O espúrio jogo das eleições
Completa-se o ciclo das escolhas dos candidatos a Governador
do Estado. Armado o tabuleiro dos interesses políticos – os legítimos e,
principalmente, os espúrios – o candidato do PT foi abandonado a sua própria
sorte. A polarização ficará entre o Governador Alckmin, de um lado e Paulo
Skaf, de outro. O ex Presidente Lula, no último fim de semana deu uma
declaração mais ou menos assim: “não
importa quem se eleja governador de São Paulo, o importante é apear o PSDB do
governo”. Interpretação óbvia: ferre-se o Padilha, desde que Alckmin não se
reeleja. Qual o liame ideológico entre o PT e Paulo Skaf, este, Presidente da
FIESP, que reúne a fina flor do empresariado paulista e que, além disso,
carrega consigo o apoio de Paulo Maluf e do ex Prefeito, Gilberto Kassab,
aquele que não é de esquerda, nem de direita, nem de centro? Sem dúvida, é esta
falta de identidade entre os candidatos que faz com que os eleitores, ao
ouvirem falar de política, tapem o nariz, afastando o mau cheiro que exala do
jogo político. Qualquer pesquisa – e estamos a 03 meses das eleições – indica
que o número de indecisos é suficiente para decidir a eleição. Indecisos, não
porque estão a analisar os projetos dos candidatos, mas indecisos, porque sabem
que, qualquer que seja o eleito, os velhos problemas – a insegurança pública, a
saúde desassistida, o ensino sucateado – permanecerão intocáveis. E os
interesses do povo? Ora, o povo é apenas um detalhe, como dizia um personagem
do eterno Chico Anísio.
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