sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

Os barulhos da semana
   Dois acontecimentos, da maior relevância marcaram esta semana, que se encerra, com o habitual espetáculo das enchentes, feitas mais trágicas, pela incompetência e inércia da administração Haddad. Tais acontecimentos foram: a greve dos caminhoneiros, a atingir, com predominância, a região sul do País e o rebaixamento da Petrobrás para a terceira divisão. Quanto à greve, que prejudicou, de forma acentuada, o agro negócio, deve ela ser debitada à falta de planejamento das medidas de ajuste, promovidas pelo Governo Federal. Induvidoso que tais ajustes eram necessários, para cobrir os rombos no orçamento, provocados pela insana volúpia de se manter no Poder. Todavia, ajustes feitos, abruptamente, sem avaliar seus impactos, trazem resultados desastrosos, como a greve dos caminhoneiros, já com suas remunerações defasadas e tendo que suportar o aumento dos combustíveis. Para variar, a ponta final da corda vai arrebentar nas mãos do contribuinte, que suportará o conseqüente aumento de preços dos produtos, vitimados pela greve.

        O segundo fato, grave para a economia brasileira, foi o rebaixamento da nota de crédito da Petrobrás, o que a fez perder grau de investimento. Com isto, as ações da empresa caíram mais ainda e o dólar encosta em 03 reais. A Petrobrás, por ser a maior empresa do País, sempre ‘’puxou’’ a cotação das demais e, agora, em queda livre, arrasta a bolsa consigo. Há, sempre, os idiotas de plantão que afirmam que a desvalorização do real frente ao dólar, traz resultados benéficos para a exportação. É claro que tal assertiva é verdadeira, só que, quando é mais vantajoso exportar do que vender no mercado interno, este, por conseqüência fica desabastecido ou terá que pagar o produto a preço de exportação. A verdade é que, a cada dia que passa, o governo se enrola mais, tendo que consertar, de uma só vez, o estrago produzido em 04 anos de desastrosa administração da coisa pública.     

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

A hora da verdade definitiva

Mesmo os mais incrédulos ou ingênuos já não podem negar a verdade de que Lula e Dilma foram os artífices e principais beneficiários, não só do “petrolão”, mas da avassaladora “expropriação” de recursos, em vários Órgãos federais. As declarações de Ricardo Pessoa, o coordenador do “Clube do Bilhão”, divulgadas pela “Veja”, neste último final de semana, não deixa qualquer dúvida que o esquema de corrupção, na Petrobrás, começou a partir de 2003, com a eleição de Lula. O PT, usando a velha e surrada tática de tumultuar os fatos, pretende que as investigações recuem aos anos 90. Ora, se o PT, nestes 13 anos que ocupa o Poder, não identificou qualquer irregularidade nos governos FHC, por que pretende estender àquele período as investigações, envolvendo a Petrobrás? A intenção é clara: inviabilizar a CPI. Espera-se que o Presidente Eduardo Cunha, que vem agindo com inesperada independência, impeça, com firmeza, as manobras petistas. A Presidente Dilma, repita-se, beneficiaria do “petrolão”, irmana-se, de forma mais sutil, na truculência político-administrativa, de Cristina Kirchner e Nicolas Maduro. Esses últimos têm reprimido, com virulência, as manifestações de protesto contra eles. Para o próximo dia 15 de março, estão previstas, em todo o País, manifestações contra este governo, que lançou o Brasil no caos econômico e enxovalhou seu nome, no maior escândalo da história. O governo Dilma perdeu sua legitimidade, porque a Presidente foi eleita com recursos espúrios, vindos do “petrolão”. Seu impeachment surge, assim, como preservação da democracia e da dignidade de um povo que, hoje, envergonha-se de ser brasileiro.

terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

Uma inevitável e dolorosa comparação

        Constitui quase jargão popular que a principal lição da Historia é que devamos conhecê-la, para que acontecimentos nefastos não se reproduzam. Se é assim, façamos uma viagem até a Alemanha nazista e comparemos os fatos ocorridos, principalmente a partir de 1936, com os que, atualmente, estamos vivendo, no Brasil. A título de mera ilustração, convém lembrar que o Partido Político, cuja Presidência Hitler assumiu em 1921, chamava-se ‘’Partido Operário Nacional Trabalhista Alemão’’. Pois este partido que, quando de sua fundação, não tinha mais de 05 mil seguidores, em 1930 já era o segundo maior da Alemanha, elegendo 100 deputados e, dois anos depois, conquistava 230 cadeiras no Parlamento, passando a ser a mais forte agremiação política da República Alemã. Em janeiro de 1933, Hitler é nomeado Chanceler do Reich e, a partir daí, diante do olhar indiferente da Europa – notadamente Inglaterra e França – promove uma série de atos arbitrários, sempre reduzindo direitos individuais. E tudo isto ‘’em nome do povo alemão’’. Pois em 1936, retira-se da ‘’Conferencia do Desarmamento e da Sociedade das Nações’’ e, sob o olhar ainda passivo da Europa, ocupa a Renania. Tal era a leniência da comunidade europeia que Churchill, seu mais influente líder, limitou-se a afirmar que ‘’era demasiado cedo para saber se o Fuhrer seria o indivíduo que desencadearia nova guerra sobre o mundo ou se era homem capaz de restituir à Alemanha a paz de espirito, elevando-a e reconduzindo-a forte, poderosa e tranquila, ao convívio da família europeia’’. Em outubro de 1938, sob os olhares meramente contemplativos da Europa, as tropas nazistas penetraram no território austríaco e anexavam a Áustria à Alemanha. Enquanto Hitler deixava claras suas intenções expansionistas, Chamberlain e Daladier, respectivamente, primeiros ministros da Inglaterra e da França, assinavam o ‘’Pacto de Munique’’, reconhecendo a anexação da Áustria e entregando parte da Tchecoslováquia à Alemanha. O mesmo silencio e a mesma subserviência de sempre que custaria alto preço, pois em 1º de setembro de 1939, os alemães invadiam a Polônia, dando inicio à 2ª guerra mundial, que produziria o absurdo número de 60 milhões de mortos. Hitler poderia ter sido detido a tempo? A História demonstra que sim, já que, desde 1934, quando a Alemanha estava longe de ser potencia bélica, a imprensa alemã e a inglesa publicavam reportagens, sobre torturas a que eram submetidos prisioneiros políticos, em expressa violação ao Tratado de Versalhes. Como tudo era feito, ‘’em nome do povo’’, este se extasiava e apoiava aquele líder, simples pintor de paredes que, em sua juventude, chegara a dormir nos bancos das praças públicas e que, portanto, era povo também. A classe intelectual, que torcia o nariz para a nobreza, da qual o Presidente Hindenburg era lídimo representante, também abria seus braços para o novo líder que emergia. Mas esse líder, se era inculto, era inteligente e soube formar uma equipe, integrada por homens de diferentes matizes, desde radicais, como Ermst Roehm e Julius Streich, até homem cultos como Alfred Rosemberg, que elaborou o primeiro programa do partido e Josef Goebels, que se doutorou em filosofia aos 24 anos e que seria o Ministro da Propaganda do Reich. Isto sem falar em heróis de guerra, como Rudolf Hess e Herman Goering, este laureado com a mais alta condecoração alemã por heroísmo, em combate: a medalha ‘’Pour le Mérite’’, instituída por Frederico II. Façamos, agora, uma viagem para o Brasil de 1980. Mais precisamente para um estádio de futebol de uma cidade da grande São Paulo. Lá, naquela cidade, vivendo, à época, em função da indústria automobilística, um homem do povo, operário fabril, inculto, mas profundamente inteligente, emergia como novo líder popular e fundava um partido, que denominou ‘’dos trabalhadores’’. Repudiava a ‘’elite’’, mas abrigou muitos dela, inclusive ‘’quatrocentões’’. Atraiu intelectuais, principalmente juristas, jornalistas e professores universitários. Atraiu, também, ‘’heróis’’, vindos de inglória luta armada contra o poder militar. Dos poucos mil reunidos, naquele tosco estádio de futebol, em menos de 10 anos – tal qual acontecera com o partido nacional socialista – o ‘’dos trabalhadores’’  já era o segundo do Brasil e, em mais 05, seria o primeiro, elegendo vereadores, deputados, governadores e, em mais 10 anos, elegeria o Presidente da República. A diferença entre o líder alemão e o líder brasileiro? Muitas! O primeiro era carrancudo, autoritário. O segundo, sorridente, matreiro, envolvente até... O primeiro, sanguinário. O segundo – até porque os tempos eram outros – proclamava ‘’a paz e o amor’’. E, agora, a maior e mais importante das diferenças: o líder Alemão proclamava o ‘’espaço vital’’. Afirmava: ‘’onde houver alemão, aí será a Alemanha’’. E, pela força, pretendeu consolidar o que seria o ‘’Reich de mil anos’’. O segundo, mais centrado nos seus interesses e nos interesses de sua trupe, imaginou o Poder, sem prazo para terminar. E, ao invés de invadir países, geriu a invasão do patrimônio público, o que vem acontecendo desde a ocupação do Poder, segundo os ‘’delatores premiados’’. O nazismo poderia ter sido detido em 1936 e, se o fosse, 60 milhões de vidas e bilhões de dólares poderiam ter sido poupados. O lulismo poderia ter sido detido, em 2006, com o ‘’mensalão’’. A liderança política nada fez e o ‘’assalto ao trem pagador’’ continuou, em sua marcha desvairada, até chegar ao ‘’petrolão’’. Continuaremos inertes, assistindo à hecatombe da outrora maior empresa brasileira? Continuaremos inertes, assistindo ao dólar alçar vôo, atingindo ao patamar de 12 anos atrás? Continuaremos inertes assistindo à progressiva escalada da inflação, a corroer nossos rendimentos, comprometendo presente e futuro? Continuaremos inertes, assistindo ao desemprego, em massa, na indústria automotiva e no setor bancário, levando à incerteza senão ao desespero homens e mulheres que, a cada dia, perguntam-se, com angústia, ‘’será hoje o meu dia?’’.  As lideranças políticas e os formadores de opinião pública têm a obrigação cívica de mostrar ao povo o caos que nos aguarda e que ainda pode ser evitado. O Brasil precisar ser libertado. Impeachment já!

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015

Dicas de Carnaval

Houve um tempo – e como vai longe esse tempo – que, se alguém me pedisse sugestão para o carnaval, eu, de pronto, abriria robusta mala e apresentava variadas opções. A melhor delas, é claro, o Rio de Janeiro, começando pelo ‘’Baile do Havai’’, exatamente hoje, na sexta-feira da semana que antecede à semana do carnaval. Mulheres lindíssimas, pouca roupa, a exibirem majestosas coxas torneadas e seios ainda não siliconados.
Para o sábado da semana seguinte e que, oficialmente, abria os festejos, o ‘’cordão do bola preta’’, durante o dia e o baile, no clube idem, era freqüência obrigatória, bem ali na Cinelandia, ao lado do Teatro Municipal. Predomínio das mulatas, magníficas em suas lantejoulas a cobrirem apenas o essencial. Como domingo tudo girava em torno das escolas-de-samba (ainda não havia desfiles na segunda), minha dica seria, durante o dia, a banda - de Ipanema, regida por Albino Pinheiro e Jaguar e, à noite, o baile do Clube Sírio-Libanês. Para a 2ª feira, era imperdível o baile do Teatro Municipal, com toda a sua pompa e recheado de celebridades. E o carnaval fechava, na 3ª feira, com o baile do ‘’Monte Líbano’’, onde o deus Baco era homenageado, sem regras nem medidas.
Mas, como disse no começo, meu tempo passou – para o carnaval e para tantas outras coisas – e a capacidade de dar ‘’dicas’’, a preencherem esses dias de não fazer nada, resume-se a sugerir livros e filmes. Desses, dois são imperdíveis, porque falam de um mal – o de Alzheimer – que nos espreita, principalmente a nós, que já deixamos os 60 para trás. Falo de ‘’Para Sempre Alice’’ e de ‘’O Juiz’’, onde a doença surge, sorrateira, na historia, de forma suave, sem melodrama. Entende-se o mal, convive-se com o mal, de forma terna. Quanto ao livro, recomendo uma visita a ‘’A Era do Ressentimento’’, do filósofo Luiz Felipe Pondé. Reflexão sobre nosso tempo e nosso comportamento. O autor nos atira algumas verdades: ‘’o que é Ressentimento? É você achar que todos deviam te amar mais do que amam, você achar que todo mundo devia reconhecer em você grandes valores que você não tem’’.
Convivemos, em nosso cotidiano, em todos os ambientes, com pessoas assim. E... não seremos, nós mesmos, pessoas assim?

Até 4ª feira de cinzas. 

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

E o presidente do Senado apareceu no filme.

Desde quando a operação ‘’lava-jato’’ começou a revelar o resultado de suas investigações, com o PMDB envolvido na petropropina, pairavam sérias suspeitas que líderes daquele partido teriam suas cabeças colocadas a premio. Agora, a contadora do doleiro Youssef vem a público narrar, com detalhes, operação milionária e nebulosa, envolvendo uma agencia de viagens, pertencente ao doleiro e o Presidente do Senado, Renan Calheiros. Por óbvio, o senador alagoano nega qualquer envolvimento no fato e a ele deve ser concedido, pelo menos o benefício da dúvida, senão a presunção de inocência. O senador Renan Calheiros tem, em seu currículo, pontos nada edificantes. Aliado de Collor, dele se afastou, quando a cassação do ex-presidente tornou-se iminente. Mais tarde, exatamente para não ser cassado, renunciou ao mandato de senador. Também emerge a pergunta: se Fernando Baiano era o operador do PMDB, na apropriação de recursos da Petrobrás, quem eram os membros deste partido, beneficiários do esquema de desvio de recursos? Após o carnaval, o ministro do supremo, Teori Zavaski, promete divulgar o nome dos políticos envolvidos. Por outro lado, a esta altura, a força-tarefa da operação ‘’lava-jato’’, já deve estar investigando a operação financeira, supostamente envolvendo o senador Renan Calheiros e a agencia de viagens, da qual Youssef é sócio. Pelo histórico, sabemos que a Polícia Federal é infensa à influencia da Palácio do Planalto, que se empenhou na eleição de Renan Calheiros à Presidência do senado, e que tem sido fiel escudeiro, na defesa dos ‘’interesses’’ do Executivo. Aguardemos os próximos capítulos. 

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

O Caos Grego

Por mais que a anacrônica esquerda esperneie, o mundo gira em torno de um capitalismo globalizado, cujo líder são os Estados Unidos. Quando eclodiu a crise de 2008, a esquerda festejou, antevendo a falência daquele País e afirmando que o dólar deixaria de ser a referencia monetária internacional. Chegara – brindavam os saudosistas do Kremlin -                    hora e a vez dos países asiáticos - notadamente a China – que ‘’puxariam’’, para seu lado a comunidade europeia. Todavia, como nunca, desde a Revolução Russa, os devaneios da esquerda transformaram-se em realidade, a economia mundial seguiu outro rumo: Os Estados Unidos foram se recuperando, até atingirem o crescimento atual de 5%; o dólar adquiriu mais força, e, hoje, praticamente, se equipara ao euro; A China estagnou o crescimento e aos países da zona do euro foi imposta política de austeridade, capitaneada pela Alemanha de Ângela Merckel, a Margaret Thatcher dos dias atuais. Essa política de austeridade salvou a Espanha, Itália, Portugal e estava tirando a Grécia de um buraco sem fundo, escavado por anos de irresponsabilidade. Agora, esse País elegeu a extrema esquerda, graças ao discurso nitidamente petista (sim, deles os há por lá) de um demagogo, chamado Alexis Tsipras. Prometeu que não se submeteria às injunções internacionais. Prometeu que geraria empregos. Prometeu aumentar o salário mínimo. Prometeu que promoveria a estabilidade social. Enfim, tal qual Dª. Dilma prometera, só para ganhar as eleições, prometeu que faria belíssimo omelete, sem quebrar os ovos. Eleito, constatou que a realidade era outra: O Banco Central Europeu não concordou com a rolagem da dívida da Grécia e não vai conceder novos empréstimos. A Grécia ameaça sair da zona do euro, dar o calote nos credores internacionais e se aliar ao desvairado Putin. E mais: o tresloucado primeiro ministro grego agora exige o ‘’pagamento de empréstimos forçados que a Grécia teria feito à Alemanha nazista, durante a ocupação do País’’. Hoje, 4ª feira, os ministros das finanças da zona do euro se reúnem para avaliar a crise grega. A retirada da Grécia, pela sua desimportância econômica, por certo, não contaminará os demais países-membros. E quanto ao prometido calote, independentemente das sanções aplicáveis, servirá para isolar a Grécia da comunidade europeia, tornando péssimo o que já é muito ruim. Não será de se estranhar se, dentro de pouco tempo, a Grécia estiver vendendo a ‘’Acrópole’’, para fazer dinheiro. É o que dá acreditar em todos esses petistas malucos e sem caráter, espalhados pelo mundo. Enquanto a Grécia se atola na crise, apenas para registrar: a balança comercial alemã está com superávit da ordem de 200 bilhões de euros e, sua conta corrente registra superávit de 190 bilhões de euros e o dólar, nestas plagas dilmistas, bateu 2,80 reais, a maior cotação, dede a nefasta chegada do PT ao poder. Agora, Dilma tem mais um desvairado para compor seu quadro de fracassados, ao lado dela, da Cristina, a possessa e, Maduro, o paranóico. Que tal irem todos cheirar ‘’coca’’ com o companheiro Morales?

terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

Tão logo foi eleito Presidente da República, Lula fez o seguinte discurso na sessão de abertura da Organização das Nações Unidas:
“O Brasil é um país maior do que os menores e menor do que os maiores. É um país grande, porque, medida sua extensão, verifica-se que não é pequeno. Divide-se em três zonas climatéricas absolutamente distintas: a primeira, a segunda e a terceira. Sendo que a segunda fica entre a primeira, e a terceira. As montanhas são consideravelmente mais altas que as planícies, estando sempre acima do nível do mar. Há muitos diferenças entre as várias regiões geográficas do país mas a mais importante é a principal. Na agricultura faz-se exclusivamente o cultivo de produtos vegetais enquanto a pecuária especializa-se na criação do gado. A população é toda baseada no elemento humano sendo que as pessoas não nascidas no país, são, sem exceção, estrangeiras. Na indústria fabricam-se produtos industriais, sobretudo iguais e semelhantes, sem deixar-se de lado os diferentes. No campo da exploração dos minérios o país tem uma posição só inferior aos que lhe estão acima, sendo, porém, muito maior produtor do que todos os países que não atingiram o seu nível. Pode-se mesmo dizer que, excetuando-se seus concorrentes, é o único produtor de minérios no mundo inteiro. Tão privilegiada é hoje, enfim, a situação do país, que os cientistas procuram apenas descobrir o que não está descoberto, deixando para a indústria tudo que já foi aprovado como industrializável e para o comércio tudo que é vendável. Na arte também não há ciência, reservando-se essa atividade exclusivamente para os artistas. Quanto aos escritores são recrutados, geralmente, entre os intelectuais. É enfim, o País do Futuro, sendo que este se afasta a cada dia que passa.”

(texto original de Millôr Fernandes, jornalista, dramaturgo, cartunista, tradutor, enfim, um dos maiores gênios produzidos pelo Brasil).

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

O aniversário do PT
Com todas as honras e méritos, o PT reuniu-se em Belo Horizonte, para comemorar seus 35 bens sucedidos anos. Lá estavam Lula e Dilma, mas o grande homenageado da noite foi o Sr. Vaccari, tesoureiro do partido e digno sucessor de Delúbio Soares. Juntos, os dois carrearam 500 milhões de dólares para o partido e “algum” para eles mesmos e para alguns “companheiros” mais graduados. Afinal, ninguém é de ferro. O Sr. Vaccari já tinha “gerido” um golpe na Cooperativa dos Bancários, deixando cerca de 200 mutuários a ver navios, menos Lula, é claro, que teve seu tríplex, no Guarujá acabado – com direito a elevador interno – por uma Construtora, coincidentemente envolvida na operação “lava jato”. Na festa de BH, Dilma e Lula apareciam sorridentes, cortando o bolo de aniversário. A alegria era justificável: afinal, foram 12 anos juntos, que eles representavam “o novo”, a romper com a desigualdade social. E romperam, em primeiro lugar, com a deles, petistas, que se enriqueceram às custas de falcatruas, de todo o gênero. E pensar que alguns, verdadeiramente poucos e honestos, embarcaram na onde petista e, agora, envergonhados, mudam de partido ou vão chorar em um canto!

Ah, ia me esquecendo: na foto, por trás de Dilma e Lula, aparece Haddad, que vai destruindo a cidade com suas inúteis ciclovias, noticiadas, pela Revista “Veja”, do último fim de semana, como o quilometro mais caro do mundo. Eta povinho, esse do PT, que gosta de uma maracutaia!

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015

Por causa do meu aniversário
Em gesto de extremo cabotinismo, deixo a mim mesmo, quase ‘’in memoriam’’, este poema de Fernando Pessoa... No dia em que festejo (?) meu aniversário.

Aniversário
No tempo em que festejavam o dia dos meus anos,
Eu era feliz e ninguém estava morto.
Na casa antiga, até eu fazer anos era uma tradição de há séculos,
E a alegria de todos, e a minha, estava certa com uma religião qualquer.

No tempo em que festejavam o dia dos meus anos,
Eu tinha a grande saúde de não perceber coisa nenhuma,
De ser inteligente para entre a família,
E de não ter as esperanças que os outros tinham por mim.
Quando vim a ter esperanças, já não sabia ter esperanças.
Quando vim a olhar para vida, perdera o sentido da vida.

Sim, o que fui de suposto a mim-mesmo,
O que fui de coração e parentesco,
O que fui de serões de meia-província,
O que fui de amarem-me e eu ser menino,
O que fui – ai, meu Deus!, o que só hoje sei que fui...
A que distância!...
(Nem o acho...)
O tempo em que festejavam o dia dos meus anos!

O que eu sou hoje é como a umidade no corredor do fim da casa,
Pondo grelado nas paredes,
O que eu sou hoje (e a casa dos que me amaram treme através das
                                                                                         minhas lágrimas),

O que eu sou hoje é terem vendido a casa,
É terem morrido todos,
É estar eu sobrevivente a mim-mesmo como um fósforo frio...

No tempo em que festejavam o dia dos meus anos...
Que meu amor, como uma pessoa, esse tempo!
Desejo físico da alma de se encontrar ali outra vez,
Por uma viagem metafísica e carnal,
Com uma dualidade de eu para mim...
Comer o passado como pão de fome, sem tempo de manteiga nos
                                                                                                        dentes!

Vejo tudo outra vez com uma nitidez que me cega para o que há aqui...
A mesa posta com mais lugares, com melhores desenhos na louça, com
                                                                                                   mais copos,
O aparador com muitas coisas – doces, frutas, o resto na sobra debaixo
                                                                                                  do assado -,
As tias velhas, os primos diferentes, e tudo era por minha causa,
No tempo em que festejavam o dia dos meus anos...


Pára, meu coração!
Não penses! Deixa o pensar na cabeça!
Ó meu Deus, meu Deus, meu Deus!
Hoje já não faço anos.
Duro.
Somam-se-me dias.
Serei velho quando o for.
Mais nada.
Raiva de não ter trazido o passado roubado na algibeira!...
O tempo em que festejavam o dia dos meus anos!...

                                                                 15 de Outubro de 1929.
07 de fevereiro de 2015.


quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

A eleição de Eduardo Cunha

Pergunta-me um amigo que, equivocamente, julga que eu entendo de política, se acho que a eleição de Eduardo Cunha para presidência da câmara foi boa para o Brasil. Primeiramente, retifico o equivoco. Sou de outra geração, onde os políticos tinham altivez e admiração popular, respondendo pelos nomes de Pedro Aleixo, Adauto Lucio Cardoso, Aliomar Baleeiros, Tancredo Neves, Abelardo Jurema, Carlos Lacerda, (o mais brilhante de todos), apenas para citar alguns. Mas, respondendo ao amigo digo que o resultado de domingo teria sido bom para o País, se os 3 Poderes fossem realmente independentes, tal qual está escrito em nossa Constituição. No entanto, como a “chave do cofre” está nas mãos do Executivo, na prática, é ele que manda, daí os dois outros Poderes serem meros coadjuvantes desta nossa tosca democracia. Em que País sério um Presidente demoraria seis meses para indicar o novo membro da Corte Suprema? Em que País sério, para se cumprir uma emenda orçamentária, proposta pelo legislativo, seria necessário que se “impusesse” tal obrigação ao Executivo? Eduardo Cunha tem o mérito de ser hábil negociador, resta saber o que ele vai negociar e aí, como se dizia em meu tempo, ‘’é que a porca torce o rabo.’’ Tenho lá minhas dúvidas – quase certeza – que os interesses do Brasil não serão prioridade nesse troca-troca. Coitado de São Francisco de Assis, tão puro, que se despojou de sua riqueza para viver na humildade e usam seu ‘’é dando que se recebe’’, para justificar as mais espúrias barganhas. Pois é exatamente isso que vai acontecer: ‘’da cá esse cargo que eu faço aprovar seu projeto’’. Eduardo Cunha, simpático, bom orador, a discursar de improviso preparado, com seu sotaque de Ipanema, é mestre na arte de barganhar e forma terrível dupla de ataque com Renan Calheiros, legitimo herdeiro de Sarney no dom de sobrevivência na selva, em qualquer selva. É claro que o Planalto saiu derrotado. Em lugar de simplesmente dar instruções ao petista Chinaglia, vai, sem intermediários, ouvir as exigências de Cunha. Dª Dilma nos lembra aquele personagem de Vitor Hugo que, preso na areia movediça, quanto mais se mexia, mais se afundava. Alguém aí, pelo bem do Brasil, para acelerar esse afundamento?

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

As mulheres – Presidentes
A cotação das mulheres-governantes, nestas plagas latino-americanas, anda mais em baixa do que as ações da Petrobrás. Por aqui, Dª Dilma é o reverso do rei Midas, aquele que transformava em ouro tudo que tocava. Ela transforma em m..., até sua patética base aliada. Na Argentina, Cristina Kirchner, que mergulhara a Argentina na pior crise econômica de sua historia – falta até absorvente - que dilapidou a liberdade de imprensa, agora se envolveu no assassinato do Promotor Alberto Nisman. Tão logo surgiu a notícia da morte, Cristina gritou: ‘’foi suicídio!’’ Desmentida a hipótese, ela passou a utilizar a velha e desgastada tese petista de desmerecer o denunciante morto. Também não funcionou e o povo argentino, que possui alto nível de politização, foi às ruas exigindo                          a renuncia de Cristina. Agora, é a vez da Presidente do Chile, Michelle Bachelet que, como Dª Dilma, foi eleita pela minoria da população chilena. Pois ela está imprimindo uma reforma no ensino que, na prática, nivela as escolas particulares, que são ótimas, às públicas que, como cá, são de baixa qualidade. É o velho princípio do socialismo: se não podemos melhorar para todos, pioremos, igualmente, para todos. No plano econômico, a reforma tributária implantada vem desestimulando o investimento. Já vimos este filme antes, cujo ator principal chamava-se Salvador Allende e deu no que deu.
Por aqui, Marta Suplicy, - que disputa com Haddad o título de pior prefeito da Capital – saiu atirando em Dª Dilma, dizendo, aliás, o que já sabíamos: que é incompetente e desagregadora. Marta e Haddad disputam o apoio dos homossexuais de todo o gênero (a que ponto chegamos!). Ponto para Haddad: depois de criar o ‘’bolsa crack’’, revertendo milhões de reais para viciados comprarem a droga, agora cria o ‘’bolsa travesti’’, pela qual cada ‘’traveco’’ vai receber 840 reais por mês para estudar... Só não se sabe o que. E isto em uma cidade onde falta creche, as escolas públicas estão caindo aos pedaços, os professores – que ganham salário vil - apanham dos alunos e esses completam o 1º grau sem saber ler e escrever.

Os dois, Marta e Haddad, se merecem. Nós é que não os merecemos. 

terça-feira, 3 de fevereiro de 2015

Qual o destino da Petrobrás?

A agencia de risco ‘’Mody’s’’ rebaixou todos os ‘’rastings’’ da Petrobrás, levando em consideração a ‘’petropropina’’ e o balanço divulgado que indica o não pagamento de dividendos a seus acionistas, fato inusitado em sua historia. Em linguagem futebolística, a empresa foi rebaixada para a segunda divisão e encontra serias dificuldades para se manter nela, já que a mesma agencia acena com a possibilidade de um ‘’rebaixamento adicional’’. O preço do barril de petróleo continua e continuará, segundo especialistas caindo, o que inviabiliza, economicamente, o pré-sal e a operação lava-jato tende a contaminar, ainda mais, a imagem da empresa, a partir deste mês entrante, quando aflorarão os nomes dos políticos, - fala-se em cerca de 150 - beneficiados com o desvio de dinheiro. Em entrevista dada à ‘’Veja’’, o Dr. Robert Luskin, considerado um dos maiores advogados criminalistas dos Estados Unidos, informa que ‘’a investigação sobre o petróleo, nos Estados Unidos, vai desvendar toda a extensão do esquema e até empresas que não atuam lá poderão ser alcançadas pelas pesadas punições                                                                                                               estabelecidas pela lei americana”. E sugere aquele advogado que a Petrobrás busque acordos financeiros, nas diversas ações que vai enfrentar, naquele País, lembrando que uma multinacional francesa foi multada em 772 milhões de dólares.

            Diante desse funesto quadro, emerge a pergunta: qual será o futuro do conglomerado Petrobrás? Inimaginável que o governo (mesmo este, de quem sempre se pode esperar o pior) pretenda transferir para a população, via aumento de combustível, o buraco, de profundidade não            mensurável, causado na Empresa, pela sandice de se perpetuar no poder. Teríamos o combustível a, no mínimo, 20 ou mais reais por litro, a jogar na estratosfera a inflação, o que nos faria reviver 1929. Alguns analistas sugerem ‘’fatiar’’ a Petrobrás, transferindo para conglomerados internacionais, a qualquer preço, as fatias podres. A pergunta que fica é se, em tempos bicudos como os em que vive o petróleo, encontrar-se-ão grupos interessados nessas ‘’fatias podres’’.  A verdade é que todos temos de nos preocupar com o problema. Não basta apontar o dedo para o (des)governo Dilma. É claro que Lula, Dilma e o nefasto PT são responsáveis pela hecatombe e devem ser severamente punidos por isso. Mas, como ficará a Petrobrás, seus milhares de funcionários e fornecedores? Uma primeira sugestão é que se forme uma comissão técnica, de incontestável competência e idoneidade, para encontrar uma saída, enquanto ainda é tempo... se é que ainda é tempo. 

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

Maria de todos os Domingos
Eu tinha um texto escrito, a falar das mazelas da Petrobrás. Mas surgiu fato muito mais importante, testemunho que meu coração me manda dar.

Tenho o hábito – como milhares de outras pessoas – de, pela manhã de domingo, ir até a Igreja de São Judas Tadeu, render minha homenagem ao Santo, que ouve minhas súplicas e me ajuda seguir em frente. E sempre a encontrava ali, sentada em um canto da calçada, primeiro em um tosco banco, depois em uma cadeira de rodas. Quantos anos tinha, não sei, alguma coisa em torno de 90. Eu parava, dirigia-lhe algumas palavras, segurando-lhe as mãos murchas e deixava-lhe algum mimo, que ela agradecia, com tímido sorriso. Esse ritual durou anuais domingos. Em um deles – faz, mais ou menos, um ano – ela apareceu sem uma perna, amputada pela diabetes. Não mais sorria, quando eu a cumprimentava, apenas enchia os olhos de lagrimas, que deslizavam pelo seu rosto, quando eu a perguntava como ia. Como já fazia três semanas que eu não a encontrava, perguntei por ela ao segurança da Igreja. Morreu, disse-me ele. Senti um aperto no coração. Por certo, morrera com aquele olhar triste dos últimos tempos, deixando vazio aquele canto da calçada. Ah, ela se chamava Maria, apenas Maria, como Nossa Senhora. Depois, na missa, pensei em dedicar essa a ela. Bobagem! Ela já deve estar sentada, ao lado da mãe de Jesus e espero que, se eu merecer, ela dirija seu terno olhar e seu meigo sorriso para mim. Adeus, minha doce Maria, alegria e tristeza de minhas manhãs de domingo.