sexta-feira, 4 de abril de 2014

Carta-Resposta a uma sobrinha muito querida que, após habitar França e Alemanha veio pousar sua Esquerda Festiva em Terras Mineiras.
Em 1960, discursando na Assembléia Geral da ONU, o “grande líder” de vocês (líder de mierda, digo eu) afirmou, com ênfase: “fuzilamos e seguiremos fuzilando”. Estima-se que o número de vítimas da Revolução cubana supera o de mortos na guerra do Vietnã. Nicolás Maduro, para se manter no poder, já sacrificou perto de mil venezuelanos, sem falar em Stalin que começou liquidando seus próprios companheiros e não parou de matar, deixando um interminável rastro de sangue na sua passagem como senhor absoluto na União Soviética. E qual o legado que esses “líderes” deixaram para seu povo? Cuba continua no século XIX (fato que constatei, quando lá estive): além de absoluta falta de liberdade de expressão, o povo vive pouco acima da linha da pobreza. Meninas ainda, recém chegadas à puberdade, oferecendo seus corpos pelas ruas de Havana, em troca de alguns dólares. O grande produto cubano de exportação é mão-de-obra escrava e aí está o malsinado programa “+ médicos”, que não me deixa mentir. Na Venezuela, primeiro Chavez, agora Maduro (os queridinhos do PT) destruíram a economia do país mais rico da América Latina, onde falta tudo, até papel higiênico. Quando à União Soviética, dissolveu-se em 1989, deixando vir à tona os dejetos da corrupção e dos privilégios. Analisemos, apenas de passagem, os resultados do movimento cívico-militar de 1964. É verdade que houve arbítrio e morte. O livro “Tortura Nunca Mais” denuncia, entre mortos, torturados e desaparecidos, um número, próximo de mil. É muito, se considerarmos a juventude das vítimas, o drama de seus familiares. Eu mesmo, lembro de minha tristeza, quando identifiquei, dentre os líderes da subversão, um queridíssimo amigo de infância, Carlos Alberto Soares de Freitas, o Beto. Sempre que me lembro dele, vem-me à poeta um verso de Vinicius: “o que foi que te fizeram para assim envenenares o pólen que Deus te deu”? Entretanto – é História, não opinião pessoal, o endurecimento do regime foi reação à tentativa, quase sempre violenta, de desestabilizar o governo. Apenas para registro: o Congresso de Ibiúna em 1967, liderado por homens, como José Dirceu, treinados em Cuba, para atos de guerrilha. No “Aeroporto dos Guararapes”, em Recife, a subversão organizara um plano para matar o então Presidente Costa e Silva e dessa desastrosa ação resultou a morte de um oficial maior das forças armadas. Assim, dezembro de 1968 foi conseqüência, não causa. Houve mortes de ambos os lados, como ocorre em todas as insurreições, o que é lamentável, mas, infelizmente, inevitável. E quanto ao legado do movimento de 1964? Vou citar alguns, apenas puxando pela memória: no plano social; foi criado o “Banco Nacional de Habitação – BNH” que, pela primeira vez em nossa história, abriu as portas da casa própria aos menos favorecidos; foi instituído o “Fundo de Garantia por Tempo de Serviço – FGTS”, poupança compulsória da empresa para o empregado. Até então, como a estabilidade aos 10 anos de serviço trazia privilégios desmesurados ao trabalhador, em detrimento do empregador, era comum aquele ser despedido ao completar 9 anos de “casa”, literalmente  com “uma mão na frente e outra atrás”. No plano econômico, o Brasil crescia a uma taxa média de 7% ao ano, com uma inflação que não chegava a 15% a.a. Após 1985, jamais alcançamos tais índices, ao contrário, no final de governo Sarney a inflação passou dos 30% (trinta por cento)... ao mês. Convém lembrar que o próprio Lula exalta a época “delfiniana”, quando os empregados eram disputados, à tapa, pelas empresas. No campo do desenvolvimento, mais uma vez apenas puxando pela memória, cito a hidroelétrica de Itaipu, FURNAS, Ponte Rio- Niterói, além de estradas, como Rodovias “Castelo Branco”, “Bandeirantes”, “Imigrantes”, os metrôs do Rio e de São Paulo, construídos com repasses de recursos federais.
E encerro falando em liberdade, no sentido mais amplo do termo. Quem sucedeu a Fidel Castro? O irmão, como se Cuba fosse (e talvez o seja) uma jovem, mas já decadente monarquia. No Brasil, concedida a anistia pelo regime vigente (e “conceder” é sinônimo de “dar”, “permitir”), os mais radicais adversários de “1964” voltaram ao Brasil e a eles foi “permitido” ocupar relevantes cargos públicos. Apenas 3 exemplos: Brizola foi Governador do Rio, José Dirceu foi Ministro, todo Poderoso, do Governo Lula, e a outrora assaltante de banco e guerrilheira, Dilma Roussef é a Presidente da República.
Perdôo seus arroubos, primeiro, porque a tenho gravada, no meu coração; segundo, porque, ao início dos chamados “anos de chumbo” (chamados, não por mim, é claro), você passeava sua adolescência, “livre, leve e solta”, pelas ensolaradas praias carioca.
Apesar de tudo,
Sempre, com muito amor

Saul

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