quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

A copa e as eleições sem povo
Logo mais, teremos dois significativos eventos – copa do mundo e eleições – que, até agora, não causaram qualquer comichão popular. A copa, montada dentro do “padrão FIFA”, afasta o povo dos estádios, já que os preços dos ingressos só são acessíveis aos mais abastados. Além do mais, embora tardiamente, o brasileiro tomando consciência de que a realização da copa, no Brasil, é um luxo, a que não pode se submeter um País carente de saúde, educação, moradia e infra estrutura urbana, foi às ruas em inúteis manifestações. Os estádios, construídos, essencialmente com recursos do BNDES, estão cercados de favelas, onde o esgoto corre a céu aberto, onde não há hospitais e creches para atenderem à demanda da população mais pobre.
Quanto às eleições, dois problemas – pelo menos – vem minando o interesse dos eleitos. De um lado, a “judicialização” do pleito. Com um Congresso fraco, à beira da pusilanimidade, o Superior Tribunal Eleitoral, usurpando prerrogativas do Legislativo, edita normas, com força de lei, dizendo tudo o que é proibido em uma campanha eleitoral. Caminhamos em direção ao passado, quando o candidato apenas postava seu retrato na televisão. De outro lado, assistimos às melancólicas alianças de partidos, contraditórios entre si e sem um ideário definido. Como pode, por exemplo, o PP de Paulo Maluf se aliar ao PT da guerrilheira Dilma?

Incongruências dessa natureza fazem o eleitor mais esclarecido torcer o nariz, por sentir o mau cheiro dos interesses espúrios, o eterno “toma lá dá cá”. O governo Dilma trepida com a economia vendo ressurgir a velha inflação. Os apagões já vão se mostrando habituais e não adianta culpar a natureza. A política externa ainda tem orgasmos com o antiquado Fidel Castro, a ponto de ir beijar-lhe as mãos. Todavia, a oposição permanece em estado de inércia e não motiva nem o cachorro, que dormita a meu lado. Chegarão as eleições, sem povo na rua, sem bandeiras agitadas, sem buzinas, apenas com um sabor de inútil feriado.

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