A Comissão da Verdade Avaliada
A revista “Piauí”,
seguramente a mais culta e isenta produção da mídia impressa, traz, este mês,
imperdível matéria sob o título “A
Verdade da Comissão”, onde disseca o trabalho, as dificuldades e os choques
de “egos” de seus membros. Tenho
opinião pessoal sobre tal “comissão”,
que já nasceu fadada ao fracasso e que já custou alguns milhões de reais ao
contribuinte brasileiro. O principal efeito dos trabalhos foi ter propiciado
uma verdadeira industria de indenização, paga a pessoas que se apresentaram
como “vítimas” da repressão, que
sofreram, fisicamente, ou tiveram suas carreiras profissionais obstruídas.
Segundo “Piauí”, tais indenizações já
ultrapassaram aos 03 bilhões de reais e, muitos dos “indenizados”, na verdade, ganharam projeção, graças ao
endurecimento do regime. Apenas como registro, cito dois: Carlos Heitor Cony,
até então escriba de segunda categoria e que chegou à Chefe de Redação de “Manchete” e “Folha de S. Paulo” e, finalmente, mesmo com reduzida bagagem
intelectual (qualitativamente falando), aportou na Academia Brasileira de
Letras. Teve o Ziraldo, cartunista do nanico “Pasquim”, que obteve projeção nacional e, em razão de tal “perseguição” recebeu alguns milhões, a
título indenizatório, o que exasperou seu dileto amigo, Millor Fernandes.
A leitura da matéria, como demonstrado pela “Piauí”, revela como a Comissão se
transformou numa verdadeira sinecura, com seus membros e assessores recebendo
polpudos salários, além de diárias para passagens e hotéis. A confusão interna
é tão grande – sempre segundo a “Revista”-
que, já houve membro da comissão, querendo investigar outros membros. Reproduzo
o último parágrafo da matéria: “em quase
dois anos de atuação, a Comissão da Verdade não descobriu o paradeiro de um
único corpo dos 136 desaparecidos políticos oficialmente reconhecido pelo
Estado.”
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