quinta-feira, 27 de setembro de 2012


REPORTAGEM EQUIVOCADA

Ontem, assistindo ao "Jornal da Cultura", um de seus integrantes, carcomido representante de uma esquerda já morta e enterrada, responsabilizou o regime militar pelo estado falimentar, em que se encontra a pesquisa, no Brasil. A bem da verdade, o regime militar, inaugurado em 31 de dezembro de 1964, findou-se em 1980, já que o "Governo Figueiredo", que perdurou até 1984, completou a distensão, promovida por Geisel e, em sua vigência, as liberdades já estavam sendo exercitadas em sua plenitude. Para quem não viveu aquele período, isso está em qualquer livro de história. Mas, mesmo que tomemos o ano de 1984 como a retomada da plenitude democrática, constatamos que, neste lapso de tempo, decorreram 28 anos, tempo mais do que suficiente para que qualquer trabalho científico, em qualquer segmento, pudesse iniciar e se completar. Com efeito, imaginemos um jovem, que tivesse ingressado em uma faculdade em 1984, nela se graduando em 1989. Teria ele 23 anos para realizar todos os cursos de pós graduação, debruçar-se sobre qualquer campo de pesquisa e produzir os resultados almejados. Recente matéria jornalística, veiculada pelo "Fantástico", mostrou que os brasileiros pesquisadores, residindo e desenvolvendo seus trabalhos no exterior, tem 50 anos, ou menos, o que vale dizer que, em 1984, ainda estavam na faculdade. Já passou o tempo de responsabilizar os Governos Militares pelas mazelas do País. A absurda multiplicação dos cursos superiores de péssima qualidade, o ensino fundamental incipiente são, fruto da irresponsabilidade e do clientelismo político, que contaminou a educação no Brasil, principalmente a partir da devolução do Poder aos civis. Os Governos Militares podem ter tido comprometimento na área dos direitos humanos, mas é inegável a contribuição dada no campo sócio-econômico. Basta lembrar que, em 1973, ao final do duro Governo Médici, o salário mínimo correspondia a US$ 300,00 (trezentos dólares), marca só atingida, neste ano, com o real super valorizado. Basta lembrar, aliás, como o próprio Lula o fez, que, naquele período, a oferta de emprego era de tal ordem que empresas "roubavam" trabalhadores de outras empresas. Infelizmente, há pessoas, como o integrante daquele programa que, por ignorância ou má-fé, buscam no passado a responsabilidade pelo fracasso do presente.

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