Para não dizer que não falei em copa
O Brasil vive o tormento da ausência de um herói. Depois da
trágica morte de Senna, nossos locutores e analistas de automobilismo tudo
fizeram para promoverem, primeiro Barrichello, depois Massa, a legítimos
sucessores daquele... tarefa ingente e frustrada, que afastou a maioria dos
telespectadores da televisão. Acho, até que, nos dias atuais, apenas Galvão
Bueno e Reginaldo Leme são, por dever de ofício, os únicos telespectadores das
manhãs de domingo. No futebol, o fenômeno se repete. Encerrado o ciclo “Ronaldo”, não apareceu ninguém, digno de
limpar-lhe as chuteiras. Mas a imprensa esportiva precisa sobreviver e daí
inventaram Neymar, como o novo gênio da pátria. Ganhou fama, muito dinheiro (e
belas mulheres, é claro), mas seu futebol é esta coisa pouca que vem exibindo
na copa, sobressaindo-se apenas contra adversários medíocres. Não é justo
criticar o Felipão, pela pequenez do futebol, apresentado pela nossa seleção.
Quem acompanha o campeonato brasileiro sabe que não temos melhor a oferecer, a
não ser esse bando desordenado de jogadores, a maioria deles desconhecidos, até
par nós mesmos. Se vamos ganhar a copa?o coração diz que sim, mas a razão diz
que ganhar seria iludir o povo, como se ainda tivéssemos o melhor futebol do
mundo. Afinal, com quem ficar, com o coração ou com a razão?
Nenhum comentário:
Postar um comentário