quinta-feira, 3 de julho de 2014

As agruras da dieta compulsória

Quando alguém nos diz – “você está bem”, na verdade quer dizer – “você está bem gordo”. Já tinha constatado meu excesso de peso nas camisas apertadas e nas calças, que teimavam em dobrar na cintura. Subi na balança apenas para constatar o quanto engordara: seis quilos acima do máximo permitido pela minha idade. Não tive outra alternativa senão cortar as três delicias da vida (a quarta a idade encarregara-se de suprimir): o doce – qualquer um – a cerveja e os carboidratos, de modo geral. A dieta tem sido sacrifício maior do que assistir aos jogos da nossa seleção. Agora, dei para ter alucinações: nesta última noite sonhei que estava nadando em um lago de goiabada em calda, cuja margem estava rodeada de costeleta de porco. Acordei suando e corri à geladeira: apenas um imbebível guaraná zero e um queijo branco, com gosto de coisa alguma. Sono perdido, abro um livro para esquecer meu sofrimento. Inútil: vinte páginas adiante tive que voltar à primeira, pensamento voltado para o doce e para a costeleta. Abatido e humilhado, voltei à geladeira e bebi um pouco do insosso refrigerante e comi uma fatia do desprezível queijo. Como dizia Vinicius: “são demais os perigos desta vida...”

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