terça-feira, 27 de maio de 2014

A falta de senso
Vejo e leio no “Google noticias” de hoje, 27, que a Presidente Dilma ficou “estarrecida com o atraso de salários dos jogadores de futebol”. Na foto, ao lado da Presidente, identifico alguns atletas, como Dida, Alex, Juan, Rui, cujos salários superam aos 200 mil reais mensais. Ao que me consta os clubes de futebol são entes privados, sujeitos a crises financeiras transitórias, como qualquer empresa privada, cujos trabalhadores, em caso de prolongado atraso em seus pagamentos, podem promover a rescisão de seus contratos de trabalho. No momento, em que redijo estas mal traçadas linhas, professores, profissionais de saúde, motoristas, policiais, serventuários da justiça, dentre outras classes, reivindicam melhores salários e, destaque-se, ganham esses profissionais menos de 1% dos atletas acima citados e não se têm noticia de terem sido recebidos pela Presidente, com direito a foto. Bom seria de Dª Dilma “se estarrecesse” com as condições dos hospitais, como mostrou o “Fantástico”, do último domingo; com o miserável salário dos professores – e fui um deles – que são obrigados a jornadas duplas e até triplas de trabalho, para ganharem, por mês, o que um daqueles jogadores ganha em meio dia; com os “bicos” que os policiais são obrigados a fazer, em seus dias e horas de folga, para proporcionarem um mínimo de conforto a suas famílias.

Ironicamente, o movimento dos jogadores chama-se “Bom Senso”, exatamente o que faltou à Presidente ao se engajar na causa que menos precisa da presença do Estado.

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