quarta-feira, 19 de setembro de 2012

A ALEMANHA, UMA LIÇÃO PARA SE APRENDER


O noticiário internacional nos dá conta de que a Alemanha, hoje considerada maior potência da Europa, vai comandar a recuperação econômica daquele continente, debelando a crise financeira que parecia levar o euro ao sepultamento. Para tal recuperação, a Alemanha vai injetar cerca de 200 bilhões de euros para ajudar a solucionar os problemas dos países, mergulhados na crise. Como viciado em história, não pude deixar de fazer uma reflexão sobre o País, gerido com extrema competência pela Ministra Angela Merkel. Ensinam-nos os historiadores que a Alemanha saiu destroçada da Primeira Guerra Mundial: o Tratado de Versailes, assinado com os vencedores daquele conflito – Inglaterra e França à frente – retiraram da Alemanha um terço de seu território e de sua respectiva população, exatamente a região onde florescia o parque industrial. Por volta de 1930, a inflação chegou a tal patamar estratosférico que era necessário um bilhão de marcos para se comprar um único dólar. Pois não é que, seis anos depois, a economia da Alemanha se recuperava, o que permitiu a Hitler deflagrar uma guerra, contra praticamente todos os países desenvolvidos, guerra da qual somente não saiu vitorioso, primeiro, pela equivocada e desastrosa decisão de invadir a União Soviética, depois pela entrada dos Estados Unidos no conflito. Terminado esse, em 1945, a Alemanha estava, novamente, arrasada: seu território, dividido; sua independência, comprometida; sua economia, em escombros. Pois não é que, menos de 30 anos após essa segunda hecatombe, a Alemanha se reerguia e já se tornava um dos mais importantes países do mundo? Com a queda do "Muro de Berlim", em 1989, esperava-se que aquele País sofreria
com o impacto do atraso da Alemanha Oriental, a contaminar o progresso da Alemanha Ocidental. Superadas, com rapidez, as diferenças, o País voltou a crescer e, em menos de duas décadas passava a liderar a Europa, a ponto de, hoje, salvar o continente de uma crise, de consequências imprevisíveis. Acho que os governantes, notadamente os sulamericanos, muito teriam a ganhar se, antes de assumirem seus cargos, fizessem um "estágio probatório" naquele País, para aprenderem como se administra a coisa pública.

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