Aproveito a folga, entre o Natal e o Ano Novo, para cumprir
tarefa, que sabia pouco prazerosa, mas que devia levar a termo, primeiro,
porque se tratava de ler um livro e, segundo, porque me foi emprestado, com especiais
recomendações, por amigo de largas leituras. O imortal Nelson Rodrigues
ensinava que toda unanimidade é burra e cá estou eu para confirmar o mestre.
Não acho, por exemplo, que o Neymar seja tudo isto. Brilha, quando o adversário
é medíocre e, ao contrário, diante de um “Bayern”,
por exemplo, trata de se esconder e não foi por outra razão que foi para a França, segundo escalão do futebol europeu.
Não o queria em meu time e olha que sou Botafogo. Mas, volto ao livro, cujo
autor, Dan Brown, com seu “O Código da
Vinci” vendeu 80 milhões de exemplares. O livro é chato, repleto de
artimanhas pueris, como a do personagem – herói que se atira do alto do Museu
do Louvre em cima de caminhão, carregado de alface, o que o permite se safar e
partir para outras heroicas aventuras. O livro da vez e de que me livrei,
nestas festas natalinas, é “Origem”,
do mesmo autor, que pretendeu debater a origem (de onde viemos) e o fim (para
onde vamos) do ser humano. As mesmas e impossíveis aventuras dos personagens
principais, que bem poderiam chamar “Homem
Aranha, Batman, Superman e assemelhados”. Boa parte do livro é contando
histórias de castelos e catedrais, pintores e arquitetos, o que se justifica,
porque, como nos indica a “orelha” do
livro, a esposa do autor é “pintora e
historiadora” da arte, tendo colaborado na obra, em questão. Quanto ao tema
proposto, é primário, tanto do ponto religioso, quanto do ponto científico. O
personagem principal, Edmond Kirsch, que se dispõe a demitir Deus da criação do
mundo, é constituído de modo superficial, a combinar com a superficialidade de
suas ideias e de maneira fantasiosa – e bota fantasiosa nisto – de estratificar
a nova verdade de que “as religiões das trevas partiram e reina a
da ciência”.
Mas “Origem” segue
na relação de os mais vendidos de 2017. Em mim, nada acrescentou e nem mesmo
arranhou a convicção de quem vê Deus em tudo, o alfa e o ômega da existência
humana. Nietzsche queria matar Deus, mas acabou mesmo se matando. Darwin, com
sua teoria evolucionista, frustrou-se, à loucura, por não ter chegado ao ponto
inicial.
Para desintoxicar, dou as mãos a Isabel Allende e vou, com
ela, “Muito Além do Inverno”.
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