O Ministério Público no lava-jato
Como todo brasileiro consciente, tenho
acompanhando, com redobrada atenção, a operação “lava jato”, em todos os seus desdobramentos. Irrepreensível a
competência, celeridade e independência com que atuaram o Juiz Sérgio Moro e a
Polícia Federal. Preocupa-me, todavia, o comportamento do Ministério Público e
até mesmo do Supremo Tribunal Federal. A revista “Isto É”, do penúltimo final de semana, informa em matéria de capa,
que “o Procurador Geral da República
costura uma saída, tentando impedir que o Planalto seja investigado no
escândalo do petrolão”. E o pronunciamento do Procurador Janot, na
televisão foi, para dizer pouco, um “escorrega
no quiabo”. Falar mal das empreiteiras, do doleiro, que “nós estamos em guerra contra a impunidade e
a corrupção”, na verdade, nada mais foi do que fazer a apologia do óbvio. E
quanto aos partidos políticos e seus integrantes, beneficiados pelo esquema?
Limitou-se o Procurador a afirmar que tudo será devidamente apurado, com muita
calma e segurança. O Juiz Sérgio Moro, de larga data, afirmou que o processo
não corre em segredo de justiça e que os nomes dos políticos envolvidos apenas
não foram divulgados, porque detém eles o foro privilegiado, isto é,
processá-los é competência do STF. O Ministro Teori Zavascki já detém os nomes
e o grau de envolvimentos desses políticos, todos, ao que parece, integrantes
da famigerada base do governo. Cerca de 30 executivos das principais
Construtoras do País, estão presos, mas não se sabe nem mesmo o nome de um
único político envolvido no “petrolão”.
O sigilo do Sr. Vaccari, tesoureiro do PT, foi quebrado, lá se vão 15 dias e
daí? Ou não se encontrou qualquer
irregularidade e, neste caso, desculpas são devidas ao Sr. Vaccari. Ou, se as
encontrou, pelo menos temos o direito de saber quais as providências
subseqüentes. A estratégia dos partidos políticos têm sido a de desqualificar
os delatores. Lembra-nos a utilizada por Felipão, no jogo contra a Alemanha. Na
próxima 6ª feira, 19, o Supremo Tribunal Federal entra em recesso, só
retornando em fevereiro. Tempo mais do que suficiente para se costurar, com
linha forte, o “acórdão”, denunciado
pela “Isto É”.
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