A falta de senso
Vejo e leio no “Google
noticias” de hoje, 27, que a Presidente Dilma ficou “estarrecida com o atraso de salários dos jogadores de futebol”. Na
foto, ao lado da Presidente, identifico alguns atletas, como Dida, Alex, Juan,
Rui, cujos salários superam aos 200 mil reais mensais. Ao que me consta os
clubes de futebol são entes privados, sujeitos a crises financeiras
transitórias, como qualquer empresa privada, cujos trabalhadores, em caso de
prolongado atraso em seus pagamentos, podem promover a rescisão de seus
contratos de trabalho. No momento, em que redijo estas mal traçadas linhas,
professores, profissionais de saúde, motoristas, policiais, serventuários da
justiça, dentre outras classes, reivindicam melhores salários e, destaque-se,
ganham esses profissionais menos de 1% dos atletas acima citados e não se têm
noticia de terem sido recebidos pela Presidente, com direito a foto. Bom seria
de Dª Dilma “se estarrecesse” com as
condições dos hospitais, como mostrou o “Fantástico”,
do último domingo; com o miserável salário dos professores – e fui um deles –
que são obrigados a jornadas duplas e até triplas de trabalho, para ganharem,
por mês, o que um daqueles jogadores ganha em meio dia; com os “bicos” que os policiais são obrigados a
fazer, em seus dias e horas de folga, para proporcionarem um mínimo de conforto
a suas famílias.
Ironicamente, o movimento dos jogadores chama-se “Bom Senso”, exatamente o que faltou à
Presidente ao se engajar na causa que menos precisa da presença do Estado.
Nenhum comentário:
Postar um comentário