Palavras de Despedida
Hoje, 19 de dezembro, encerro as atividades do ano. Já, de
larga data, perdi o hábito de fazer balanço do ano findo e projetos para o ano
vindouro. Alegrias e tristezas, vitorias e derrotas fazem parte do cotidiano.
São inevitáveis e até essenciais, porque são o tempero da vida. Viro a última
curva de minha estrada, com muito mais ganhos do que perdas, por isso, sem
melancolia, tenho a mala pronta para a viagem definitiva. Sem saudades do
passado, trago-o, como lembranças: a meninice, pernas soltas pela minha pequena
cidade do interior; a juventude, percorrida em busca do sonho sonhado, mas com
tempo para coxas e bocas; a maturidade, na lindeza do Rio, filhos correndo
pelas areias do Leme e, é claro, o Maracanã, colorido de Botafogo; e a velhice,
docemente acumulada ao lado de companheira de uma vida inteira. Amigos –
poucos, mas intensos -, que chegaram e que partiram – e, agora, partem, cada
vez mais rápido -, mas que deixaram, pedaços de suas vidas grudadas na minha.
Termino meu ano sem ressentimentos, novos ou antigos. Afinal, como posso pedir
a Deus que perdoe minhas ofensas, se não for capaz de perdoar aos que me
ofenderam? É lição da maior das orações, porque nos foi ditada pelo próprio
Cristo. Termino o ano, agradecendo a Deus, por me permitir continuar por aqui,
convivendo com as pessoas, que me são caras, praticando o meu fazer e
contemplando a beleza do sol, da chuva e das coisas que eles aquecem ou
umedecem. É claro que janeiro é simples continuação de dezembro mas, apesar de
Dilma e do PT, desejo a todos, que me acompanharam nestes quebrados escritos,
um 2015 que seja, realmente, um novo ano cheio de realizações pessoais.
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