SÃO PAULO, CIDADE SITIADA
No
decorrer da semana que se finda, dois Delegados da Polícia Civil de nosso
Estado, profissionais de reconhecida competência, homens de larga experiência
no combate à criminalidade, foram alvejados por marginais, o primeiro morto e o
segundo, em que pese a gravidade das lesões sofridas, felizmente já fora de
perigo. Também há pouco tempo, a imprensa noticiou a execução, a sangue frio,
de dezenas de policiais militares, ao que tudo indica, vítimas de organizações
criminosas. Diante de quadro tão alarmante, é de se perguntar: se profissionais
armados e treinados são atacados e chacinados por bandidos, que proteção, que
garantia temos nós, civis, que não andamos armados (a maioria nem atirar sabe),
que temos que circular pela cidade, simplesmente porque vivemos nela? O lazer,
o mais simples, como ir a um restaurante com a família, transformou-se em
“esporte radical”, porque o risco de sermos assaltados, enquanto degustamos uma
simples pizza, é real. Diante deste quadro, que avilta nossa cidadania, parece
claro ser tudo isso falta de comando, absoluta ausência de estratégia para
enfrentar a criminalidade. Nosso Governador limita-se a pedir desculpas à
população, a “hipotecar solidariedade” à família das vítimas. Nos enterros dos
policiais, são os mesmos saudados com tiros de festim. E depois? As autoridades
retornam às suas rotinas e a família do morto, esposa, filhos, pais, vão chorar
seu ente querido, morrendo um pouco também. Lembro-me da frase, hoje mais
verdadeira que nunca: “O fraco rei faz
fraca a forte gente.”
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