A ALEMANHA, UMA LIÇÃO PARA SE APRENDER
O noticiário internacional
nos dá conta de que a Alemanha, hoje considerada maior potência da Europa, vai
comandar a recuperação econômica daquele continente, debelando a crise
financeira que parecia levar o euro ao sepultamento. Para tal recuperação, a
Alemanha vai injetar cerca de 200 bilhões de euros para ajudar a solucionar os problemas
dos países, mergulhados na crise. Como viciado em história, não pude deixar de
fazer uma reflexão sobre o País, gerido com extrema competência pela Ministra
Angela Merkel. Ensinam-nos os historiadores que a Alemanha saiu destroçada da
Primeira Guerra Mundial: o Tratado de Versailes, assinado com os vencedores
daquele conflito – Inglaterra e França à frente – retiraram da Alemanha um
terço de seu território e de sua respectiva população, exatamente a região onde
florescia o parque industrial. Por volta de 1930, a inflação chegou a
tal patamar estratosférico que era necessário um bilhão de marcos para se
comprar um único dólar. Pois não é que, seis anos depois, a economia da
Alemanha se recuperava, o que permitiu a Hitler deflagrar uma guerra, contra praticamente
todos os países desenvolvidos, guerra da qual somente não saiu vitorioso, primeiro,
pela equivocada e desastrosa decisão de invadir a União Soviética, depois pela
entrada dos Estados Unidos no conflito. Terminado esse, em 1945, a Alemanha estava, novamente,
arrasada: seu território, dividido; sua independência, comprometida; sua
economia, em escombros. Pois não é que, menos de 30 anos após essa segunda
hecatombe, a Alemanha se reerguia e já se tornava um dos mais importantes
países do mundo? Com a queda do "Muro de Berlim", em 1989, esperava-se
que aquele País sofreria
com o impacto do atraso da
Alemanha Oriental, a contaminar o progresso da Alemanha Ocidental. Superadas, com
rapidez, as diferenças, o País voltou a crescer e, em menos de duas décadas passava
a liderar a Europa, a ponto de, hoje, salvar o continente de uma crise, de consequências
imprevisíveis. Acho que os governantes, notadamente os sulamericanos, muito
teriam a ganhar se, antes de assumirem seus cargos, fizessem um "estágio
probatório" naquele País, para aprenderem como se administra a coisa
pública.
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