É a História, Imbecil
Em 1936, sob os olhos complacentes do mundo, a Alemanha
retoma a Alsacia Lorena, incorporada que fora à França, por força do tratado de
Versalles. O argumento, para a retomada, era que, naquela região, falava-se o
alemão e se cultivam usos e costumes alemães, portanto constituíam “espaço vital” para o desenvolvimento da
nova Alemanha. Dois anos depois, uma esmagadora eleição plebiscitária decidiu
pela anexação da Áustria à Alemanha e a justificativa voltaria a ser o “espaço vital”. Na seqüência, sob os
mesmos argumentos, as chancelarias inglesa e francesa entregaram a Hitler o
Sudeto, parte meridional da Tchecoslováquia, que também pertencera à Alemanha, até
o final de 1918. Somente quando os nazistas voltaram-se contra a Polônia, com
os mesmos argumentos é que a Europa Ocidental constatou que a guerra
expansionista do III Reich não teria ponto final. E o mundo mergulhou no mais
espetacular conflito, que a história registrou. Impressiona-me como a história
é impiedosa para aqueles que, emburrecidos, não querem percorrer suas lições.
Ninguém, dotado de um mínimo de senso critico, podia aceitar que o
esfacelamento da União Soviética, em 1989, fosse recebido com vodka e
champangne pelos russos, da mesma forma que só a pretensão imaginava a Alemanha
inerte, após lhe ser retirado um terço de seus territórios, de sua população e
de suas riquezas. Putin repete Hitler e, depois de retomar a península da
Criméia, estende suas mãos para buscar toda a Ucrânia, com suas riquezas
minerais. Putin, mirando-se no exemplo
de Hitler, estimula o povo, que fala russo, que cultiva usos e costumes russos,
a se insurgirem contra os fracos administradores ucranianos. Putin trata com
desdém as ameaças do Ocidente, meras ameaças, porque dependem do gás russo, sem
contar que o efetivo militar russo é, pelo menos 3 vezes superior ao ucraniano.
Que farão os “aliados” de hoje:
entregarão a Ucrânia, como, outrora entregaram a Eslováquia, ou serão capazes
de tomar efetivas medidas que conterão Putin, dentro de seu espaço? Obama,
ontem, em solenidade na Casa Branca, ridicularizou Putin? De se lembrar que
Daladier, o Primeiro Ministro francês, chamava Hitler de “le petit homme et leur ridicule monstache” (o pequeno homem e seu
ridículo bigode). Pois aquele
ridículo bigode, em pouquíssimo tempo, desfilaria sob o Arco do Trinfo.
Começaria tudo outra vez?
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