segunda-feira, 21 de julho de 2014

Pequena reflexão sobre sucessão empresarial
Outro dia, participando de uma reunião, assessorando um de meus melhores clientes, este afirmou a terceiros participantes que não envolveria sua empresa em negócios que não fossem absolutamente transparentes, dentre outros motivos porque pretendia fazer de sua filha, ambos com a mesma formação técnica, sua sucessora. A sucessão empresarial é um dos grandes problemas a desafiar os que se debruçam sobre o tema, principalmente quando se sabe, segundo dados do IBGE, que 90% das empresas são de origem familiar e, dessas, menos de 20% sobrevivem à segunda geração. A idéia de se contratar executivos de ponta para dirigir essas empresas familiares parece seduzir os especialistas no assunto. Os que torcem o nariz para essa alternativa argumentando que o executivo, por mais competente que seja, não tem o “compromisso subjetivo” com a empresa e, por falta desse vínculo, abandoná-la-á tão logo receba proposta financeira de terceiro. Vivi experiência bem interessante: durante cerca de 15 anos prestei assessoria jurídica a Eucatex, então dirigida pelo Dr. Roberto Maluf. Homem extremamente simples, com longa visão empresarial, fez do conglomerado um dos mais importantes do País. No final dos anos 90 – creio, em 1997 – teve que se afastar e, a partir daí, a Eucatex, dirigida pelo seu sobrinho, Flávio Maluf, foi perdendo espaço no mercado e, hoje, ao que consta, está em recuperação judicial.  A meu modesto juízo, o importante é o “poderoso chefão” ter a consciência de que não é eterno e planejar, com antecedência, sua sucessão, como, aliás, fez Amador Aguiar em seu Bradesco. Li, em um artigo, cujo autor não me recordo, uma afirmação incontestável: “ter direito a uma herança não significa ter um emprego. Para ocupar um cargo é preciso competência.”


Nenhum comentário:

Postar um comentário