O governo Temer, lutando contra tudo e contra todos,
principalmente, contra a grande mídia, que abraça a tese do “quanto pior, melhor”, conseguiu, com sua
política econômica, gerar mais de 01 milhão de empregos formais. Agora,
começamos a enfrentar o problema dos auto-exilados da Venezuela, que, por falta
de condições mínimas de sobrevivência,
deixam aquele País e, buscando melhor sorte, ingressam no Brasil. A questão dos
refugiados mereceu acirrados debates, na Europa: deveriam ser acolhidos, por razões
humanitárias, diziam uns; deveriam ser contidos, porque colocam em risco a
economia do País, diziam outros. Agora, chegou a vez do Brasil debruçar-se
sobre tão complexo problema. Faz uns 10 anos, conheci Boavista. Mal comparando,
corresponde a uma das cidades do nosso “Vale
da Ribeira”: quase nada de indústria, vivendo da extração (quase sempre
clandestina) da madeira. Acorreram àquela cidade cerca de 30 mil venezuelanos e
tal maciça presença trouxe profundos reflexos, na qualidade de vida dos
nativos, já que representa 10% da população local. E a situação se agrava, vez
que são esperados, em curto lapso de tempo, mais 100 mil venezuelanos e outros
mais virão, à medida que mais aguda for a crise econômica na Venezuela, cujo
índice de desemprego alcança 70% da população. Como solução provisória (e não
há, em estudo, solução definitiva) o Governo Federal resolveu distribuir os
refugiados venezuelanos entre os Estados da Federação. Não é exagerado admitir
que precisarão eles morar, comer, utilizar serviços de saúde, educar seus
filhos e, por óbvio, todo esse uso de equipamentos públicos, trará reflexos na
vida econômico-social do Brasil. São
diários os casos de bolivianos, utilizados como mão-de-obra escrava.
Seguirão os venezuelanos o mesmo caminho? Haitianos, que aqui se refugiaram,
trabalham em sub empregos, aviltando o preço da mão-obra-nacional. A Venezuela
é barril de pólvora, prestes a explodir. Possui população de 32 milhões de
habitantes. Imaginemos – mesmo por simples hipótese – que, com o acirramento da
crise, 10% da população daquele País, isto é, 3,2 milhões de pessoas busquem
refugio no Brasil. Estaremos “importando”
um caos, que anulará todos os avanços, promovidos pelo atual governo, inviabilizando,
ainda, o próximo.
Percorro, por dever de ofício, o centro velho de São Paulo e,
sem esforço, deparo, cotidianamente, com centenas de moradores de rua que,
sabemos, nossa Capital, a maior cidade da América do Sul, não tem abrigos
suficientes para acolherem a todos.
Assim, a questão dos refugiados, que nos parecia distante,
entra, obrigatoriamente, na agenda dos presidenciáveis.