O Supremo, Políticos e Mensaleiros
O Supremo Tribunal Federal, vivendo em mundo irreal, proibiu
as empresas de fazerem doações às campanhas políticas. Vale dizer:
institucionalizou o “caixa 2”. Por
certo, ninguém é tão ingênuo a ponto de acreditar que os candidatos vão
despender recursos próprios ou parcas contribuições de pessoas físicas. No
modelo norte-americano, onde a lei é cumprida e a hipocrisia é punida, as
doações para tal mister, são livres, desde que os doadores e os donatários as
registrem. Na última eleição presidencial, Obama gastou cerca de 300 milhões de
dólares e ninguém se escandalizou. Aqui, o PT registrou gastos da ordem de 30
milhões de reais, ninguém acreditou, mas ficou por isto mesmo. Agora, vem esta
empulhação de financiamento público de campanha, o governo desviando recursos –
que não repassa – da saúde, da educação, para prover um bando de sacripantas,
candidatos a larápios do patrimônio público. Uma honesta reforma política
deveria começar acabando com o sistema bi-cameral. Sofisma dos mais
rudimentares afirmar que o Deputado Federal representa o povo e o Senador
representa a Unidade Federativa, como se as duas coisas não se confundissem. E
que tal reduzir para 4 o numero de Deputados por Estado?
Informa a mídia que o “fundo
partidário” (dinheiro que o governo repassa aos partidos políticos)
consome, anualmente, mais de 01 bilhão de reais. Quer dizer, não há recursos
para saneamento básico, para programa de combate a dengue, mas sobra para
custear as farras – viagens, transplante de cabelo, orgias – dos membros do
poder legislativo.
Mudo de assunto e volto ao Supremo. Não é que o Ministro
Joaquim – sempre ele -, do alto de sua frustração ditatorial, mandou todos os “mensaleiros”, que trabalhavam fora, de
volta à Papuda? Passou por cima da jurisprudência do Superior Tribunal de
Justiça e do próprio Supremo e gritou, espada em riste: -“aqui quem manda sou eu”. Provavelmente, quando a matéria for levada
à apreciação de seus pares – muito mais ímpares dele -, vai levar outra tunda.
Não tenho simpatia pelo PT e muito menos pelos mensaleiros, mas, de um Juiz
(até de futebol) espera-se equilíbrio e sobriedade, virtudes que não integram
as características de nosso Joaquim.
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