segunda-feira, 9 de outubro de 2017

Será a hora do Bolsonaro?



A matéria de capa, da revista “Veja”, do último fim-de-semana, faz torta e falaciosa análise do que chamou “A ameaça Bolsonaro”. Esqueceu-se “Veja” de que Jair Bolsonaro está em seu quarto mandato de deputado federal, sempre eleito com expressivo número de votos de eleitores do Estado – o do Rio de Janeiro -, onde sempre predominou a ideologia, chamada “de esquerda”. E tem mais: com seu prestígio pessoal elegeu os 03 filhos, respectivamente, deputado federal, estadual e vereador. Isto significa que Bolsonaro já detinha força eleitoral própria, antes da “dèbacle” do lulopetismo. Sua ascensão na corrida presidencial de 2018, decorre de dois fatores objetivos: o descrédito, principalmente na população mais jovem, da classe política tradicional e o clima de insegurança pessoal, que aflige todo o País, exatamente a partir do Rio de Janeiro. Nossas instituições – e, agora, até mesmo o Poder Judiciário – restam enfraquecidas, à exceção das forças armadas, de onde Bolsonaro é egresso. Por outro lado, ao longo de 16 anos de mandato legislativo, nunca esteve envolvido em qualquer denúncia de corrupção. Igualmente tênue o argumento de “Veja”, segundo o qual “sozinho, ninguém governa”, o que deixaria Bolsonaro, na hipótese de ser eleito, na dolorosa alternativa de fazer as costumeiras e mal-cheirosas composições políticas, ou buscar o apoio popular, para não se submeter ao Congresso, aos moldes de Maduro. Por mais frágil que seja a democracia brasileira, nenhuma das hipóteses, aventadas por “Veja”, se sustenta. Seguramente, um novo Brasil emergirá das eleições de 2018, não dando mais espaço para o “toma lá, da cá”, destes tempos bicudos. Também se afigura precoce afirmar que “Bolsonaro é contra todo ideário que edifica uma democracia sólida”. Quanto preconceito, que só pode ter saído da carcomida esquerda, com a qual Bolsonaro chega a se identificar pelo nacionalismo xenófobo. Afinal, o que seria uma “democracia sólida”? A atual, com 30 ou mais partidos políticos, sem ideário e sustentado pelo contribuinte? A atual, com o Poder Executivo, atolado em mar de corrupção? A atual, com o Supremo Tribunal Federal, usurpando poderes e legislando, dentro das conveniências do momento?
Bolsonaro, para se identificar como candidato “da direita”, ainda tem que mostrar “a que veio” e, isto, através de projeto de governo, bem estruturado. A verdadeira direita – a que me orgulho pertencer – pretende um Estado mínimo voltado, apenas, para políticas públicas, sem o assistencialismo, que se encosta em interesses eleitoreiros. A verdadeira direita quer um Estado que dê segurança real aos cidadãos, não transformando bandidos em vítimas e vítimas em algozes. A verdadeira direita quer um Poder Legislativo, voltado, exclusivamente, aos interesses do País, longe de “nebulosas transações”. A verdadeira direita quer um Poder Judiciário, independente, mas despolitizado, “dizendo o direito”, sem criá-lo ou deturpá-lo.
Se Bolsonaro pensa o Estado assim, (pelo menos, por ora, nem mesmo se sabe o que ele pensa), poderá, até, ser o candidato da verdadeira direita. Por enquanto, sou mais o General Mourão(o atual).

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