terça-feira, 8 de abril de 2014

A Comissão da Verdade Avaliada
A revista “Piauí”, seguramente a mais culta e isenta produção da mídia impressa, traz, este mês, imperdível matéria sob o título “A Verdade da Comissão”, onde disseca o trabalho, as dificuldades e os choques de “egos” de seus membros. Tenho opinião pessoal sobre tal “comissão”, que já nasceu fadada ao fracasso e que já custou alguns milhões de reais ao contribuinte brasileiro. O principal efeito dos trabalhos foi ter propiciado uma verdadeira industria de indenização, paga a pessoas que se apresentaram como “vítimas” da repressão, que sofreram, fisicamente, ou tiveram suas carreiras profissionais obstruídas. Segundo “Piauí”, tais indenizações já ultrapassaram aos 03 bilhões de reais e, muitos dos “indenizados”, na verdade, ganharam projeção, graças ao endurecimento do regime. Apenas como registro, cito dois: Carlos Heitor Cony, até então escriba de segunda categoria e que chegou à Chefe de Redação de “Manchete” e “Folha de S. Paulo” e, finalmente, mesmo com reduzida bagagem intelectual (qualitativamente falando), aportou na Academia Brasileira de Letras. Teve o Ziraldo, cartunista do nanico “Pasquim”, que obteve projeção nacional e, em razão de tal “perseguição” recebeu alguns milhões, a título indenizatório, o que exasperou seu dileto amigo, Millor Fernandes.

A leitura da matéria, como demonstrado pela “Piauí”, revela como a Comissão se transformou numa verdadeira sinecura, com seus membros e assessores recebendo polpudos salários, além de diárias para passagens e hotéis. A confusão interna é tão grande – sempre segundo a “Revista”- que, já houve membro da comissão, querendo investigar outros membros. Reproduzo o último parágrafo da matéria: “em quase dois anos de atuação, a Comissão da Verdade não descobriu o paradeiro de um único corpo dos 136 desaparecidos políticos oficialmente reconhecido pelo Estado.”

Nenhum comentário:

Postar um comentário