Porque é Natal
Aproxima-se o Natal e a cidade, como diria Silvio Santos, já
está “em ritmo de festa”. De larga
data já se perdeu o entendimento de que nesta festa comemora-se o nascimento de
Jesus e poucos ainda se lembram de que a troca de presentes é simbologia dos
presentes “trocados” entre os Reis
Magos e o Menino-Deus. Aqueles a este ofereceram ouro, incenso e mirra. Este
ofereceu àqueles e a todos nós sua própria vida, feita de peregrinação e, ao
final, de morte dolorosa. Se Jesus nasceu ou não em um 25 de dezembro, é fato
de nenhuma relevância. O que importa é que ele nasceu e, para mostrar seu
despojamento material, nasceu e viveu em Nazaré, à época, humilde aldeia de
operários. Dali partiu para sua peregrinação, tendo escolhido, nessa caminhada,
como companheiros, homens simples, que não tinham “nem ouro, nem espada”. E que figura maravilhosa foi Maria, sua mãe:
“eis aqui a Serva do Senhor, faça-se em
mim, segundo a tua palavra!”, respondeu ela ao anjo Gabriel, enviado por
Deus para comunicar-lhe sua difícil e sofrida missão de ser mãe de Jesus. Ou
temos dúvidas das dificuldades experimentadas por Maria, em exibir uma gravidez
“sem conhecer homem algum”, numa
época em que o adultério era punido com morte humilhante? Ou temos dúvidas que
a missão de Maria foi a mais sofrida entra a de todas as mães, de ver o
martírio do filho e, depois, dor incomensurável, recebê-lo morto, nos braços?
Por essa missão suprema, feita de amor, dor e resignação, Maria constitui a
essência divina de todas as mães, o amor que ama, sem exigir retorno. E por que
não falar de José, personagem tão essencial e pouco lembrado na natividade de
Jesus, que, possuído pela fé, acreditou, quando tinha tudo para duvidar, que
amou muito mais Maria, quando podia repudiá-la, formando a “Sagrada Família”? Por isso, o grande
símbolo do Natal, não é a árvore, mero ornamento comercial, na qual e sob a
qual se colocam presentes. O símbolo verdadeiro é o presépio, diante do qual,
em qualquer lugar, a qualquer hora, devemos parar e refletir, perguntando a nós
mesmos, na nossa mediocridade, que presente podemos oferecer ao Menino Jesus.
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