segunda-feira, 26 de fevereiro de 2018

Por uma leitura obrigatória

Nasci e vivi, até os 15 anos, em cidade do interior de Minas Gerais, onde, quando a temperatura chegava aos 25 graus, colocava-se pesadas roupas de frio. Morando no Rio, certa feita, sobrinha pra lá de querida, em mês de julho, convida-me para saborear um “fondue”. O frio ausente exigiu que o ar condicionado fosse ligado. Conto isto para dizer que sempre fui, essencialmente, bebedor de cerveja. Hábito que cultivo em domingos veranicos, tomando sol, no quintal, cercado de cachorro, merecendo destacar que dois deles, Olavo e Clóvis, são ávidos consumidores do “suco de cevada”. Vinho mesmo, só me habituei a apreciar, quando após 12 anos de Rio de Janeiro, retornei, para sempre a São Paulo. Aprecio os chilenos, argentinos e espanhóis, ao alcance do meu bolso e, quantos aos franceses, aventuro-me ao “Chateauneuf du Pape”. Aprendi com Derivan, um dos maiores “barman” de nossa Paulicéia, que vinho francês barato – menos que 01 mil reais – é inferior a qualquer “Cassillero del Diablo”. Apenas bebo vinho e acho frescura demais o cara frequentar um desses cursos e ficar estalando os lábios, a discorrer sobre os componentes do vinho.
Sabedor de meu gosto por vinhos e de minha predileção por livros  sobre a 2ª guerra mundial, ancestral cliente que se transformou em amigo fraterno, presenteou-me (ele pensa que me emprestou) com o livro “Vinho e Guerra”, que narra as artimanhas empregadas pelos principais produtores franceses para impedirem que os nazistas se apoderassem de mais nobres vinhos. É um passeio emocionante pelas maiores regiões viníferas francesas – Borgonha, Bordeaux, Champagne, Vale de Loire – de onde foram desviadas cerca de 500 mil garrafas das melhores safras para a adega de Göring e mais de 01 milhão para o “Ninho das Águias”,  retiro de Hitler nos Alpes bávaros.  Transcrevo deliciosa lição contida no livro:
o vinho foi um dos primeiros indícios de civilização a aparecer na vida dos seres humanos. Está na Bíblia, está em Homero, fulgura através de todas as páginas da história, participando do destino de homens de talento. Ele dá espírito aos que sabem como saboreá-lo e pune os que o bebem sem comedimento”.

Vinho e Guerra” é um livro de história, de resistência ao opressor e, acima de tudo, de amor do povo francês a seu maior tesouro.

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