabalhando, abraçando esposa, filhos, netos, amigos e, é claro, meus cachorros, já é suficiente para responder: “a felicidade está a meu lado e dentro de mim”.
Fica a “dica” do livro e da reflexão.

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