terça-feira, 13 de maio de 2014

O Supremo, Políticos e Mensaleiros

O Supremo Tribunal Federal, vivendo em mundo irreal, proibiu as empresas de fazerem doações às campanhas políticas. Vale dizer: institucionalizou o “caixa 2”. Por certo, ninguém é tão ingênuo a ponto de acreditar que os candidatos vão despender recursos próprios ou parcas contribuições de pessoas físicas. No modelo norte-americano, onde a lei é cumprida e a hipocrisia é punida, as doações para tal mister, são livres, desde que os doadores e os donatários as registrem. Na última eleição presidencial, Obama gastou cerca de 300 milhões de dólares e ninguém se escandalizou. Aqui, o PT registrou gastos da ordem de 30 milhões de reais, ninguém acreditou, mas ficou por isto mesmo. Agora, vem esta empulhação de financiamento público de campanha, o governo desviando recursos – que não repassa – da saúde, da educação, para prover um bando de sacripantas, candidatos a larápios do patrimônio público. Uma honesta reforma política deveria começar acabando com o sistema bi-cameral. Sofisma dos mais rudimentares afirmar que o Deputado Federal representa o povo e o Senador representa a Unidade Federativa, como se as duas coisas não se confundissem. E que tal reduzir para 4 o numero de Deputados por Estado?
Informa a mídia que o “fundo partidário” (dinheiro que o governo repassa aos partidos políticos) consome, anualmente, mais de 01 bilhão de reais. Quer dizer, não há recursos para saneamento básico, para programa de combate a dengue, mas sobra para custear as farras – viagens, transplante de cabelo, orgias – dos membros do poder legislativo.

Mudo de assunto e volto ao Supremo. Não é que o Ministro Joaquim – sempre ele -, do alto de sua frustração ditatorial, mandou todos os “mensaleiros”, que trabalhavam fora, de volta à Papuda? Passou por cima da jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça e do próprio Supremo e gritou, espada em riste: -“aqui quem manda sou eu”. Provavelmente, quando a matéria for levada à apreciação de seus pares – muito mais ímpares dele -, vai levar outra tunda. Não tenho simpatia pelo PT e muito menos pelos mensaleiros, mas, de um Juiz (até de futebol) espera-se equilíbrio e sobriedade, virtudes que não integram as características de nosso Joaquim. 

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