Na expectativa, frustrada pela chuva, de passeio no parque,
sentamo-nos, eu e Rodolfo, debaixo da escada. Nara, com a certeza que não
sairíamos sem ela, recolhe-se ao conforto de sua cama, ao fundo da garagem.
Além disso, detesta política e assuntos afins e sabe que Rodolfo não deixaria
passar nosso encontro, sem deitar falação. E ela, deitada em sua experiência,
tinha razão: tão logo me acomodei, meu politizado pastor alemão tomou a
palavra: “que maravilha a mulher de
Trump, você não achou? Linda, sóbria e elegante. Enfim, uma primeira dama à
altura dos Estados Unidos; E o discurso do Trump, na base de “os Estados Unidos
para os norte-americanos?”. Não sei porque a mídia deu tanta porrada, se
o homem propõe gerar empregos, combater o maldito Estado Islâmico, rever
acordos e tratados econômicos, tornando-os mais benéficos aos Estados Unidos.
Bom seria se tivéssemos um Presidente que se voltasse mais para o Brasil, ao
invés de se envolver nessa política rasteira. Essas passeatas todas, você não
acha injustas, já que o homem nem esquentou a cadeira?” – “Os Estados Unidos
talvez sejam a democracia mais consolidada do mundo, onde o direito de
manifestação é plenamente assegurado, mas, no fundo mesmo, é puro choro de
perdedor. Se Trump conseguir, realmente, recuperar empregos, vitaminando a
economia, essas manifestações vão cair no vazio. Quanto à animosidade da mídia,
justifica-se, porque ela, que sempre se considerou um “quarto poder”, pela
primeira vez, é afrontada por um Presidente que a chama de mentirosa e que se
inclina por profetizar o caos. Mas, com toda a certeza, lá na frente, mídia e
Trump, vão acabar se acertando, principalmente se a política do Presidente
trouxer resultado positivo.” – “E o
acidente com o Ministro Teori Zavascki, será que foi acidente mesmo?” “É claro que foi acidente, o resto é teoria
conspiratória, tão a gosto do brasileiro. Quando Juscelino morreu, em acidente
automobilístico, na “Dutra”, falaram em assassinato, o que nunca ficou provado,
até porque Juscelino, de larga data, estava fora do jogo político. A mesma
coisa, em relação ao Jango, cardiopata, mas fumante, bebedor de uísque, que enfartou,
quando tinha, como única companhia, sua esposa. Nova teoria conspiratória, a
falar em remédios trocados, intencionalmente. Por quem, pela esposa, pelos
empregados da casa? Tudo balela! No caso do Ministro Teori, a Aeronáutica
informou que, nos últimos 05 anos, houve 25 acidentes aéreos na mesma região. O
que talvez tenha havido seja imprudência, em voar em condições atmosféricas
adversas para um aeródromo, que só permite aproximação visual”. – “e a lava-jato, como fica?”, quis saber
Rodolfo. – “fica como está. O certo mesmo
seria esperar a indicação e nomeação do novo Ministro, conforme regra expressa
no Regimento Interno do Supremo. Não há urgência para que, em caráter
excepcional, sorteie-se novo Ministro como, ao que tudo indica, acontecerá, já
que, atualmente, no Brasil, quando se trata de ordenamento jurídico, “não vale
o escrito”.”
Como a chuva ficou mais intensa, desistimos do passeio e
Rodolfo foi fazer companhia a Nara. A propósito: “nossa” primeira dama, com todo o respeito, é “gatíssima”.
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