Pequena observação sobre a
legalização do porte e uso da maconha
A mídia vê, com muita simpatia, noticiando a flexibilização
do plantio e uso da maconha, já legalizados em cerca de 20 estados americanos
e, aqui, perto de nós, no Uruguai. O tema, apesar de ancião, é sempre atual. O
uso da maconha, para fins terapêuticos, divide profissionais da área de saúde e
não serei eu, mero curioso das coisas do mundo, que irei entrar em debate tão
específico. Ao longo de quase 50 anos de exercício da advocacia, com constantes
mergulhos na área criminal, posso afirmar que a maconha é a porta de entrada
para utilização das chamadas drogas pesadas. Assim, a meu juízo, a legalização
do plantio e uso da maconha não irão acabar ou até diminuir o tráfico de
entorpecentes. Temo, ao contrário, que “estimulando”
o uso da “cannabis”, aumentar-se-á o
consumo das outras drogas, a serem abastecidas pelo tráfico. Por outro lado,
resta induvidoso que nosso sistema penitenciário – um dos mais perversos do
mundo – não tem condições de recepcionar drogados que, também, não encontrão
clínicas públicas de recuperação. O resultado são os “zumbis”, que perambulam pela Praça da Sé, Estação da Luz e, agora,
quando a noite encontra a madrugada, avançam pela Avenida Paulista, tudo sob o
olhar impotente da Polícia Militar. Não sei qual a solução – se solução há -,
mas que tal os três Poderes se darem as mãos e, afastados do impossível ótimo,
encontrarem um caminho para resolver tão intrincada equação?
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