AVENIDA BRASIL X CAMPANHA POLÍTICA: QUEM
GANHOU?
Sexta-feira última, às vinte e uma horas, entro em um restaurante, que costumo freqüentar com minha esposa e sempre cheio naquele dia e horário. Para meu espanto, apenas nós no local, com cerca de dez garçons perfilados. O que teria acontecido? A noite estava particularmente agradável, após uma forte chuva, que afastou o calor do dia, deixando que uma brisa suave envolvesse a cidade. Levei meu espanto ao garçom, que chegou a nossa mesa. Disse-me ele que todos os freqüentadores, com certeza, estavam a espera da descoberta do assassinato de Marx. Maior espanto foi o meu, porque até onde vai meu medíocre conhecimento, Karl Marx, o grande ideólogo do socialismo, morrera de morte natural, há mais de um século. Logo, o gentil garçom sanou meu espanto: na verdade, se tratava de Max, o vilão da novela das nove, na trama envolvendo Carminha e Nina. No dia seguinte, leio no jornal que o último capítulo da novela dera 80% de audiência, enquanto que, outro duelo, envolvendo os candidatos a Prefeito de São Paulo, não superara 4% de telespectadores, no debate promovido pela Bandeirantes. Ficam, assim, estabelecida a prioridade dos paulistanos: muito mais importante do que saber qual o candidato apresenta a melhor proposta, para administrar nossa cidade, nos próximos quatro anos, é conhecer o final da trama da citada novela. Não há críticas a fazer, afinal, Serra e Haddad não tem feito outra coisa, senão se ofenderem mutuamente, ou, quando muito, apresentarem propostas absolutamente inexeqüíveis. O povo, que não mais acredita em devaneios de políticos, prefere o devaneio, sabidamente real das novelas. Talvez, a partir de hoje, segunda-feira, sem Carminha, Nina, Tufão e companhia, comece realmente a campanha política.
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