terça-feira, 27 de fevereiro de 2018

Os refugiados chegam ao Brasil. E agora?

O governo Temer, lutando contra tudo e contra todos, principalmente, contra a grande mídia, que abraça a tese do “quanto pior, melhor”, conseguiu, com sua política econômica, gerar mais de 01 milhão de empregos formais. Agora, começamos a enfrentar o problema dos auto-exilados da Venezuela, que, por falta de condições mínimas de  sobrevivência, deixam aquele País e, buscando melhor sorte, ingressam no Brasil. A questão dos refugiados mereceu acirrados debates, na Europa: deveriam ser acolhidos, por razões humanitárias, diziam uns; deveriam ser contidos, porque colocam em risco a economia do País, diziam outros. Agora, chegou a vez do Brasil debruçar-se sobre tão complexo problema. Faz uns 10 anos, conheci Boavista. Mal comparando, corresponde a uma das cidades do nosso “Vale da Ribeira”: quase nada de indústria, vivendo da extração (quase sempre clandestina) da madeira. Acorreram àquela cidade cerca de 30 mil venezuelanos e tal maciça presença trouxe profundos reflexos, na qualidade de vida dos nativos, já que representa 10% da população local. E a situação se agrava, vez que são esperados, em curto lapso de tempo, mais 100 mil venezuelanos e outros mais virão, à medida que mais aguda for a crise econômica na Venezuela, cujo índice de desemprego alcança 70% da população. Como solução provisória (e não há, em estudo, solução definitiva) o Governo Federal resolveu distribuir os refugiados venezuelanos entre os Estados da Federação. Não é exagerado admitir que precisarão eles morar, comer, utilizar serviços de saúde, educar seus filhos e, por óbvio, todo esse uso de equipamentos públicos, trará reflexos na vida econômico-social do Brasil. São  diários os casos de bolivianos, utilizados como mão-de-obra escrava. Seguirão os venezuelanos o mesmo caminho? Haitianos, que aqui se refugiaram, trabalham em sub empregos, aviltando o preço da mão-obra-nacional. A Venezuela é barril de pólvora, prestes a explodir. Possui população de 32 milhões de habitantes. Imaginemos – mesmo por simples hipótese – que, com o acirramento da crise, 10% da população daquele País, isto é, 3,2 milhões de pessoas busquem refugio no Brasil. Estaremos “importando” um caos, que anulará todos os avanços, promovidos pelo atual governo, inviabilizando, ainda, o próximo.
Percorro, por dever de ofício, o centro velho de São Paulo e, sem esforço, deparo, cotidianamente, com centenas de moradores de rua que, sabemos, nossa Capital, a maior cidade da América do Sul, não tem abrigos suficientes para acolherem a todos.

Assim, a questão dos refugiados, que nos parecia distante, entra, obrigatoriamente, na agenda dos presidenciáveis.

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