sexta-feira, 10 de agosto de 2012


SÃO PAULO, CIDADE SITIADA

  
No decorrer da semana que se finda, dois Delegados da Polícia Civil de nosso Estado, profissionais de reconhecida competência, homens de larga experiência no combate à criminalidade, foram alvejados por marginais, o primeiro morto e o segundo, em que pese a gravidade das lesões sofridas, felizmente já fora de perigo. Também há pouco tempo, a imprensa noticiou a execução, a sangue frio, de dezenas de policiais militares, ao que tudo indica, vítimas de organizações criminosas. Diante de quadro tão alarmante, é de se perguntar: se profissionais armados e treinados são atacados e chacinados por bandidos, que proteção, que garantia temos nós, civis, que não andamos armados (a maioria nem atirar sabe), que temos que circular pela cidade, simplesmente porque vivemos nela? O lazer, o mais simples, como ir a um restaurante com a família, transformou-se em “esporte radical”, porque o risco de sermos assaltados, enquanto degustamos uma simples pizza, é real. Diante deste quadro, que avilta nossa cidadania, parece claro ser tudo isso falta de comando, absoluta ausência de estratégia para enfrentar a criminalidade. Nosso Governador limita-se a pedir desculpas à população, a “hipotecar solidariedade” à família das vítimas. Nos enterros dos policiais, são os mesmos saudados com tiros de festim. E depois? As autoridades retornam às suas rotinas e a família do morto, esposa, filhos, pais, vão chorar seu ente querido, morrendo um pouco também. Lembro-me da frase, hoje mais verdadeira que nunca: “O fraco rei faz fraca a forte gente.

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